sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Torcendo por você

Desconheço autoria

Tinha gente que torcia para você ser menino.
Outros torciam para você ser menina.
Torciam para você puxar a beleza da mãe, o bom humor do pai.
Estavam torcendo para você nascer perfeito.
Daí continuaram torcendo.
Torceram pelo seu primeiro sorriso, pela primeira palavra , pelo primeiro passo.
O seu primeiro dia de escola foi a maior torcida.
E de tanto torcerem por você você aprendeu a torcer.
Começou a torcer para ganhar muitos presentes e flagrar Papai Noel.
Torcia o nariz para o quiabo e a escarola.
Mas torcia por hambúrguer e refrigerante
Começou a torcer até para um time.
Provavelmente, nesse dia, você descobriu que tem gente que torce diferente de você.
Seus pais torciam para você comer de boca fechada, tomar banho, escovar os dentes, estudar inglês e piano.
Eles só estavam torcendo para voce ser uma pessoa bacana!
Seus amigos torciam para você usar brinco, cabular aula, falar palavrão.
Eles também estavam torcendo para você ser bacana.
Nessas horas, você só torcia para não ter nascido.
E por não saber pelo que você torcia, torcia torcido.
Torceu para seus irmãos se ferrarem, torceu para o mundo explodir
E quando os hormônios começaram a torcer, torceu pelo primeiro beijo, pelo primeiro amasso. Depois começou a torcer pela sua liberdade.
Torcia para viajar com a turma, ficar até tarde na rua.
Sua mãe só torcia para você chegar vivo em casa.
Passou a torcer o nariz para as roupas da sua irmã, para as idéias dos professores e para qualquer opinião dos seus pais.
Todo mundo queria era torcer o seu pescoço.
Foi quando até você começou a torcer pelo seu futuro.
Torceu para ser médico, músico, advogado.
Na dúvida, torceu para ser físico nuclear ou jogador de futebol.
Seus pais torciam para passar logo essa fase.
No dia do vestibular, uma grande torcida se formou.
Pais, avós, vizinhos, namoradas e todos os santos torceram por você.
Na faculdade, então, era torcida pra todo lado.
Para a direita, esquerda, contra a corrupção, a fome na Albânia e o preço da coxinha na cantina.
E, de torcida em torcida, um dia teve um torcicolo de tanto olhar para ela.
Primeiro, torceu para ela não ter outro.
Torceu para ela não te achar muito baixo, muito alto, muito gordo, muito magro.
Descobriu que ela torcia igual a você.
E de repente vocês estavam torcendo para não acordar desse sonho.
Torceram para ganhar a geladeira, o microondas e a grana para a viagem de lua-de-mel.
E daí pra frente você entendeu que a vida é uma grande torcida.
Porque, mesmo antes do seu filho nascer, já tinha muita gente torcendo por ele.
Mesmo com toda essa torcida, pode ser que você ainda não tenha conquistado algumas coisas. Mas muita gente ainda torce por você!


Patrick Dempsey

Estava desanimada, com sono, procurando fotos para a postagem anterior que relacionasse com o tema romance. Comecei a procurar por cenas de filme que gostei que tivessem cenas de romance.

Até que me lembro do filme que passava direto na Sessão da Tarde. Namorada de aluguel no qual eu sou muito fã. Nas minhas memórias veio o rosto do ator principal do filme. Mas peraí, ele parecia com Doutor McDreamy do seriado Grey's Anatomy.

Fui pesquisar e algo que era óbvio foi revelado. Eram a mesma pessoa.


Agora entendi porque esta série faz sucesso com as meninas na minha faixa etária. Elas queriam namorar o jardineiro nerd de Namorada de Aluguel. Como amadureceram, preferem o doutor mais charmoso das séries norte americanas.




A busca pelo romance

Constatei algo tão perceptível, mas que eu ainda não tinha dado conta. Não sou tão moderna como pensava. Não faço questão de namorar ou casar. Eu só quero romance. Como se romance eu achasse em cada esquina. Como se os homens estivessem dispostos para isso.

Nas minhas relações amorosas, nos meus encontros, as situações que foram pra frente foram aquelas que me deram romances. Pode ser romance sem nenhum compromisso. O compromisso poderá surgir ou não. Dependerá se o romance for bem construído.

