sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Delay



Você já teve a sensação o homem dos seus sonhos chega atrasado ou você que chega atrasada no homem dos seus desejos. Como a música da Alanis:

"It's meeting the man of my dreams
And then meeting his beautiful wife
And isn't it ironic... don't you think?
A little too ironic.. and yeah I really do think..."

Pois é, comigo isso acontece a todo momento.

Na primeira vez, tinha um carinha que ficava no meu pé no meu estágio. Mas me controlei, pois meu chefe era durão. Vai que este carinha fosse um canalha e espalhasse para todo mundo? Com o tempo descobri que ele não era canalha, só que já era tarde. Encontrei ela na maior pegação com a namorada no estacionamento do trabalho. Ele ficou sem graça e eu também. Mas virou página virada.

Teve outro que era lindo, inteligente e apaixonado pela vida. Meu número. Mas aí quem estava namorando era eu. Meu namorado não atendia estes requisitos, porém fiquei na minha pseudo segurança.

Teve outra vez que tinha acabado de sair de um casamento. Estava mal para caralho. Conheci um fofo através de uma amiga. O cara lá conversando comigo e eu falando do meu ex. Ele era o tipinho intelectual, me deu várias dicas de filmes para passar a fase e caiu fora. Eu sou uma idiota de falar sobre o ex com um carinha que era uma gracinha.

E por último, teve o grande amor da minha vida se declarando para mim enquanto eu estava casada. Como assim? Ele só se deu conta que eu era a tampa de sua panela, quando eu já estava cozinhando com outro?

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

O almoço

O telefone toca insistentemente

- Alô.
-Alô. O que você vai fazer hoje na hora do almoço?
- Acho que almoçar, né?
- Vamos malhar?
- Malhar?!? Eu não faço academia. Estou até precisando, mas não sou inscrito em nenhuma. Da onde surgiu esta idéia?
- Seu bobinho, existem vários tipos de malhação. Queria te ver hoje...

Uma risada invade o telefone de Norma.

- Te espero na garagem subterrânea, perto do seu carro.

No almoço. Após a "sessão de malhação".

- Norma por que me chamou para cá?
- Tédio. O tédio faz isso. Nada como uma sessão de sexo para sair do tédio. Estou cansada da rotina. Relações de trabalho vazia, com almoços vazios. Finais de semana iguais. A solidão é a pior das doenças, mata aos poucos, definhando sua mente.
- Não acho que o sexo te tira da rotina. Ele te sacoleja, te acorda, te deixa cansado mas não resolve os problemas de solidão.
-Meu caro, amenizar, às vezes, é melhor do que curar.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Certezas, Mário Quintana

Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.

Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...

E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.

Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...

E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.

Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...

Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros...

Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...

Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Frases soltas

Porque hoje meus pensamentos estão em tópicos.

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De tanto procurar a segurança acabei nada encontrando. A constatação é que a segurança é inexistente.

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Eu preciso escrever para colocar todo este sentimento represado para fora. É por aqui que me revelo, que me coloco e não tenho medo pois estou protegida por uma identidade secreta.

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Conversando com minhas amigas pude perceber que sou tão igual entre tantas, que a escrita é a nossa arte. O verdadeiro gift. Posso ainda não ter atingido o nirvana com o meu dom. Mas a busca do aprimoramento que tenho me dado através do blog pode fazer com que chegue cada vez mais perto dos céus.

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Hoje o arrependimento vai e volta como ondas do mar. Quando a onda vai fico feliz de saber que me arrisquei. Quando a onda volta, percebo que não deveria ter me despido tanto. Sei que tomei a melhor decisão. Mas por que a onda cisma de voltar?

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segunda-feira, 25 de agosto de 2008

O dia que saí com a capa da revista Pais & Filhos

Imagina esta criaturinha fofa daqui a alguns anos. Vinte anos no máximo. Este bebê não parece capa da revista Pais & Filhos?

Pois é, relembrei ontem tomando o banho, o dia que saí com a capa da Pais & Filhos. Não sou pédofila. Esperei vinte anos.


Na verdade, estava eu num bar perto da minha casa há uns 7 anos atrás bebendo um vinho sozinha. Não tenho o costume de frequentar bares sozinha, mas este era perto da minha casa e sempre encontrava um conhecido.


Então, um dia avistei este menino acima. Ele continuava lindo. Tinha os cabelos negros compridos, preso por um rabo de cavalo. Estes olhos azuis intensos.


Não resisti. Encarei até ser percebida por ele. Em nenhum momento questionei as minhas atitudes. Eu queria este homem e o teria. Só não sabia se ele queria também.


Ele era um pouco tímido, mas os amigos incentivaram que ele se aproximasse de mim. Estava tão fácil para ele que não tinha como me recusar. A conversa fluiu, não era só um rostinho de bebê bonito. Ele era interessante também. E um beijo bom.


Poderia ter me apaixonado, mas não rolou pelo pouco tempo que saímos juntos. Ele me levou para vários bares underground e nossas saídas foram boas. Mas, infelizmente, acabou.


Antes de acabar porém, ele acabou me confidenciado do seu primeiro ensaio fotográfico. Ele teve a carreira mais breve de modelo e tinha sido eleito o bebê mais fofo da revista. Nunca mais o vi.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Autoconhecimento



Vahalla é um personagem que li e gostei da sonoridade do seu nome na época que li o livro "As valkírias". E resolvi usar este nome como nickname na internet por vários anos.
Me sentia poderosa com este nome que eu me dei. Depois descobrir que Vahalla na verdade se origina de Valhala. Graças a um amigo meu aficcionado por quadrinhos. Então o significado da Valhalla é:

Valhalla, Valhalla ou Walhala (há, ainda, quem use a forma original, Valhol) na Mitologia Nórdica ou Escandinava é o local onde os guerreiros vikings eram recebidos após terem morrido, com honra, em batalha.

Odin teria ouvido que iriam matar todos os seus filhos e demais guerreiros. Curioso e precavido, achegou-se a Deusa da Sabedoria, um oráculo, que não quis lhe revelar a veracidade do boato. Insistente, Odin teria a seduzido resultado em nove filhas conhecidas como Walkirias, Walkyrjor ou Walkirias.

Odin, então, ordenara a uma delas, que foi incumbida de contruir e organizar um castelo mágico, Castelo de Valhala, em Asgard (A terra dos deuses nórdicos), para onde seriam enviados todos os guerreiros Aesir mortos em batalha, os Einherjar.

Nele os guerreiros mortos em batalha, seriam imortais e recompensados diariamente com "justas" (lutas entre sí) de dia, e, grandes banquetes e orgias a noite. Para que pudessem usufruir de tudo isso, a condição imposta seria a de proteger o Castelo Valhala.

