terça-feira, 30 de setembro de 2008

Quando a morte vem nos visitar

A primeira vez que vi a morte eu tinha 20 anos. Fui vítima de um sequestro relâmpago. Arma apontada para mim e tudo de mais bizarro de um assalto. Porém não vou aqui lembrar da parte triste. Vou relembrar o que senti e pensei. Eu tinha certeza que os bandidos me matariam. Ñão sei dizer porque pensava nisso, mas pensei nisso a todo momento.

Já que a morte era certa, não tive medo. Os bandidos não me intimidavam. Eu aceitei a morte e fui extremamente corajosa durante todo o sequestro. Enfrentei os bandidos e negociei pelos meus documentos.

Mas só me arrependia de uma coisa. Naquele dia tive um dia de merda. Não tinha me despedido de ninguém. Não disse um "eu te amo" durante aqueles dias. Sempre achava que a minha morte seria precedida por algo muito importante.Talvez por isso achei que não valeria a pena morrer naquele dia.

Ontem, pegue um ônibus nesta Hell´s city e dentro túnel rolou um tiroteio. Pois é, me abaixei no ônibus e passei pelo mesmo blá blá mental. Só que a diferença era que ontem valeria a pena morrer. Se eu morresse ontem, morreria com a certeza do meu dever cumprido.

Domingo passei um dia maravilhoso com a minha mãe. Fomos no cinema e nos divertimos juntas. E antes do tiroteio estava na casa do meu pai. E lá passei um dia inesquecível. Onde brinquei com a minha sobrinha e me diverti com a minha irmã. E ainda conversei com meu velho.

Para uma segunda feira, outras coisas boas aconteceram. Fiz uma entrevista de emprego num local que sempre desejei trabalhar. E falei com uma pessoa especial no telefone. Por isso repito, ontem se eu morresse, morrerria completamente feliz.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O meu lado masculino

Fui criada numa família de mulheres de personalidades fortes. A mulher de uma maneira geral é forte, algumas não percebem devido à construção da identidade feminina ao longo dos séculos.

Mulher sempre foi associada à postura frágil do ser humano. Porém um humano que pode parir não pode ser considerado algo frágil. A fragilidade é algo cultural que nos foi colocado.

Eu nunca quis ser frágil. Fragilidade para mim é sinal de fraqueza. Ser fraco para mim é um defeito. Se fosse para adquirir uma identidade, eu preferia a masculina. Ser homem é muito mais interessante.

Por exemplo, o menino não possui as responsabilidades domésticas da menina. Sei que fui criada numa família bem machista, porque quando as mulheres resolvem ser machistas, elas são bem piores do que os homens machistas.

Para o menino a sua infância é mais livre. Da menina é uma preparação para o casamento. Eu ainda lembro do discurso da minha avó de que a mulher que não sabe fazer serviço de casa, mesmo que tenha dinheiro, não vai saber mandar.

Eu não quero mandar, eu não quero é ter que me preocupar com isso. O mundo era muito maior e restringiam meu futuro como a madame que delega ordens no seu barraco.

Uma coisa que invejo os homens é capacidade de se relacionar com várias mulheres. A mulher foi doutrinada para ter um pensamento bem monogâmico. Eu não estou levantando a bandeira da libertinagem, da traição e nada disso.

A minha abordagem se restringi a sentimento. Não acho admirável de múltiplas relações com nenhuma profundidade. Acho interessante o fato de o homem separar o sexo do amor. Eu acho que ao longo da minha curta vida, eu consegui separar em algumas situações. Mas não foram em todas.

A minha adolescência fui cercada de amigos. Obtive louvor como a amiga mais masculina de todas. Os homens compartilhavam coisas comigo e não faziam isso com outras amigas. Mas sempre ficava no entre, pois não era tão masculina e nem era feminina.

Atualmente estou valorizando a minha porção feminina. Ela é muito importante também e está associada ao meu sexo. Hoje, se eu fosse decidir qual identidade eu teria, não escolheria nenhuma. Quero ser livre pra inventar um novo gênero, que não se classifica em nenhuma sopa de letrinhas.