O homem que quer me levar para cama tem que me dar esta sensação de que naquele momento sou única para ele. Isso pode me deixar completamente apaixonada pela pessoa. Não gosto de mentiras e nem de ilusões.

Demorei muito tempo para entender porque alguns homens mentem. Eles, às vezes, são muito convincentes na mentira. Acho que de tanto contar historinhas, elas acabam virando verdade na cabeça deles.

O problema do romance é que ele geralmente não continua num relacionamento com compromisso. As pessoas ficam tão acostumadas uma com as outras que acabam abrindo mão de algo que fundamental no relacionamento.

Talvez por isso minha preferência por relacionamentos sem compromisso.

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Hoje estou totalmente sem saco para escrever. Estou sem inspiração e sem vontade. Hoje era um dia que eu gostaria de estar em casa sonhando com uma vida que eu gostaria de ter, porquê a real está me deixando com muito tédio.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Aquarela

Assisti uma entrevista do Toquinho e fiquei chocada pois ele disse qual o motivo que ele compôs a música Aquarela.

Segue a letra:

Aquarela

Composição: Toquinho / Vinicius de Moraes / G.Morra / M.Fabrizio

Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover com dois riscos tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu...
Vai voando contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havaí, Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela branco navegando
É tanto céu e mar num beijo azul...
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser, ele vai pousar...
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha e caminhando chega no muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está...
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade, nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela de uma aquarela que um dia enfim
Descolorirá...
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso num círculo eu faço o mundo(Que descolorirá!)...
***
Esta música que me acompanhou em várias festas infantis quando eu era criança trata-se da morte. MORTE. Como alguém consegue escrever sobre a morte com algo tão otimista sem um pingo de saudade? Acho linda esta música e achava ela bem inocente também. Ainda estou chocada com a revelação.
Segue a entrevista do Toquinho, no final ele explica o significado de Aquarela.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Preste atenção aos sinais


Estava escrevendo sobre a decisão de chegar para seu namorado, noivo ou marido e dizer que o relacionamento chegou ao fim e o blogger deu problema. Já tinha escrito tudo. Não funcionou nem o salvar automaticamente.

Chego a conclusão que não deveria escrever sobre isso. Mas escrever sobre o quê? Resolvi escrever sobre as coisas que deixamos de fazer por conta de um sinal.

Quando eu era criança, estava viajando com a família e o pneu do carro furou. Trocamos pneu, fomos a uma borracharia, compramos um novo pneu e... O novo pneu furou. Minha mãe sabiamente tomou a decisão de voltamos para casa. Não era possível tantas coincidências. Acho que nunca esqueci desta decisão.

Quando estou naqueles dias, atrasada, chuvendo, tudo dando errado. Chego no ponto de ônibus, faço sinal para parar e ônibus não pára. Sigo o conselho da minha mãe, não é possível tanta coincidência. Eu só não falto ao trabalho. Mas não fico xingando o motorista.

Nunca testei se isso pode ser verdade. Mas como sou ligada nos sinais, nem questiono.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Como as pessoas podem ser cruéis

O tamanho mais próximo da minha barriga.


Você já teve um defeito que te incomoda muito? E este defeito já foi motivo de apelidos nada carinhosos?

Preciso confessar algo. Eu tenho barriga. Não é a barriga de 6 meses de gravidez, mas poderia ser de 3. Antes eu achava que não gostava do meu peso. Hoje, acho que meu peso é bom para minha altura. O que estraga é que qualquer ganho que tenho na balança, se converte numa barriga maior.

Tento não entrar em neuras da ditadura da magreza, mas é muito difícil. São revistas com modelos com barriga tanquinho, mulheres na praia com corpo sequinho e eu com minha protuberância.

Uma vez estava no chá de bebê de uma amiga muito próxima e sua mãe veio me dar os parabéns por estar grávida. Ainda completou dizendo que o meu filho e da minha amiga poderiam ser amigos e que teriam idades próximas.

Quando disse que não estava grávida, a mãe da minha amiga ficou arrasada e até hoje não consegue falar comigo direito de tanta vergonha. Eu levei na boa, mas é claro que preferia não ter sido confudida com uma grávida.

Numa outra vez, estava na praia sozinha. Um grupo de adolescentes estavam próximos de mim, fiquei observando-os. Tinham duas meninas um pouco cheinhas que não queriam tirar a camisa de jeito nenhum porque tinham "barriga". Na verdade, não tinham.