Era o palácio preferido pelo deus Odin, onde as almas dos guerreiros sacrificados e mortos em combate serviriam a ele. Lá, eles nunca morreriam e passariam a eternidade treinando, esperando apenas pelo Ragnarök. O castelo de Valhala era protegido por Walkirias (mulheres guerreiras que podem ser comparadas às Amazonas).
Fonte: Wikipedia

Então resolvi reler e conhecer um pouco mais da Vahalla do livro. Ela comandava as Valkírias (do título) no deserto americano e todas eram amazonas. Vahalla era uma sedutora ruiva de cabelos cacheados. Tudo que eu gostaria de ter nascido.

As walkírias também são orginárias da cultura nórdica, segue definição:

Na mitologia nórdica, as valquírias eram deidades menores, servas de Odin. O termo deriva do nórdico antigo valkyrja (algo como "as que selecionam os mortos em batalha"). Nos séculos VIII e IX o termo usado era wælcyrge.

As valquírias eram belas jovens mulheres louras de olhos azuis, que montadas em cavalos alados e armadas com elmos e lanças, sobrevoavam os campos de batalha escolhendo quais guerreiros, os mais bravos, recém-abatidos entrariam no Valhala. Elas o faziam por ordem e benefício de Odin, que precisava de muitos guerreiros corajosos para a batalha vindoura do Ragnarok.

As valquírias escoltavam esses heróis, que eram conhecidos como Einherjar, para Valhala, o salão de Odin. Lá, os escolhidos lutariam todos os dias e festejariam todas as noites em preparação ao Ragnarok, quando ajudariam a defender Asgard na batalha final, em que os deuses morreriam.
Devido a um acordo de Odin com a deusa Freya, que chefiava as valquírias, metade desses guerreiros e todas as mulheres mortas em batalha eram levadas para o palácio da deusa.

As valquírias cavalgavam nos céus com armaduras brilhantes e ajudavam a determinar o vitorioso das batalhas e o curso das guerras. Elas também serviam a Odin como mensageiras e quando cavalgavam como tais, suas armaduras faiscavam causando o estranho fenômeno atmosférico chamado de Aurora Boreal.

The Valkyrie's Vigil ("A Vigília da valquíria"), de Edward Robert Hughes. As valquírias originais eram Brynhild ou Brynhildr ("correspondente de batalha", muitas vezes confundida Brunhilde, da Saga dos Nibelungos), Sigrun ("runa da vitória"), Kara, Mist, Skogul ("batalha"), Prour ("força"), Herfjotur ("grilhão de guerra"), Raogrior ("paz do deus"), Gunnr ("lança da batalha"), Skuld ("aquela que se torna"), Sigrdrifa ("nevasca da vitória"), Svava, Hrist ("a agitadora"), Skeggjold ("usando um machado de guerra"), Hildr ("batalha"), Hlokk ("estrondo de guerra"), Goll ou Göll ("choro da batalha"), Randgrior ("escudo de paz"), Reginleif ("herança dos deuses"), Rota ("aquela que causa tumulto") e Gondul ou Göndul ("varinha encantada" ou "lobisomem"). Richard Wagner compôs uma imponente ópera chamada "As Valquírias" (Die Walküre).

Fonte: Wikipedia

Então relembrei com carinho uma época da minha vida que acreditava em magia, na Vahalla que tinha dentro de mim, na minha força interior e no poder da sedução.

Sou um pouco convencida por me apropriar de um nome que parece um purgatório bem à moda pagã, que carrega vários guerreiros dentro de si que se degladiavam durante o dia e faziam
orgias a noite.

Mas quem se importa.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

O encontro

Fazia tempo que não a via. Quando ela chegou na sua moto, colocando aquele cabeleira ondulada e ruiva para fora do capacete, não sabia o que fazia. Minha vontade era de sair correndo e abraçá-la, mas não sabia qual seria sua reação.

Então fui andando em sua direção calmamente e controlando a minha emoção de revê-la. Uma amiga que você não vê mais de 10 anos, tem de tomar cuidado com as atitudes. Eu a magoei muitas vezes com a minha distância. Então todo cuidado era pouco.

Quando abracei, não chorei, me controlei. Porém ela percebeu toda a minha emoção. Ela me conhece. Sabe que na sua presença fico mais vulnerável. Nada disse e eu também nada falei.

Eu só queria me enroscar na sua cabeleira longa e vermelha. Queria aquele colo. Só ela me entenderia tão profundamente. Por mais que estivesse magoada comigo, ela nada falaria. Como somos tão previsíveis uma para a outra.

Fomos para um canto mais reservado, ela sentou e assim me meti no meio das suas longas pernas. Brinquei com os anéis do cabelo. E chorei. Comecei com lágrimas que não cessavam. Depois solucei. Não imagino o que passava pela sua cabeça, mas se manteve quieta durante este processo tão doloroso para mim.

Quando o o silêncio começou a me incomodar, acabei dizendo que já tinha esquecido de como era linda. A gargalhada escandalosa me deixou envergonhada. Então com aqueles olhos intensos me olhando disse que não imaginava que me tornaria tão bonita com este caminho de merda que eu escolhi.

Afirmou que só aconteceu por genética. Mas depois ficou me olhando e admitiu que as porradas que levei me deixaram com cicatrizes que pareciam tatuagens. E que estava muito sexy depois de tanta desilusão. Como um caminho de merda poderia ter me feito ficar mais bonita.

Xingou meia dúzias de caralhos e disse meio a contra gosto que não tinha previsto isso. E que imaginava que um dia iria me transformar numa bola de carne de gordura. Só quem traí seus instintos acabam virando algo pior, explicou ela. Eu mesmo na dor transformei a minha beleza para algo bom para mim. Só quem trazia luz como eu, poderia fazer um negócio destes.

Neste momento percebi o avançar das horas e decidi partir. Mantivemos uma postura bem fria na despedida. Mas sei que depois que Vahalla voltou a minha vida, ela nunca mais será a mesma.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Vahalla

"A gente sempre destrói aquilo que mais ama em campo aberto, ou numa emboscada; alguns com a leveza do carinho outros com a dureza da palavra; os covardes destroem com um beijo, os valentes, destroem com a espada.*" - trecho do livro "As Valkírias - Paulo Coelho"

Tantas coisas para escrever que nem sei por onde começar. Só sei que vou reler "As valkírias". A Vahalla me espera. Faz muito tempo que não a encontro. Mas sinto que ela cada vez está mais perto, cada vez observa as coisas com distância.

Quanto as outras coisas, vou pensar e depois coloco aqui.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Um blog, um filme e um livro

Comecei a ler hoje e não desgrudei mais. Tem outros que leio diariamente. Mas este em especial me lembrou da época que me apaixonava só pelos CAFA. Leia o blog para entender. Dicas valiosas.