Não sou gay, mas tenho muito tesão em homem. Não sou lésbica mas acho as mulheres divinas e tenho uma profunda admiração. Não sou drag, mas adoro seus excessos. Não sou bi, mas adoro a diversidade proporcionada por esta opção.

Portanto, neste processo de autoconhecimento, vou descobrindo uma nova opção de ser. Não vou me definir com conceitos existentes. Viverei em um criado por mim e assim serei feliz.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Exercício de preservar

Estou numa sinuca de bico no trabalho. Não quero expor minha vida. Porém tenho recebido telefonemas que não quero compartilhar com meus colegas de trabalho. Por mais que eu fale baixo, a proximidade das mesas faz com que seja mais fácil de ouvir a conversa alheia.

A minha vizinha de cadeira, por exemplo, é uma que sei de tudo que acontece na vida dela. Sei quando o cachorro dela come o sofá, quando o filho chora, do irmão desempregado que não quer trabalhar e do marido esquisito que ela tem.

Mesmo eu não querendo, compartilho todos estes momentos. Por mais que seja curioso e tentador querer saber a vida alheia, fico constrangida com a riqueza de detalhes. Tem vezes que consigo ouvir a voz do outro lado da linha da ligação dela.

Eu toda preocupada em não me expor e a criatura expondo todos seus problemas. Pior que não dá para usar o meu celular, pois ele não tem sinal aqui no prédio. Estou torcendo para que ninguém me ouça e que minha privacidade seja mantida no meu trabalho.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Quem sou Eu?

Sou feminina e do sexo feminino. Tenho 27 anos e moro no Rio de Janeiro. Já tive um blog anterior, nele eu me identificava e tinha meia dúzia de leitores. Alguns amigos reais, outros virtuais.

Criei este blog pra dizer coisas muito íntimas. Por isso é preciso que minha identidade fique escondida. Não quero expor pessoas e situações. Quero ser livre para falar de sentimentos e decepções.

Não serei hipócrita de achar que se alguma pessoa que me conhece, se ler este blog não me reconhecerá. Porém não me revelar faz com que me sinta mais segura para escrever e errar.

As histórias aqui contadas podem ser reais, outras criadas na minha imaginação e podem até ter acontecido com amigos meus. Tem postagens que falo de sentimentos e situações passadas. Acabo falando de coisas não superadas e é uma forma de análise da minha vida.

O grande objetivo é organizar meus pensamentos de forma escrita. É meu exercício de escrever.

P.S.: Este post é para agradecer as visitas e explicar minha identidade secreta. :-D

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Exercício do sonhar

Depois de uma semana que vi o filme Cidade dos sonhos ainda estou com ele no subconsciente.

Vou narrar uns sonhos que tive esta noite.

Num sonho eu via uma casa com várias pessoas ruivas, pareciam escoceses. Um senhor com muitas posses e sua esposa, com muito filhos. Ainda tinha uma babá negra. Parecia que era em outro século.

O filho mais novo era um bebê e era menina. Um bando sequestra a babá e esta criança. Eu percebia que a babá poderia fugir a hora que quissesse, mas não conseguiria levar o bebê consigo.
Como a babá amava este bebê, ela não fugiu. Teve um momento no sonho que o sequestrador parou num lugar e a babá saiu para comprar cobertores para o bebê, pois sabia que no cativeiro seria frio.

Depois começaram a aparecer toboáguas iguais a um parque aquático que tem no Rio de Janeiro. A sensação que eu estava descendo em um deles.

Aí entrou numa outra parte do sonho. Neste eu aparecia e estava nos dias de hoje. Só que eu morava no quartinho que tem nos fundos da casa da minha tia-avó.

Este quarto ficava num segundo andar e na descida da escada tinha uma piscina. Eu olhava para piscina e só pensava em transar nela.

Eu perdia a chave deste quartinho. Por algum motivo tirei a chave do meu chaveiro. Então fiquei presa do lado de fora da minha casa e no quintal da minha tia.

Por isso ela resoveu me dar um banquete com comidas baianas. Eu odeio comida baiana e por isso não toquei em nada no sonho.

A ligação entre meus sonhos nonsense com o filme cidade dos sonhos é a chave. A chave azul do filme estava nos meus sonhos.