Então a que era mais magra e já estava sem camisa, falou para as outras sem ter percebido que eu estava olhando para elas. Tem gente que tem a barriga muito pior do que a de vocês, olha esta menina aqui do lado. Era eu. Quando ela percebeu que eu estava olhando ficou super sem graça. Mas já tinha falado.

Numa barraca próxima tinha uma mulher muito mais barriguda do que eu, mas não sei porquê ela cismou comigo. Parece mentira, mas também levei na boa. Fiquei tanto tempo sem ir a praia por conta do meu corpo. Não posso deixar de ususfruir de um dos meus lazeres prediletos por conta de uma barriga.

Não tenho barriga tanquinho. Gostaria de ter e vou correr atrás disso. Mas não vou deixar de curtir um sol maravilhoso por conta que não tenho um corpo padrão. Agora estou desencanada. Posso amanhã não estar tão segura quanto ao corpo como estou hoje. Mas de verdade, estou me achando linda com minha barriga e meu peso.


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Exercício da despedida


O mais difícil de escrever é quando resolvemos homenagear uma pessoa muito querida. Desejo que este texto seja melhor do que qualquer outro que escrevi. Escrever sobre uma pessoa querida é como dar de presente o meu maior dom, a escrita. Gostaria que nas próximas frases meu texto consiga chegar perto da emoção que sinto hoje.

Há exatamente 11 anos atrás eu perdia o meu melhor amigo. Eu perdia a pessoa que namorou comigo no momento que eu estava mais sozinha no mundo. Nós só entendemos a morte quando uma pessoa que nós amamos muito, morre. Deveria ser proibido morrer com 18 anos.

No dia 19 de novembro de 1997 ouvi a sua voz pela última vez. Marcamos um encontro no qual nunca ocorreu. Um carro entrou no seu caminho e levou sua vida embora. Até hoje guardo anotado seu último recado, o seu novo número de telefone.

A notícia da sua partida chegou tarde demais, o enterro já tinha ocorrido. Quando soube do que tinha acontecido, gargalhei. Não era possível que eu tivesse conversado com uma pessoa um dia antes e no dia seguinte esta pessoa não estava mais aqui. Era uma piada de humor negro. Meus amigos são engraçados e estavam me contando uma piada, só podia ser. O estranho era que só eu que estava rindo.

De repente percebi que era real e minha gargalhada não cessava, era algo muito pertubador. Então as lágrimas escorreram e minha gargalhada foi sumindo. Não era justo a morte com ele que tinha acabado de ser pai. Porém já era tarde, não existia mais enterro e eu não me despediria do meu amigo.

E ali soluçando vi que eu tinha perdido alguém que foi muito importante na minha vida. Nunca falei para ele o caos da minha vida, era muito reservada quanto aos problemas que estava enfrentando. Mas tê-lo como namorado fez com que eu tivesse horas de prazer e consolo diante de uma vida tão complicada.

Quando o namoro acabou, não conseguimos nos afastar. Éramos muito amigos para nos mantermos distantes. Ainda lembro da diretora do colégio me questionando porque namorava com alguém tão diferente de mim, logo eu, uma excelente aluna. Tinha que conhecê-lo e assim seríamos amigos durante sua curta vida.

Me lembro da felicidade quando contou que tornou-se pai. Seu filho teria nome de santo, como na música. Me lembro do vinil que me fez escutar e não entendia como eu não conhecia Legião Urbana. O LP era "O Descobrimento do Brasil".
E no dia que fugiu de casa com sua bicicleta roubada e se abrigou na minha casa. Aquele covarde do seu pai, veio buscá-lo pois não admitia que tivesse roubado a bicicleta que tinha comprado e que não daria de presente no natal pois ele tinha repetido de ano no colégio.
Lembro das rodinhas de violão na pracinha. A sua dificuldade para aprender os acordes. Você me considerava linda e lindamente tocou para mim, "Você é linda" do Caetano. Foram tantos momentos, tantas alegrias que não poderiam cessar com um motorista que atropelou um jovem de bicicleta e sequer prestou socorro.