Vi o filme na estréia, mesmo querendo ver Batman. Amei a Camila o que me incentivou a criar este blog. Quanto ao filme foi de uma identificação rara ultimamente. Recomendo. Foi super merecido os 2 Kikitos. Entre no blog do filme.


Ando muito sexual. O livro consegue falar do Cú e suas propriedades sem ser chulo e grosseiro. Uma história envolvente e excitante. Recomendo a leitura para aqueles que possam extravasar sua excitação logo após de ler o livro. Não foi o meu caso, que é lamentável.










segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Um e-mail...


Oi.

Na sua ausência, você está presente. Não tente entender este e-mail, ele não tem explicação. Achei que o escrevi merecia mais do que aquele e-mail de sinto muito. Vc não é tão bonzinho e eu tb não.

Só sei que preciso conversar com vc, colocar as minhas idéias arrumadas. Sinto falta de conversar com pessoas inteligentes fora do meu convívio. Pq vc está sempre presente em momentos importantes?

O que vc anda pensando? Eu posso sentir daqui. Que canal é este que abri com vc? Só sei que não consigo explicar que a falta de notícias (que vc pode dar o nome do que vc quiser) não está me fazendo bem.

Vc ainda acha que vale a pena conversar comigo?

Alma


"Se eu tivesse mais alma pra dar

Eu daria, isso pra mim é viver."

Djavan - Linha do Equador

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Nada demais

Estou desanimada, quando passar escrevo algo. Enquanto isso seguem umas musiquinhas.

Maresia (Se eu fosse um marinheiro)
Composição: Adriana Calcanhoto

O meu amor me deixou
Levou minha identidade
Não sei mais bem onde estou
Nem onde a realidade
Ah, se eu fosse marinheiro
Era eu quem tinha partido
Mas meu coração ligeiro
Não se teria partido
Ou se partisse colava
Com cola de maresia
Eu amava e desamava
Sem peso e com poesia
Ah, se eu fosse marinheiro
Seria doce meu lar
Não só o Rio de Janeiro
A imensidão e o mar
Leste oeste norte e sul
Onde um homem se situa
Quando o sol sobre o azul
Ou quando no mar a lua
Não buscaria conforto nem juntaria dinheiro
Um amor em cada porto
Ah, se eu fosse marinheiro.

Esquadros
Adriana Calcanhotto

Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo]
Cores!Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora
Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...
Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?
Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me
Eu canto para quem?
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...
Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...
Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Você tem experiência?

Num processo de seleção de uma grande empresa, os candidatos deveriam responder à seguinte pergunta: “Você tem experiência?”. A redação a seguir foi desenvolvida por um dos candidatos.

REDAÇÃO VENCEDORA

Já fiz cóceguinhas na minha irmã
só pra ela parar de chorar,
já me queimei brincando com vela.
Já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto,
já conversei com o espelho,
e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.

Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.

Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Peguei atalho errado
e continuo andando pelo desconhecido.

Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro,
já me cortei fazendo a barba apressado,
já chorei ouvindo música no ônibus.

Já tentei esquecer algumas pessoas,
mas descobri que essas
são as mais difíceis de se esquecer.
Já subi escondido no telhado
pra tentar pegar estrelas,
já subi em árvore pra roubar fruta,
já caí da escada de bunda.

Já fiz juras eternas,
já escrevi no muro da escola,
já chorei sentado no chão do banheiro,
já fugi de casa pra sempre
e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando,
já fiquei sozinho no meio de mil pessoas
sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado, já me joguei na piscina sem vontade de voltar,
já bebi uísque até sentir dormentes os meus lábios,
já olhei a cidade de cima
e mesmo assim não encontrei meu lugar.

Já senti medo do escuro,
já tremi de nervoso,
já quase morri de amor,
mas renasci novamente
pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite
e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua,
já gritei de felicidade,
já roubei rosas num enorme jardim.

Já me apaixonei e achei que era para sempre,
mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada
e vi a Lua virar Sol,
já chorei por ver amigos partindo,
mas descobri que logo chegam novos,
e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas,
momentos fotografados
pelas lentes da emoção, guardados num baú chamado coração.
E agora um formulário me interroga,
me encosta na parede e grita:
"Qual sua experiência?"
Essa pergunta ecoa no meu cérebro:
experiência... experiência...
Será que ser "plantador de sorrisos"
é uma boa experiência?
Não!
Talvez eles não saibam ainda colher sonhos!

Agora, gostaria de indagar uma pequena coisa
para quem formulou esta pergunta: Experiência?
Quem a tem, se a todo momento tudo se renova?

terça-feira, 12 de agosto de 2008

As melhores histórias de amor no cinema, segundo eu mesma

Tentei fazer uma lista com dez mais, mas foi impossível. Isso porque limei vários que eu gosto muito (como Titanic que chorei do começo ao fim), mas o critério escolhido foram os filmes que gosto e não me canso de rever. O ranking:

18-Tudo Acontece em Elizabethtown
Ocupa esta posição por eu adorar road movie e conversas no telefone que nunca terminam. Adoro os diálogos.
Sinopse
Cameron Crowe, o mesmo diretor de Jerry Maguire A Grande Virada e Quase Famosos, prova que sabe muito bem como contar uma romântica história com muito humor. Orlando Bloom, é um famoso e bem sucedido designer Drew Baylor. Ele leva uma vida confortável e controlada até que é obrigado a voltar para sua cidade natal, Elizabethtown, para visitar sua família. Lá acaba encontrando a bela Claire (Kirsten Dunst), uma garota sensível e sempre alto astral. É ela quem vai guiá-lo nesse novo caminho e ajudá-lo a reencontrar a alegria de viver, assim como a redescoberta do amor.




17-Romeu e Julieta
Porque é um clássico de história de amor e porque a maioria dos filmes aqui nesta lista foram oferecidos por pessoas que gostei mais que devia. Este filme é um dos casos.
Sinopse
Bela e pouco convencional adaptação de Baz Luhrmann para a clássica hitória de amor de William Shakespeare está abençoada.Leonardo DiCaprio (A Praia) e Claire Danes (Mod Squad) retratam Romeu e Julieta, os jovens predestinados amantes do passado. Mas a colocação foi transportada de suas origens Elizabethanas para a futurista e agitada cidade de Verona Beach.




16-O Diário de Bridget Jones
Porque acho que o Hugh Grant está irresistível no filme e torço para um final feliz entre ele e a protagonista. Adoro aquele olha cínico dele. Me dá arrepios. E pq acho que este filme é uma mãe de Sex and the City.
Sinopse
Desde os primeiros minutos você vai achar que já conhece Bridget de algum lugar. Ela está na faixa dos 30 anos, é solteira, mora numa cidade grande, quer parar de fumar, acha que está marcando passo no emprego, tomou a firme decisão de fazer ginástica e aprender a programar o seu videocassete. Enfim, ela quer tomar as rédeas de sua e conta com seu bom humor para enfrentar os obstáculos da vida cotidiana.