Esta chave aparece no momento que o filme dá uma reviravolta. Nada do que era continuou da mesma forma. O que será que vai acontecer comigo?

TEMPO

















Time
Pink Floyd
Composição: Mason, Waters, Wright, Gilmour


Ticking away the moments that make up a dull day
You fritter and waste the hours in an offhand way.
Kicking around on a piece of ground in your home town
Waiting for someone or something to show you the way.

Tired of lying in the sunshine staying home to watch the rain.
You are young and life is long and there is time to kill today.
And then one day you find ten years have got behind you.
No one told you when to run, you missed the starting gun.

So you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And Racing around to come up behind you again.
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death.

Every year is getting shorter, never seem to find the time.
Plans that either come to naught or half a page of scribbled lines
Hanging on in quiet desparation is the English way
The time is gone the song is over, thought I'd something more to say

Home, home again
I like to be here when I can
When I come home cold and tired,
It's good to warm my bones beside the fire
Far away across the field
The tolling of the iron bell
Calls the faithful to their knees
To hear the softly spoken magic spells.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008





Eu vi um percevejo num prédio histórico em uma grande metrópole.

A fumaça dos carros estavam pretas. Os roncos dos motores estavão altos.

Este encontro foi inusitado. A última vez que vi um inseto desses, ainda era criança e brincava em árvores.

Fugi dele pelo horror ao sentir seu fedor. E quando ele cisma em pousar numa pessoa, além do péssimo odor, ainda queima o coitado que não percebe.

Bichinho estranho, resistente como uma barata. Vivendo em centros urbanos onde o fedor que dele exala não é maior do que o que sentimos andando pelas ruas sujas e poluídas.

Ninguém o viu além de mim. Dei uma risada, por lembrar de como já temi este hemíptero. E lá estava ele faceiro escalando um prédio não dando importância nada em sua volta. Nem a mim que o vi.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Casamento, filhos e carreira

Estou numa fase que ainda não me encontrei como mulher. Até acho que muitas estão na mesma situação.

Quando eu era mais nova, fui criada para seguir o modelo tradicional de mulher. Tradicional para o século XX. Casar, ter filhos e ser bem sucedida profissionalmente. A minha família já dava indícios que este modelo era furado, pois não existia nenhum parente feminino que conseguia unir esta trinca. Se era bem sucedida, não tinha um casamento e assim por diante.

Não acho que ser bem sucedida e não ter um casamento seja uma regra. Mas estou falando da minha família e da dificuldade da mulher conseguir esta trinca. Ainda não tive filhos. Tenho uma desconfiança que este modelo não traz nenhuma felicidade para algumas mulheres.

Existem mulheres que vão falar que o grande objetivo de vida é ter uma família e um bom emprego e esperam ser felizes com a realização deste objetivo. Mas nós mulheres temos tendência a fantasiar o mundo a nossa volta.

Tenho uma teoria de que bonecas, brincadeiras de casinha e livros de contos de fada não fazem muito bem para a cabeça de uma menininha. Fantasiamos o príncipe encantado, a casa que vamos morar e com os filhos perfeitos que teremos.

Mas a realidade está muito longe disso. Não existe o príncipe, há um homem com qualidades e defeitos. Existe uma casa que poderá não ser como a dos seus sonhos, mas é aquela que você pode manter. E seus filhos não serão espelhos de você, serão outras pessoas que podem ter semelhanças ou não. A projeção de seus desejos em cima dos filhos só trazem frustrações.

Para as meninas, o momento do casamento termina no felizes para sempre. Nunca contaram para elas o que acontece depois com a Branca de Neve quando ela vai morar no palácio com o príncipe encantado. O casamento não necessariamente traz felicidade.
É importante casar com um homem que você ame mais do que tudo no mundo, mas ele também tem que te amar nesta mesma proporção. Talvez dê certo, pois com o amor muito dos problemas rotineiros são contornados.

Mas o amor é outro mistério. Já me apaixonei diversas vezes e na maioria das vezes não fui correspondida na mesma intensidade. Os homens amam de maneiras diferentes de que uma mulher.