Naquele momento, não sabia que a vida era algo tão frágil. Hoje estamos aqui e amanhã não sabemos. Não importa se temos planos para o futuro, pessoas queridas, todas estas coisas não impedem a nossa morte. Por hoje queria dar um abraço bem forte nele. Mas infelizmente não é possível.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

A história das coisas



Esta é a minha centésima postagem. Vejam um vídeo chamado "A história das coisas" . Bem feito, editado e com um ótimo roteiro. O filminho é de um dos meus assunto prediletos: consumismo.

Algo para repensar nossa atitude com o nosso planeta. Espero que gostem.

Se quiser ver em português, clique aqui

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Exercício de arrependimento


No ano de 1997 uma carioca saiu em excursão (excursão é algo cafona) para São Paulo. Sua escola a levou para uma feira no Centro de Convenções no Anhembi. Era importante para o curso que ela fazia. Antes de chegar no Anhembi ia ter uma parada no Playcenter de São Paulo e isso foi o que realmente motivou a menina de 16 anos sair do Rio.

Dias antes a menina procurava uma amiga ou amigo que pudesse acompanhá-la, mas ninguém tinha dinheiro para viajar. A carioca não sabia se realmente iria, pois não conhecia ninguém que ia nesta excursão. Mas ela queria tanto ir, que foi assim mesmo.

Na viagem de ida, logo ela fez amizades, afinal todos estudavam no mesmo colégio. E foi extremamente divertido. Chegando no playcenter, logo foi na montanha-russa, pois era sua diversão favorita. Mas o que ela nunca esqueceu foi a Casa de Horrores. Primeiro porque ela ficou com muito medo.

E segundo porque saindo do brinquedo, ela conheceu um menino lindo. Ela estava indo para uma outra atração do Parque e cruzou os olhares com um branquinho de cabelos escuros. Ele também encarou-a e assim as novas amigas da garota encorajaram a garota de falar com ele.

O nome do menino era Luis Fabiano da Silva. Sem nenhuma razão específica, a garota guardou o nome do menino na memória. Ele tinha 18 anos e era de São Bernardo do Campo. Como tudo nesta idade o encontro entre eles foi intenso. Muitos hormônios em ebulição. Foi algo inesquecível para a garota.

Ela estava sem sua máquina fotográfica, estava emprestada com uma de suas novas amigas. Ela queria tanto tirar uma foto dele para guardar de recordação. Ele pediu o telefone dela, mas ela não quis dar. Achou que aquilo era muito especial e deveria ficar inesquecível para os dois. Queria imortalizar aquele momento. Queria ficar marcada para uma pessoa que ela mal conhecia.

Tentou achar as amigas, mas já era tarde demais. A excursão estava indo embora para o Anhembi e as amigas já estavam dentro do ônibus com sua máquina fotográfica. Se despediu, o menino achou-a louca por não ter entregue o telefone e nunca mais se encontraram.

Como é óbvio, eu sou a garota. Hoje me arrependo de não ter trocado o telefone. Nunca mais esqueci esta excursão, pelos amigos que fiz, alguns amigos até hoje, e pela paixão platônica. Hoje, não sei porquê, lembrei desta história. E fiquei pensando se o Luis Fabiano ainda lembra de mim. Um dia queria reencontrá-lo, por isso deixo esta lembrança aqui na internet. Vai que ele resolve procurar seu nome no google.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Rito de Passagem Cherokee

Estou sem tempo de escrever meus próprios textos e achei este interessante.

Você conhece a lenda do rito de passagem da juventude dos índios Cherokees? *

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho. O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido.

O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo. Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede. O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem.

Finalmente...
Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida. Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo.




* Desconheço o autor.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

O Jardim das Borboletas

Mario Quintana

Com o tempo você vai percebendo que para ser feliz com outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela.
Percebe também que aquela pessoa que você amou e acha que ama, e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...é cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar, não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você..!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Sobre o blog

Frequento outros blogs escritos por mulheres, acho divertido ver o que outras mulheres da minha faixa etária estão pensando sobre relacionamentos, conquistas e comportamento. Apesar de ler e gostar de blogs "diários", onde a autora escreve sobre seu cotidiano dando ênfase nos seus relacionamentos, não quero transformar este blog no meu diário.