15-A Bela e a Fera
Pq desde de menina descobri que o príncipe encantado não estava com nada, prefiro a fera.
Sinopse
O Príncipe é transformado por feiticeira em besta. Para quebrar o encanto, ele deverá conquistar o amor de uma moça pura e singela. Eis que chega ao castelo, em busca de seu pai perdido, a Bela, que presa pela Fera, pouco a pouco passa a entendê-la melhor. Oscar de trilha sonora e canção.





14-Doce Lar
Pq adoro a história do mocinho esperar pela mocinha. Pq gosto das mocinhas que são más e adoro quando elas percebem que o grande amor da vida delas está mais perto que ela imagina. Este filme tem semelhanças com o 1º lugar deste ranking.
Sinopse
Melanie Carmichael (Reese Wiyherspoon - Legalmente Loira) tem tudo: uma carreira brilhante em Nova York e está prestes a fisgar o solteiro mais cobiçado da cidade. Porém para viver esse conto de fadas, ela precisa se livrar do seu passado e do seu ex-marido Jake (Josh Lucas) - Uma Mente Brilhante). Agora, de volta ao Alabama, suas lembranças a envolvem e sua vida perfeita vira de ponta-cabeça.



13-Don Juan DeMarco
Foi um dia meu filme preferido de adolescente, até eu ver de novo e ver que não era bem assim. De qq forma quero um homem que me dê orgasmo somente beijando a minha mão.
Sinopse
Um rapaz usando uma máscara negra, ameaça jogar-se do alto de um edifício. O jovem afirma ser um Don Juan, o lendário conquistador de mulheres. POr ter perdido deu primeiro e verdadeiro amor, caiu em estado de profunda depressão. O psiquiatra Jack Mickler é chamado para salvá-lo. No início, o psiquiatra parece cansado, pronto para se aposentar, mas a medida que "Don Juan" comaça a descrever sua vida amorosa, jack sente-se revigorado. Ambos se envolvem num curioso relacionamento que beneficia até a mulher do psiquiatra, sempre relegada a segundo plano pelo marido.


12-Casamento Grego
Pq amo histórias de patinho feio.
Sinopse
Toula Portokalos (Nia Vardalos) tem 30 anos, é grega e trabalha no restaurante da família, o Dancing Zorba´s, em Chicago. Por causa de sua idade, o maior sonho de seu pai, Gus (Michael Constantine), é vê-la casada. Com um grego, claro. Mas ela quer algo a mais para sua vida. Com a ajuda da mãe, Toula consegue convencer o pai de que precisa fazer aulas de informática e começa a cuidar mais do visual. Para completar a mudança, decide largar o emprego no restaurante e arranja um trabalho na empresa de turismo da tia. Lá ela reencontra o bonitão Ian Miller (John Corbett), um professor colegial que Toula já vira no restaurante do pai. Os dois se apaixonam e começam a namorar secretamente porque Miller é inglês (e não o grego que Gus sempre sonhou). O problema é que o casal logo é descoberto, iniciando um processo de aceitação: o pai precisa aceitar o namorado da filha, Ian precisa aceitar algumas tradições gregas e Toula precisa aceitar a si mesma.

11-De Repente é Amor
Porque me lembra uma história com encontros e desencontros.
Sinopse
Oliver (Ashton Kutcher) e Emily (Amanda Peet) se conhecem em um vôo que cruza os Estados Unidos. Ele é um recém-formado que procura seguir um cronograma rígido para sua vida, de forma que consiga alcançar o sucesso profissional o mais rapidamente possível. Já ela, é espontânea e indisciplinada, do tipo que prefere ver aonde a vida leva ao invés de fazer planos para o futuro. Oliver e Emily imediatamente sentem atração um pelo outro, mas as características de ambos são incompatíveis. Durante os 7 anos seguintes eles se encontram periodicamente, mas tudo parece conspirar para que eles sempre estejam separados.



10-Uma Linda Mulher
Pq é um clássico, pq gosto de histórias de Cinderela. E tem Richard Gere. E Julia Roberts é minha preferida, vai aparecer várias vezes no ranking.

Sinopse
Financista nova-iorquino perde-se no Hollywood Boulevard, em Los Angeles. Pede ajuda a uma prostituta, encanta-se com sua alegria e simplicidade e paga-lhe para que permaneça uma semana com ele. Enquanto a garota de programa que após o encontro com um lindo cliente (Gere), aparentemente igual aos outros, se vê completamente apaixonada. O casal criou de imediato uma rara e feliz empatia com o público neste conto de fadas moderno, uma retomada do mito de Cinderela.


9-Antes do Amanhecer e Antes do Pôr-do-Sol
Precisei colocar os dois juntos, pois um é continuação do outro. O primeiro vi adolescente, o segundo vi por indicação de uma pessoa especial. Adoro os diálogos e os amores impossíveis.



Sinopses
Jesse (Ethan Hawke), um jovem americano, e Celine (Julie Delpy), uma estudante francesa, se encontram casualmente no trem para Viena e logo começam a conversar. Ele a convence a desembarcar em Viena e gradativamente vão se envolvendo em uma paixão crescente. Mas existe uma verdade inevitável: no dia seguinte ela irá para Paris e ele voltará ao Estados Unidos. Com isso, resta aos dois apaixonados aproveitar o máximo o pouco tempo que lhes resta.
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Jesse (Ethan Hawke)e Celine (Julie Delpy) se conheceram há nove anos, em um trem que ia de Budapeste a Viena. Depois de terem se separado nessa viagem, eles se reencontram quando ele volta a Paris para divulgar seu novo livro. Como, mais uma vez, eles têm poucas horas para ficar juntos, eles passeiam pela capital francesa enquanto contam sobre suas experiências nesses últimos anos. Continuação de Antes do Amanhecer.




8-Como Se Fosse a Primeira Vez
Porque é cute! Por incrível que pareça, tenho atração pelo Adam Sandler a acho fofo este lance de conquistar diariamente.

Sinopse
Henry Roth (Adam Sandler) é um veterinário paquerador, que vive no Havaí e é famoso pelo grande número de garotas que conquista. Seu novo alvo é Lucy Whitmore (Drew Barrymore), que está de férias no local e por quem Henry se apaixona perdidamente. Porém há um problema: Lucy sofre de falta de memória de curto prazo, o que faz com que ela rapidamente se esqueça de fatos que acabaram de acontecer. Com isso Henry é obrigado a conquistá-la, dia após dia, para ficar ao seu lado.