Este blá blá blá é para dizer que estou aprofundando meus estudos nesta área. Vou fazer uma tese sobre este assunto. Estou fazendo um curso muito interessante nesta área. Portanto minhas leituras e filmes assistidos são objetos de estudo para minha monografia. A tendência é que o blog foque ainda mais na questão da feminilidade.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Falta de inspiração

Estou com pouca inspiração para escrever. Estou muito envolvida com minha obrigações, o que acarreta a falta de imaginação por aqui.

Escrever é um exercício de observação. Olhar o cotidiano e tirar algo interessante, algo que ninguém havia pensado.

Sou muito crítica com meu jeito de colocar minhas idéias no texto escrito. Não vejo clareza nas minhas palavras. Sou muito afobada. Publico o post antes de revisar o texto, o que me acarreta erros primários.

O blog é lugar que me permito errar. Aqui posso experimentar, aqui posso procurar um estilo. Sou mais livre para escrever o que eu quiser e da forma que acho melhor. Não sigo regras.

A novidade é o meu contato com o feminino. Nas minhas leituras, nos meus estudos, nos filmes que assisti recentemente e nas minhas conversas. Existe um motivo para tal interesse porém confesso que estou adorando este contato.

No próximo post, contarei em detalhes as novidades.

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Citações

Tenho que procurar citações devido um trabalho que estou desenvolvendo. Também estou fazendo um curso muito interessante.

Então resolvi compartilhar algumas citações que de certa forma invocam meu curso. As três primeiras um pouco equivocadas e as outras com que realmente eu penso.

"A sabedoria das mulheres não é raciocinar, é sentir"
Emmanuel Kant

"Se uma mulher tem inclinações eruditas é porque, em geral, há algo de errado na sua sexualidade. A esterilidade predispõe a uma certa masculinidade do gosto; é que o homem, com vossa licença, é de facto «o animal estéril»"
Friedrich Nietzsche

"A mulher tem mais espírito, o homem mais gênio. A mulher olha, o homem compreende "
Jean Jacques Rousseau

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"As mulheres, durante séculos, serviram de espelho aos homens por possuírem o poder mágico e delicioso de reflectirem uma imagem do homem duas vezes maior que o natural "
Virginia Woolf

"Não se nasce mulher: torna-se "
Simone de Beauvoir

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

A Elegância do Comportamento

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.

Nas pessoas que escutam mais do que falam.

E quando falam, passam longe da fofoca, das maldades ampliadas no boca a boca.

É possível detectá-las nas pessoas que não usam um tom superior de voz.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem cumpre o que promete e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

Educação enferruja por falta de uso.

"LEMBRE-SE de que colheremos, infalivelmente aquilo que houvermos semeado. Se estamos sofrendo, é porque estamos colhendo os frutos amargos das sementeiras errôneas. Fique alerta quanto ao momento presente. Plante apenas sementes de sinceridade e de amor, para colher amanhã os frutos doces da alegria e da felicidade. Cada um colhe, exatamente, aquilo que plantou."
Autor desconhecido

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Exercício da culpa, do desabafo e do medo

Hoje estou com medo. Muito medo

Medo de perder o emprego, medo de não conseguir outro, medo de ficar sem dinheiro.

Medo de ter que largar meus prazeres, medo das coisas ficarem piores do que já estão.

Medo, medo e medo.

Às vezes acho que não dou conta de tanto sentimento negativo. Não sei mais o que faço.

Estou insatisfeita com meu emprego isso é notável. Acho um um sacrifício acordar todo dia e vir trabalhar aqui.

Não cumpro horário direito. Não tenho muito trabalho. Minha conta telefônica do meu ramal está com valor elevado. E está assim por conta de ligações particulares.

Eu sei que se for mandada embora, eles terão razão. Mas não consigo evitar o tédio. Não consigo evitar a minha insatisfação de estar aqui. Não aguento mais olhar para algumas pessoas.

Olho para meu chefe, o coordenador e assistente e tenho ânsias de vômito.

Não estou fazendo faculdade para ficar plantada aqui. Meu horizonte é maior. Mas não sei se vou ter dinheiro para alçar vôos mais altos.

Estou me sentindo culpada e gorda, por desperdiçar este dinheiro que tenho recebido aqui.