Se um dia eu tiver um diário, será o mais tradicional possível. De preferência escrito a mão e tendo só a mim mesma como leitora. Apesar de parecer bem adolescente, acho importante ter este contato escrito com os pensamentos. Se este diário existisse, iria descrever as situações e os sentimentos diante dos acontecimentos. Seria um caderno e usaria caneta com tinta preta. Odeio tinta azul.


Tive vários diários. O primeiro tinha 11 anos. Era rosa e tinha uma chave. A forma da minha letra era pavorosa, mas ali estava eu. Às vezes parece que é uma passado muito distante, mas não é. E gosto do que me transformei, do que pensava e de como penso hoje em dia. Adoro reler meus diários adolescentes.


Parei de escrever quando fiz 15 anos. Minha mãe leu a minha intimidade e ali com meus segredos expostos prometi que não documentaria mais nada que não quissesse que as pessoas soubessem. Minha mãe não deveria ter feito isso. Escrever sentimento é algo muito constrangedor, imagina a minha mãe lendo aquilo tudo.


Me lembro de como minha mãe ficou chocada quando leu que ali eu quase "dei". O "quase dar" para mim com quinze anos era apenas um tesão nunca sentido. Eu não teria minha primeira relação sexual com quinze anos. Como não sabia explicar aquelas sensações, achei que fosse algo próximo de perder a virgindade, perder o controle do corpo...


Por isso não transformo aqui com minha fonte de relatos sobre a minha vida. Aqui escreverei sobre pensamentos e observações do mundo. Posso até escrever sobre sentimentos, mão não vou expor minha intimidade. Esta apenas compartilharei com quem eu acho que devo.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Quando eu estiver mais magra...


Existem outras variantes:

Quando me casar...

Quando engravidar...

Quando me separar...

Quando mudar de emprego...

Quando chegar segunda-feira...

Quando receber aquela ligação...

Quando receber aquele dinheiro...

Quando eu vou ter coragem de não precisar de nenhum motivo e nem tempo definido para mudar o que não me agrada hoje.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A insignificância do ser

Ontem após postar, fiquei com um outro tema martelando a cabeça. Fiquei na dúvida se colocava esta inspiração pra escrever ontem mesmo ou esperava. Como podem reparar deixei para hoje.

Saí do trabalho e não sei porquê fiquei pensando no João. Eu só encontrei o João apenas uma vez na minha vida. Já tinha alguns anos que este encontro aconteceu.

Ah, lembrei o motivo da lembrança do João! Vi uma garota no ônibus lendo "A hora da estrela" de Clarice Lispector.

Há uns dois atrás estava desempregada e estava participando de várias entrevistas de emprego. Cheguei exatamente na hora marcada da dinâmica de grupo, me atrasei por conta de uma chuva que estava mais para garoa e que pára o trânsito mesmo sendo uma coisinha de nada.

Estamos no Brasil, então a dinâmica não ocorreu na hora marcada. Atrasou uma hora. Enquanto estava na sala de espera, outros candidatos estavam aguardando o início da dinâmica. Estava ansiosa e para passar o tempo fiquei observando meus concorrentes.

E assim conheci o João. João tinha o típico visual de nerd. Era de pele bem branca, usava óculos e tinha o cabelo encaracolado bem preto. Não era nada atraente e nem bonito. Quando nossos olhos se cruzaram percebi que ele também estava me olhando. Continuei observando as outras pessoas e quando cruzava o olhar com ele, lá estava ele me olhando.

Como era tímido, quando nossos olhares se cruzavam, ele baixava a cabeça. Mas quando eu não estava olhando para sua direção, percebia que ele ficava me olhando (técnica feminina para perceber se o homem está te olhando) com olhar de admiração. Não senti nenhum desejo por ele, na sala de espera estava com o foco no meu futuro emprego.

Até que nos chamaram para começar a dinâmica de grupo. Se o João continuou me olhando, não percebi, estava muito nervosa com aquele processo todo, e acredito que ele também. Ele sentou estrategicamente de frente para mim. Acho que estratégico, pois existia outros lugares para ele se posicionar.

Durante a seleção, houve umas perguntas que teríamos de colocar no papel as respostas e depois anunciaríamos para os outros. O que me marcou foi quando perguntaram qual personagem da literatura brasileira os candidatos mais se identificavam. O João escolheu a Macabéa. Achei estranho ele escolher uma personagem feminina como identificação.