7- Closer - Perto Demais
Mais um da Julia Roberts, mas quem brilha é Natalie Portman. Acho o filme mais próximo da realidade do que todos expostos neste ranking. Dialógos densos e sinceros. Mais um da lista de sugestões de uma pessoa especial.

Sinopse
Anna (Julia Roberts) é uma fotógrafa apaixonada por seu namorado, Larry (Clive Owen). Jude Law é Dan que, por sua vez, apaixonou-se à primeira vista por Alice (Natalie Portman). Mas, quando esses dois casais se encontram, tudo que eles pensavam sobre amor e fidelidade é colocado à prova.




6-Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças
Não existe uma pessoa que ao término de um relacionamento, não quer uma solução de esquecimento rápida da pessoa amada. A parte mais difícil do fim, o esquecimento. Gostaria de ter uma máquina desta em casa.
Sinopse
Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet) formavam um casal que durante anos tentaram fazer com que o relacionamento entre ambos desse certo. Desiludida com o fracasso, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para tanto, aceita se submeter a um tratamento experimental, que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Após saber de sua atitude Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo. Decidido a superar a questão, Joel também se submete ao tratamento experimental. Porém ele acaba desistindo de tentar esquecê-la e começa a encaixar Clementine em momentos de sua memória os quais ela não participa.

5-Simplesmente Amor
Eu acho este filme com uma grande sensibilidade. O menino e o seu primeiro amor, a história da cinderela (Hugh Grant como o príncipe, no caso Primeiro ministro), o Rodrigo Santoro como bonitão do escritório, o amor imposível pela mulher do seu amigo, o casal com muitos anos de casado, o amor entre línguas diferentes. Todas as histórias são cativantes.
Sinopse
O novo Primeiro-Ministro da Inglaterra (Hugh Grant) se apaixona por uma de suas funcionárias, Natalie (Martine McCutcheon). Numa tentativa de curar seu coração, um escritor (Colin Firth) parte para o sul da França e lá acaba se apaixonando. Karen (Emma Thompson) desconfia que Harry (Alan Rickman), seu marido, a está traindo. Juliet (Keira Knightley), que se casou recentemente, desconfia dos olhares e intenções de Mark (Andrew Lincoln), o melhor amigo de seu marido. Sam (Thomas Sangster) tem por objetivo chamar a atenção da garota mais difícil da escola. Sarah (Laura Linney) enfim tem a grande chance de sair com Karl (Rodrigo Santoro), por quem mantém uma paixão silenciosa. Billy Mack (Bill Nighy) busca retomar sua carreira como astro do rock. A vida de todos estes personagens se entrelaçam e são modificadas pela presença do amor em suas vidas.

4-Um Lugar Chamado Notting Hill
Porque a trilha sonora é a melhor de todas e só isso já basta. Não tem como não chorar ao ouvir She de Elvis Costello. E tem meus atores preferidos de comédia romântica, Julia Roberts e Hugh Grant.

Sinopse
Anna Scott (Julia Roberts) é a atriz de cinema mais famosa do mundo. Suas fotos aparecem nas capas de todas as revistas e qualquer movimento que faça todo mundo fica sabendo. William Thacker (Hugh Grant) possui uma livraria no extravagante bairro de Notting Hill. Seu negócio está estagnado, ele divide o apartamento com um cara horroroso e sua vida amorosa é totalmente inexistente. Até que um dia seus caminhos se cruzam e eles ficam diante de uma questão crucial: duas pessoas podem se apaixonar com o mundo inteiro observando?


3-10 coisas que odeio em você
Mais uma história Skakespeareana. Adoro demonstrações de afeto em público e sonho com um dia alguém contratando uma banda e cantando para "I can´t take my eyes off you".

Sinopse
Nova adaptação do clássico "A megera domada", desta vez com seus personagens tendo como pano de fundo uma escola de 2º grau americana. A situação está tensa na cada dos Stratford. Bianca não vê a hora de arranjar um namorado, mas seu pai não permite que ela saia com garotos. Após muita insistência, o pai toma uma resolução: Bianca pode namorar, desde que sua irmã, Katharina namore também. Só que Katharina é uma verdadeira megera, que não tem amigos na escola nem em lugar algum. Para resolver a questão, Cameron apaixonado por Bianca, resolve custear Patrick Verona na tentativa de fazer com que Katharina se apaixone por ele.


2-O Casamento do Meu Melhor Amigo
Porque fui a única no cinema fiquei chorando no fim do filme. Chorei de soluçar. Vi este filme sozinha e adoro a Julia Robert com um personagem principal totalmente incorreto. E tem a cena deles cantando "I say a little prayer for you". E tem o o amigo gay George,quem precisa de um Michael quando se tem o George.

Sinopse
Julia Roberts está encantadora como Julianne, uma determinada garota que se descobre apaixonada por Michael (Dermot Mulroney), seu antigo namorado e agora melhor amigo. Mas existe apenas um problema: ele está prestes a se casar com outra pessoa. Desesperada, ela tem apenas quatro dias (e uma porção de planos) para tê-lo de volta. Você está convidado para esta festa divertida que foi sucesso em todo mundo. Uma encantadora comédia romântica.


1-E o Vento Levou
Porque me identifico com a Scarlett, com a Juliane, com Catarina, com Clementine, com Jane/Alice, com Emily, com Melanie. E nenhuma delas é o primor de mocinha. Todas elas são egoístas e não medem esforços para conseguir o que elas querem. Porém Scarlet é mais egoísta de todas. Choro de soluçar quando Rhett abandona Scarlett na escada.
Sinopse

Uma produção de David O. Selznich, E O Vento Levou, de Margaret Mitchell, é " a produção mais bem-sucedida de Hollywood" disse Leonard Maltin, do Entertainment Tonight. Sob seu ponto de vista, "parece melhor com o passar dos anos". Este romance ambientado durante a Guerra Civil Americana ganhou um impressionante número de 10 Oscar (Incluindo Melhor Filme)" e seus imortais personagens, Scarlet (Vivien Leigh), Rhett (Clark Gable), Ashley (Leslie Howard), Melaine (Olivia de Havilland), Mammy (Hattie McDaniel) e Prissy (Butterfly McQueen) popularizam esse épico de apelo permanente a todas as gerações.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Dia dos pais

Como entender esta relação tão difícil e delicada com meu pai. Minha forma de amar os homens está intrisicamente ligado a forma no qual amo meu pai.


Só consigo amar, com um pouco de distanciamento (até este momento). Vejo a minha paixão como um homem misterioso, bonito, carinhoso. Mas peraí, são características do meu pai.

Longe de falar algo sobre Freud, não tenho conhecimento e nem paciência. E acho a sexualidade descrita por Freud muito incestuosa e não estou afim de matar nenhuma mulher do meu pai.

Estou curando a minha forma negativa de amar os homens reaprendendo a amar meu pai.