Mas a forma que ganho este dinheiro não me deixa feliz. Quem foi quem disse que dinheiro traz felicidade. E se não der você compra.

Eu compro felicidade. Com o salário daqui pago minhas despesas com a minha casa, que se situa num bairro que sempre quis morar. Pago minha terapia e minha academia, fonte dos meus atuais momentos felizes. Felizes por estar longe desta tristeza que cisma de me perseguir.

Vou fazer um curso muito legal que foi proporcionado pelo meu salário daqui. Acho que este curso será sensacional.

Porém quando lembro o que faço para sustentar esta felicidade, me dá um desânimo. Como estou infeliz. Quando será que isso vai passar? Será que passa?

terça-feira, 9 de setembro de 2008

II Exercício da crítica


Estava relendo alguns posts passados e vi como fui contraditória. Num elogio o filme Nome Próprio, mas digo que não gostei muita da atuação da Leandra Leal.

Em outro post falo que ela merecia o prêmio do festival do Gramado. Só que agora ela tem as qualidades que no post anterior não tinha.

Explico a confusão das minhas idéias. Acho que sou Maria-vai-com-as-outras. Eu vi o filme com uma pessoa extremamente crítica e assim saímos do cinema com esta conclusão da atuação da Leandra Leal.

Mudei de opinião no momento que reli coisas na internet e quando ela ganhou o Festival de Gramado. Eu queria tanto que o filme fosse reconhecido, pois gostei tanto dele. Que revi meus conceitos após o filme ganhar o prêmio de melhor atriz. Porque para mim quem ganha é o filme, não só a atriz.

Eu tenho que ter uma opinião sem me influenciar por nada externo. Mas é tão difícil. A minha insegurança me deixa com uma sensação que vou falar merda. Que não serei capaz de expressar algo inteligente e crítico.

Estou numa fase que me cobro demais, preciso reavaliar minhas certezas. E mudar. Preciso muito mudar.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Fim de semana com filmes

Corrigi um problema. Assisti Almodóvar. Fale com ela. Como as espanholas são bonitas. Achei muito sensível este filme.

Ela não é orelhuda?

Falando em sensibilidade, assisti também O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Um ode a felicidade nas coisas simples. Como não pude ver Canções de Amor, peguei um filme com a língua francesa.





Assisti também Cidade dos Sonhos. Eu não entendi o filme e como vi sozinha, não tinha ninguém para conversar sobre. Às vezes, gosto de ir ao cinema sozinha, mas existem filmes que merecem companhia. Este é um deles. Dormi (depois do filme)e quando acordei achei uma explicação razoável para o filme. Porque temos necessidade de explicar tudo a nossa volta.



E por último, vi Alta fidelidade. Me identifiquei com o personagem principal de John Cusack que tenta entender porque seus relacionamentos não dão certo. Eu cometo os mesmos erros.




sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Canções de Amor

Ainda não vi o filme. Mas fiquei curiosa de assistir depois de ver o trailler no globo online.

Les Chansons D Amour




Achei tocante e sensível o trailer. Principalmente por falar de ménage e homossexualidade. Vi críticas positivas. Pena que não estreou no Rio, só em Sampa. Parece que que já tinha passado aqui no Festival de cinema, porém trabalho e estudo, não dá tempo de acompanhar os festivais.



Então estou triste, porque nem sei se vai estrear no Rio e estou com muita vontade de ver.



Além disso, as canções francesas dá um toque especial, parece que só os franceses conseguem falar de amor. Eita língua feminina.



Outro filme musical que vi e adorei foi Across the Universe.

Nunca assisti Almodóvar

Esquadros
Adriana Calcanhotto
Composição: Belchior


Eu ando pelo mundo
Prestando atenção em cores
Que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar
Cores de Frida Kahlo
Cores!

Passeio pelo escuro
Eu presto muita atenção
No que meu irmão ouve
E como uma segunda pele
Um calo, uma casca
Uma cápsula protetora

Ai, Eu quero chegar antes
Prá sinalizar
O estar de cada coisa
Filtrar seus graus...