Assim que ele falou, fiquei com pena da sua escolha. Depois fiquei com raiva, se ele fosse meu amigo acho que ia sacudir ele, literalmente. Como alguém pode escolher uma personagem tão "coitada", inexpressiva, asquerosa. Era uma seleção de emprego, como uma pessoa se coloca tão para baixo. Ali eu percebi que o João não era feio, o seu interior que era muito menor do que ele realmente era.

A hora da estrela é um livro escrito próximo da morte de Clarice Lispector. A obra pode ser entendida como resultado da epifania da autora, descobrindo o mistério do existir. E para falar dessa revelação, acaba criando Macabéa.

Para entender minha aversão a Macabéa, segue um trecho com sua descrição, "No espelho distraidamente examinou de perto as manchas no rosto. Em Alagoas chamavam-se "panos", diziam que vinha do fígado. Disfarçava-os com grossa camada de pó branco... Ela toda era um pouco encardida pois raramente se lavava. De dia usava saia e blusa, de noite dormia de combinação. Uma colega de quarto não sabia como avisar-lhe que seu cheiro era murrinhento."

Nunca mais encontrei o João. Seu norme guardei, pois o que incomoda gruda na memória que nem chiclete no cabelo. Não fui selecionada para a vaga de emprego e acredito que o João também não foi. Mas não tenho absoluta certeza, não sei quais critérios usados para seleção de pessoas para uma determinada vaga. Se eu fosse escolher, não escolheria alguém com tanta baixa estima.

Analiso de como o mundo é repleto de pessoas como Macabéa, pessoas comuns que não tem nenhum brilho em viver. Podem morrer e no dia seguinte ninguém sentirá sua falta. Pessoas que não encontraram o sentido de existir, que a vida é vazia e nada justifica sua felicidade. Mas estas pessoas são felizes, apesar da invisibilidade.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Sobre ontem...


Apesar da imprensa estar fazendo todo um estardalhaço com o fato do primeiro negro ocupar o cargo de presidente de uma grande potência mudial, eu não me influenciei para colocar minhas postagens de ontem. Não sou ingênua.

Tenho estudado sobre minorias, enfaticamente na mulher. Preciso desenvolver uma tese sobre isso. A minha empolgação vem deste estudo. Estou mais linkada (devido aos livros que estou lendo) com Martir Luther King do que Obama e seu discurso de primeiro presidente negro.

As minhas leituras estão acompanhando os movimentos que ocorreram no final da década de 60 e começo de 70. Vou começar a ler Simone de Beauvoir. Estou um pouco reticente de ler sobre o feminismo. Acho que medo de não gostar e assim arruinaria todo meu tema da minha tese.

Estou muito dividida e não sei qual caminho escolher. Isso é insegurança de não dar conta do trabalhão que vou ter pela frente. Tem dias que só penso nisso. Ano que vem, tenho que estar com esta proposta de tema de tese já encaminhada.

Paralelo a isso, minha vida profissional está tomando o rumo que eu investi durante toda minha vida. Porém de 2 anos atrás, resolvi mudar o ramo de atuação e assim tentando mudar de rumo. Mas nada acontece do jeito que esperamos e não estou tendo sucesso com minha nova escolha. Resumo ou continuo e desenvolvo meu potencial no que já estava fazendo antes ou fico aguardando uma possibilidade que nunca aparece.

Para exemplificar: Imagina que dois carinhas estão interessados em você. Um é figurinha repetida e o outro é novidade. Você se interessa mais pela novidade, mas percebe que a novidade pode não ser tão boa quanto a figurinha repetida. E a figurinha repetida está se revelando ser muito especial e nunca foi valorizado por você. Analisando racionalmente, a figurinha repetida pode trazer mais coisas boas do que a novidade.

Então há uma briga entre investir numa paixão ou ficar presa na segurança. Acabo fazendo o paralelo entre a minha postagem de escolhas a curto e longo prazo. Não sou mais tão nova para ficar dando cabeçada por aí. Eu tenho que pensar mais no meu futuro. Seria mais fácil se meus olhinhos não brilhassem tanto ao vislumbrar uma nova paixão.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Quando as diferenças fazem a história

Especial sobre o ano de 1968 no programa Arquivo N, do canal Globonews

Este episódio da série sobre 1968 trata da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e da emancipação feminina. Era um mundo jovem, ávido por mudanças urgentes. Mas também era um mundo de radicalismos, como os assassinatos dos americanos Martin Luther King e Robert Kennedy. Veja reflexões sobre os desejos de mudanças que se concretizaram, como o caminho das mulheres por uma voz mais ativa. E os desejos interrompidos pela violência.