É duro saber que não é preferida, que você tem outras mulheres a quem dividir o meu amor. E não estou contando com a minha mãe. Por isso pra mim é tão mais fácil ser a outra das relações.

O lado bom de ser a outra é a liberdade que tenho. Não tenho o compromisso das relações. O lado bom de não ser a preferida do meu pai é que a culpa que ele carrega de saber disso me deixa livre para eu ser o que quero.

Estou cansada de ter papéis secundários na minha própria vida. Está na hora de eu dar uma guinada e definitivamente ser a protagonista. E tudo está ali naquele homem, que já é um senhor, que já quase morreu, que é triste, debochado, tímido e um tanto contido.

Te amo pai.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ações


Ihhhhh!!! Fiz caca...


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tatuagem (Chico Buarque - Ruy Guerra)

Quero ficar no teu corpo/ Feito tatuagem / Que é prá te dar coragem / Prá seguir viagem / Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar / Em tua escrava / Que você pega, esfrega / Nega, mas não lava...
Quero brincar no teu corpo/ Feito bailarina/ Que logo se alucina/ Salta e te ilumina/ Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos/ Do teu braço/ Repousar frouxa, murcha/ Farta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz/ Nas tuas costas/ Que te retalha em postas/ Mas no fundo gostas/ Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz/ Risonha e corrosiva/ Marcada a frio/ Ferro e fogo/ Em carne viva... Corações de mãe, arpões/ Sereias e serpentes/ Que te rabiscam/ O corpo todo/ Mas não sentes...


Cena de xXx, com Vin Diesel

Não sei mais o que faço para aplacar a saudade de que sinto do teu corpo. Não consigo me concentrar nas tarefas diárias. Estamos separados há tanto tempo. Porque estava vontade persiste? Não quero fazer com que minhas palavras se percam. Nem sei, se depois de tudo que expus, você ainda me quer nos seus braços.

Não consigo entender a saudade que você não sente. Como esquecer a intensidade do nosso gozo. Porque para mim são sempre mais intensos do que para eles. Como explicar para meu dsejo que seu objeto está perdido por aí.

Porque sempre eu tenho que explicar ao meu desejo, quando um homem parte. Aceitar a despedida mas como explicar pra saudade. Saudade da sua língua, saudade das sua mãos, saudade do seu membro.

Como lidar com estes sentimentos. As vezes quero colocar tudo a perder, por causa de uma saudadezinha. Como frear a tigresa de dentro de mim. Uma tigresa enjaulada que a todo momento quer fugir.

Porque você não parace? Tira esta culpa de mim. Deixa eu colocar a culpa em você. Deixa eu ser sua vítima. A desculpa, não te resisto, NUNCA. Porque você está tão distante? Se você estivesse mais perto, seria muito mais fácil sucumbir sem culpa e sem arrependimentos.

Mas como te procurar, se assim assumirei os meus erros, as minhas falhas. Não posso colocar tudo a perder. Mas o que perderei? A dignidade fingida. A moral esquecida. Os valores inexistentes.

O desejo mais profundo é aplacar o desejo mais genuíno e intenso. Como fugir de mim mesma?

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Juventude

Odeio a juventude. A possibilidade de começar a escrever sua história.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

No casamento


*Não confundir tal conto, com fatos, eventos, lugares ou pessoas reais, cuja qualquer semelhança será mera coincidência.*

Sabe aqueles dias que você sai com pré disposição a bebida e acaba bêbada no banheiro de uma festa vomitando todos os salagadinhos degustados. Logo no casamento da filha do chefe ultra-conservador.

Sou uma secretária executiva de uma empresa familiar de médio porte. Tenho 35 anos e estou solteira. Quando entrei naquela empresa sabia que ela não tolerava romance entre os funcionários. Mas fiquei de quatro pelo advogado da empresa.

Bebi todas para esquecer, não era possível que o meu material de desejo, olhava com desejo para mim. Eu disfarcei tão bem ao longo dos meses, que até a copeira, minha melhor amiga, me pediu para ser menos sutil.

Mas eu não queria ser menos sutil. Deixa quieto este tesão encubado. Mas ele estava me olhando dançar. Eu tenho que curar esta bebedeira. Não tem mais nada para vomitar. Vou jogar água no meu rosto, retocar a maquiagem e ir embora. Já dei vexame na festa do chefe.

Ao sair do banheiro dei de cara com Alex, o advogado bonitão.

-Sr. Fernandes me pediu para aguardar você e vê se estava tudo bem?
- Obrigada pela atenção, estou bem, mas preciso ir embora. - despitando qualquer interesse
- Eu estou cansado também. Acho melhor eu te levar. Táxi nesta cidade não é muito confiável.
- Não precisa - eu até queria que ele me levasse, mas fiquei com medo da reação do chefe
- Eu te levarei e o sr. Fernandes não se incomodaria que eu levasse sua secretária.

Durante o trajeto até a minha casa, estava passando tão mal que não conseguia articular minhas palavras. Tudo que eu queria era agarrar aquele homem. Então ele foi conversando sobre as dificuldades de morar longe da família no Rio de Janeiro, que se sentia muito só e que as cariocas não davam bola pra ele.

Chegando no portão do meu apartamento, na hora da despedida, o homem me beijou. Eu nunca imaginei que o beijo dele era tão intenso. Fiquei preocupada com meu hálito após vômito e larguei seus lábios.

- Desculpa, eu não deveria ter sido tão atirado.
- Vamos esquecer isso, muito obrigada pela carona. - já estava abrindo a porta do carro, quando o homem desembesta a falar.
- Eu sei que o romance entre os funcionários está proibido na nossa empresa. Mas não consegui te resistir hoje. Você estava mais bonita que a noiva. Me dê mais uma chance, quero muito te conhecer melhor.

Antes que eu me arrependesse, fiz sinal para ele me seguir. Não conseguia falar nada e nem queria falar nada. Subimos mudo no elevador. Abri a porta do meu apartamento, fui direto ao banheiro e escovei os dentes. Quando voltei percebi que ele estava sem o paletó, me olhando com aquele jeito que me deixava louca de tesão.

Não pensei duas vezes (o álcool me ajudou bastante, pois sou tímida demais) e tirei meu vestido em pé de frente a ele. O homem veio que nem um touro atrás do toureiro. Foi tanto desejo. Mas depois não lembro de mais nada.

Acordei com ele ao meu lado, nós dois nus de conchinha. Faço um movimento e acordo ele. Minha vontade é me esconder. Porém, ele me dá um sorriso (até acordando este cara é um gato) que me deixa sem ação.

Devo ter feito uma cara muito preocupada, porque logo ele me responde:

- Não aconteceu nada entre a gente, você desmaiou logo depois que nos beijamos aqui no apartamento. Não gosto de transar com uma mulher que estava bêbada e desmaiada. Fiquei esperando para vê se você acordava, tirei a minha roupa, mas você realmente apagou e eu apaguei.