Eu ando pelo mundo
Divertindo gente
Chorando ao telefone
E vendo doer a fome
Nos meninos que têm fome...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E os automóveis correm
Para quê?
As crianças correm
Para onde?

Transito entre dois lados
De um lado
Eu gosto de opostos
Exponho o meu modo
Me mostro
Eu canto para quem?

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

Eu ando pelo mundo
E meus amigos, cadê?
Minha alegria, meu cansaço
Meu amor cadê você?
Eu acordei
Não tem ninguém ao lado...

Pela janela do quarto
Pela janela do carro
Pela tela, pela janela
Quem é ela? Quem é ela?
Eu vejo tudo enquadrado
Remoto controle...

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

O fim

Quando percebemos que um relacionamento chegou ao fim?

O fim para alguns casais de amigos já chegou, mas o costume os mantêm juntos.

Já vi o fim de outros casais antes de começarem a namorar devido a falta de várias coisas.

Mas o mais difícil é enxergar o fim da sua relação. Eu desmanchei diversos namoros, mas demorava muito tempo para tomar esta decisão. Demorava para não ter dúvidas depois e não me arrepender pela decisão.

Ontem, fiquei pensando no fim. No sofrimento do fim. Do medo do que vai acontecer após o fim. Como lidar com a solidão do fim. Da falta de notícias. Da convivência com os amigos e família do outro.

O fim é como uma morte. A morte é o fim. Tem pessoas que perdem um ente querido, e pelo resto da vida carregam esta dor. Não tenho esta tendência. A dor para mim tem de ser passageira. Nem que eu me entupa de remédios.

Não curto a dor. Alguém pode até dizer que ninguém curte a dor. Mas cada vez mais percebo que tem gente que se acostuma com ela. Não quero nunca me acostumar com a dor. Tenho medo de sentí-la.

Hoje o dia está difícil. Queria acordar depois de tudo ter passado. Mas enquanto isso carrego a minha dor, que é só minha e de mais ninguém.

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Flerte na reunião

Cheguei totalmente esbavorida. Estava atrasada e a secretária anuncia uma reunião que não estava marcada na agenda.

Como qualquer centro urbano, a chuva que caía torrencialmente fez com não chegasse no meu horário de sempre. Cheguei molhada e descabelada para a reunião que não sabia e nem sequer tive tempo de me recompor.

Quando adentro o recinto, percebo um moreno alto de parar o trânsito, que nunca tinha visto na minha vida. Era de uma empresa em parceria com a minha.

Não conseguia me concentrar em mais nada a não ser naquele sorriso. Que sorriso!!! Darn it!!! Ele tinha aliança na mão de solteito. Engaged. Darn it again!!!!

Encarei sem medo. Não tinha nada a perder e talvez não veja o cara de novo. Ele percebeu. Odeio ficar como uma idiota olhando o cara sem saber se eu sou correspondida.

Será que ele vai tentar se aproximar??? Acho que não.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Respostas

Eu não devia esperar uma ligação telefônica, mas estou esperando. Eu não devia checar minha caixa postal de e-mail, mas estou checando. Eu não devia pensar em você, mas estou pensando.

Já esgotei as minhas palavras no papel, mas nada faz com que saía dos meus pensamentos. Já tentei reza braba, já consultei os oráculos, já fui na terapia, mas ainda não passou este frio na barriga.

Queria jogar minhas memórias num lixo. Queria ter uma solução rápida e indolor para meus problemas. Queria a ligação ou que este mal-estar passasse logo.

Por que sou tão cabeça dura? Por que me iludo? Por que deixo as coisas chegarem a este ponto? Por que acredito mais nas palavras do que nas atitudes? Por que isto tudo não passa logo?

Fico o dia todo esperando respostas que não chegam. Meus dias passam, semanas passam, meses passam. E nada muda, a não ser minha espectativa que só cresce.

Vou ali dormir e só vou acordar quando tudo isto estiver resolvido.

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Ouvi de um amigo:
- Poucas conseguem fundir 2 homens em 1, numa noite.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Frase do dia

"A moral racionalista transformou tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vício, falta, culpa, e impôs a eles, com os nomes de virtude e dever, tudo o que oprime a natureza humana (...)"

Nietszche, em 'A genealogia da moral'