Porque ele estava sendo tão sincero? isso me deixava com mais desejo nele, então tentando me articular o melhor possível emendei.

- Acho que foi um erro ter chegado até aqui. Não deveríamos ter saído juntos da festa, você não deveria ter me beijado e muito menos subido. Confesso minha culpa, mas não estava no meu juízo perfeito. Eu posso ser mandada embora após esta noite e preciso muito do emprego.

- Desculpe, não quero que você perca seu emprego e nem quero perder o meu. Mas nunca desejei uma mulher como te desejei ontem e como estou desejando hoje. Mas se for realmente para eu perder o emprego, espero que não seja sem ter aproveitado esta noite ou este dia. Não negue seu desejo por mim, posso sentir nos seus beijos.

E aí, o homem pula em cima de mim e eu não tive como resistir. Tivemos a melhor transa matinal da minha vida. O sexo oral que ele fez foi algo indescritível. Gozamos feito dois animais. Fazia tempo que não sentia tão viva.

Ele brincou com meus cachos e disse no meu ouvido que queria passar o domingo ao meu lado. Que ele me levaria até a casa dele para ele se trocar e que nós passaríamos o domingo juntos. Fiquei preocupada de cruzar com algum conhecido e ele me garantiu que me levaria num lugar que ninguém nos conhecesse.

Sabia que onde ele morava poderia cruzar com alguém da empresa, mas como ainda estava cedo não encontramos ninguém. Ele me levou para conhecer a casa dos avós dele materno em Petropólis. Era um lugar lindo. A casa só tinha os empregados, pois estava à venda.

Andando de cavalo, ele começou a me contar que sempre me olhava, mas que nunca consegui perceber meu interesse. Mas no casamento, algo dizia para ele que deveria chegar em mim. Que ele estava pensando em ir embora do RJ e não gostaria de sair daqui com a dúvida de como eu seria.

Fiquei apavorada quando ele disse que ia embora, mas somente perguntei porque ele iria embora. Alex me respondeu que continuava se sentindo só e que estava disposto a abrir mão da carreira e tentar viver junto da família e dos amigos. Mas agora ele estava muito confuso, ele nunca tinha parado para pensar se a minha reação fosse de sair com ele.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Medo de voar

* Extraído do livro "Medo de Voar", de 1973, autora Erica Jong. É um pequeno trecho do primeiro capítulo "A Caminho do congresso dos sonhos ou a foda sem zíper" *

...O que todos os anúncios e todas as revistas masculinas pareciam sugerir era que se você, ao menos, fosse suficientemente narcisista, se tomasse os devidos cuidados com seu odor, seus cabelos, peitos, cílios, axilas, sua região púbica, seu horóscopo, suas cicatrizes e com a escolha da marca do uísque no bar - haveria de encontrar um homem rico, bonito, poderoso e potente que satisfaria cada desejo seu, preencheria todos os buracos, faria seu coração dar um salto (ou parar de bater), a faria sonhar e a levaria até a lua (de preferência sobre asas diáfanas), onde você viveria totalmente feliz para sempre.

E o aspecto mais doido disso tudo era que, mesmo se você fosse inteligente, mesmo que passasse sua adolescência lendo John Donne e Shaw, mesmo que estudasse história ou zoologia ou física e esperasse dedicar a vida seguindo alguma carreira difícil e cheia de desafios - ainda assim teria a cabeça cheia daquela baboseiras a que toda ginasiana se entregava. Não faria diferença se o seu QI fosse 170 ou 70, você não escapava da lavagem cerebral. Apenas a aparência exterior era diferente. Apenas o papo era um pouco mais sofisticado. Por baixo de tudo, você sonhava em ser aniquilada pelo amor, ser suspensa no ar, ser preenchida por um pau gigantesco jorrando esperma, espuma de sabão, sedas e cetins e, é claro dinheiro. Ninguém se preocupava em lhe dizer como era o casamento realmente. Você nem possuía, como as moças européias, uma filosofia de cinismo e praticidade. Você esperava não desejar outros homens após o casamento. E esperava que seu marido não desejasse outras mulheres. Então, os desejos surgiam e você se via tomada pelo pânico do auto-desprezo. Como podia ser tão má? Como podia continuar apaixonando-se por homens estranhos? Como podia ficar observando dessa forma o volume que crescia dentro das calças deles? Como podia participar de uma reunião, imaginando a maneira de trepar de cada um dos homens da sala? Como podia viajar num trem, fodendo homens totalmente estranhos com os olhos? Como podia fazer tudo aquilo com seu marido? Alguma vez alguém lhe disse que talvez aquilo não tivesse nada absolutamente a ver com seu marido?



E o que dizer daqueles outros anseios que o casamento sufocava? Aquela vontade de cair na estrada de vez em quando, de descobrir se você ainda conseguiria viver sozinha em sua própria cabeça, descobrir se você conseguiria sobreviver em uma cabana no bosque sem enlouquecer; descobrir, em suma, se ainda era uma pessoa inteira após tantos anos sendo a metade de algo (como o parceiro que faz as patas traseiras de uma fantasia de cavalo no teatro de variedades).


Cinco anos de casamento haviam me feito comichar por todas essas coisas: comichar por homens, comichar por solidão. Sentia cócegas por sexo e por uma vida reclusa. Sabia que essas comichões eram contraditórias - e aquilo tornava as coisas piores. Sabia que as minhas comichões eram antiamericanas - o que tornava as coisas ainda piores. Nos EUA é heresia adotar qualquer modo de vida que não seja como a metade de um casal. A solidão é antiamericana. Pode até ser tolerada num homem - em especial se ele for um "solteiro glamouroso" que "sai com aspirantes a estrela" durante um breve intervalo entre casamentos. Mas se uma mulher é sozinha, sempre se presume que é por ter sido abandonada e não por sua escolha. E ela é tratada de acordo: como pária. Simplesmente não existe uma maneira digna de uma mulher viver sozinha. Oh, ela pode ser bem-sucedida financeiramente, talvez (embora não tanto quanto um homem), mas emocionalmente nunca é deixada em paz. Seus amigos, sua família, seus colegas de trabalho, nuncam a deixam esquecer que o fato de não ter um marido, de não ter filhos - seu egoísmo, em suma -, é uma afronta para o modo de vida americano.






Mais exatamente: a mulher (mesmo sabendo como suas amigas casadas são infelizes) não pode nunca ficar sozinha consigo mesma. Vive como se tivesse constantemente à beira de alguma grande realização. Como se estivesse esperando que o Príncipe Encantado a carregasse para longe "de tudo aquilo". Tudo o quê? A solidão de viver dentro de sua própria alma? A certeza de ser ela mesma e não a metade de outra coisa?


Minha resposta a tudo aquilo não era (ainda não) ter um caso e nem (ainda não) cair na estrada, mas desenvolver minha fantasia da Foda sem Zíper. Que seria mais do que uma foda. Era um ideal platônico...

... Para a verdadeira e definitiva foda sem zíper de primeira classe, era necessário que você não viesse a conhecer o homem muito bem. Eu havia notado, por exemplo, que todas as minhas paixonites se dissolviam tão logo eu me tornava realmente amiga de um homem, começava a compreender seus problemas, ouvia suas queixas com relação à esposa, ou às ex-esposas, à mãe, aos filhos. Depois disso, passava a gostar dele, talvez até amá-lo - porém sem paixão. E o que eu queria era paixão... - ... Depois disso, ele se transformava num inseto preso por um alfinete, num recorte de jornal plastificado. Eu poderia apreciar sua companhia, até admirá-lo em algumas ocasiões, mas ele já não tinha o poder de fazer-me acordar trêmula no meio da noite...

Desse modo, outra condição para a foda sem zíper era a brevidade. E o anonimato a tornava ainda melhor.

Um cenário para a foda sem zíper (postagem anterior)

... Sem zíper, vejam bem, não porque os europeus usem braguilhas com botões e não com zíper, nem porque os participantes sejam tão arrasadoramente atraentes, mas porque o incidente possui toda a rápida compreensão de um sonho e aparentemente está livre de qualquer remorso e culpa; porque não fala do falecido marido ou da noiva do soldado; porque não existe racionalização, porque não há fala nenhuma. A foda sem zíper é absolutamente pura. Livre de motivos ulteriores. Não existe jogo de poder. O homem não "toma" e a mulher não "dá". Ninguém tenta cornear um marido ou humilhar uma esposa. Ninguém procura provar nada ou arrancar algo de alguém. A foda sem zíper é a coisa mais pura que existe. E é mais rara do que o unicórnio.

Foda sem zíper

* Extraído do livro "Medo de Voar", de 1973, autora Erica Jong. É um pequeno trecho do primeiro capítulo "A Caminho do congresso dos sonhos ou a foda sem zíper" *

Um encardido compartimento de trem europeu (da segunda classe). Os bancos são de couro sintético e duros. Uma porta deslizante dá para o corredor. Oliveiras passam correndo pela janela. Duas camponesas sicilianas estão sentadas em um lado, com uma criança no meio. Parecem ser mãe, avó e neta. As duas mulheres competem entre si para entupir de comida a boca da menina. No outro lado (junto a janela), está uma bela jovem viúva, usando um pesado véu negro e um vestido preto apertado que revela suas formas voluptuosas. Transpira profusamente e seus olhos estão inchados. O lugar do meio está vago. O assento do corredor é ocupado por uma mulher imensamente gorda, com um buço. Com suas ancas enormes ela ocupa quase a metade do lugar vago no centro. Ela lê uma fotonovela: onde os personagens são modelos fotografados e os diálogos aparecem em pequenos balões acima de suas cabeças, como nas histórias em quadrinhos.

As cinco vão sacolejando por um tempo, a viúva e a mulher gorda em silêncio, a mãe e a avó falando com a menina e entre si, sempre sobre comida. E então o trem pára com um rangido em uma cidade chamada (talvez) CORLEONE. Um soldado alto de lar lânguido, a barba por fazer, mas com uma bela cabeleira, de covinha no queixo e olhos indolentes e um tanto diabólicos, entra no compartimento, olha em redor com insolência, vê o meio espaço vago entre a gorda e a viúva e, com muitas desculpas galantes, se senta. Ele está suado e desalinhado, mas basicamente é um admirável pedaço de carne, apenas um pouco rançoso pelo calor. O trem deixa a estação rangendo.

Agora, nos apercebemos apenas o sacolejo do trem e do modo rítmico como as coxas do soldado vão rogando contra as coxas da viúva. Evidentemente, também roça as ancas da senhora gorda, que tenta se afastar dele, o que é desnecessário porque ele nem toma conhecimento dela. Ele observa a grande cruz de ouro balançando de um lado para o outro no profundo sulco entre os seios da viúva. Ping. Pausa. Pong. Bate em um seio úmido e depois no outro. Parece hesitar no meio, como que paralisado entre os dois imãs que se repelem. O poço e o pêndulo. Ele está hipnotizado. Ela olha pela janela, fitando cada oliveira como se jamais tivesse visto uma antes. Ele se levanta desajeitado, faz uma meia mesura para as damas e se esforça para abrir a janela. Quando volta a sentar-se, seu braço acidentalmente toca a barriga da viúva. Ela não parece notar. Ele pausa a mão esquerda no banco entre sua coxa e a dela e começa bolinar com dedos leves sob e em volta da carne macia. Ela continua a observar as oliveiras como se fosse Deus e tivesse acabado de criá-las e estivesse pensando em um nome para lhes dar.

Entrementes, a senhora obesa guarda a sua fotonovela em sua bolsa feita de fitilho de plástico verde iridescente, cheia de queijos malcheirosos e bananas enegrecidas. E a avó embrulha restos de salame em uma folha de jornal engordurada. A mãe faz a menina vestir um agasalho e esfrega seu rosto com um lenço, amorosamente umedecido com a saliva materna. O trem range e pára numa cidade chamada (talvez) PRIZZI; a mulher gorda, a mãe, a avó e a menina deixam o compartimento. O trem dá a partida. A cruz de ouro recomeça a balançar - ping, pausa, pong - entre os seios úmidos da viúva, os dedos dele começam a enroscar-se sob as coxas dela, que continua a fitar as oliveiras. Então os dedos se introduzem entre as duas coxas e as afastam, e se movem para cima até a carne exposta entre as grossas meias pretas e a cinta-liga, e se enfiam por baixo do elástico até o lugar úmido entre as pernas dela, sem calcinhas.

O trem entra em uma galleria, ou túnel, e na semi-obscuridade o simbolismo se consuma.

Temos então a bota do soldado no ar e as paredes escuras do túnel e o balanço hipnótico do trem e o longo apito agudo quando ele finalmente reemerge.

Sem dizer nada, ela salta numa cidade chamada, talvez, BIVONA. Atravessa os trilhos, pisando cuidadosamente sobre eles com seus sapatos pretos apertados e grossas meias pretas. Ele a segue com os olhos, como se fosse Adão imaginando um nome para dar-lhe. Então ele se levanta de um salto e sai correndo do trem atrás dela. Nesse exato momento, um comprido trem de carga passa pela linha paralela, bloqueando-lhe a visão e a passagem. Depois de vinte e cinco vagões de carga, ela desapereu para sempre.