Quando sonhos se tornam realidade



Excepcionalmente hoje teremos muitas postagens. Depois de disponibilizar o famoso discurso de Martin Luther King e do futuro presidente dos Estados Unidos, preciso fazer algumas considerações.


Acho que tem acontecido coisas extraordinárias no mundo. Não sei se o Obama será um bom presidente. Ele terá grandes problemas para resolver. Talvez nem consiga. Porém ver um negro sendo presidente num dos países mais racistas que conheço é de emocionar qualquer pessoa.


É a possibilidade de ver uma minoria sendo representada, num país que tem domínio no mundo. Não quero ser acusada de americanizada, de valorizar o estrangeiro. O que acontece aqui no Brasil também me interessa e também mereceria destaque aqui no meu blog.


Quando o Lula foi eleito a primeira vez em 2002, votei nele e acompanhei toda a cerimônia de posse e seu discurso. Aquilo me emocionou. Ter um representante do brasileiro comum em Brasília me deixou muito esperançosa. Sabia que estava acompanhando um acontecimento histórico brasileiro. Apesar de muitos serem contra, ainda voto no Lula, se ele pudesse se reeleger.


Ainda não consegui ver na íntegra o discurso de Obama. Mas o pouco que vi, achei emocionante. E me lembrei que faz 40 anos da morte do Martin Luther King. O ano de 1968 onde minorias como os negros, as mulheres e os gays lutavam por seus direitos. E hoje, um presidente que pode ser uma grande fiasco, mas que venceu apesar de toda a dificuldade que uma simples cor de pele o impedia me deixa com esperanças na humanidade.


O sonho se realizou. A morte não foi em vão.

We can

Discurso da vitória da eleição presidencial americana
Barack Obama
4 de novembro de 2008

"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.


É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de estados vermelhos e estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os EUA da América.

É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA.

Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.

O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos EUA da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho.

À melhor equipe de campanha formada na história da política. Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir.

Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.

Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um Governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês.

Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.
Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos.

Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.

Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação.

E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar.

Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer. Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos? Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.
Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América".

I have a dream

Eu Tenho Um Sonho
Martin Luther King, Jr.
28 de agosto de 1963 Washington, D.C.

Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e da Declaração de Indepêndencia, estavam assinando uma nota promissória de que todo norte americano seria herdeiro. Esta nota foi a promessa de que todos os homens, sim, homens negros assim como homens brancos, teriam garantidos os inalienáveis direitos à vida, liberdade e busca de felicidade.

Mas existe algo que preciso dizer à minha gente, que se encontra no cálido limiar que leva ao templo da Justiça. No processo de consecução de nosso legítimo lugar, precisamos não ser culpados de atos errados. Não procuremos satisfazer a nossa sede de liberdade bebendo na taça da amargura e do ódio. Precisamos conduzir nossa luta, para sempre, no alto plano da dignidade e da disciplina. Precisamos não permitir que nosso protesto criativo gere violência físicas.

Muitas vezes, precisamos elevar-nos às majestosas alturas do encontro da força física com a força da alma; e a maravilhosa e nova combatividade que engolfou a comunidade negra não deve levar-nos à desconfiança de todas as pessoas brancas. Isto porque muitos de nosssos irmãos brancos, como está evidenciado em sua presença hoje aqui, vieram a compreender que seu destino está ligado a nosso destino. E vieram a compreender que sua liberdade está inextricavelmente unida a nossa liberdade. Não podemos caminhar sozinhos. E quando caminhamos, precisamos assumir o compromisso de que sempre iremos adiante. Não podemos voltar.

Digo-lhes hoje, meus amigos, embora nos defrontemos com as dificuldades de hoje e de amnhã, que eu ainda tenho um sonho. E um sonho profundamente enraizado no sonho norte americano.
Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais".

Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.

Eu tenho um sonho de que, um dia, até mesmo o estado de Mississipi, um estado sufocado pelo calor da injustiça, será transformado num oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho de que meus quatro filhinhos, um dia, viverão numa nação onde não serão julgados pela cor de sua pele e sim pelo conteúdo de seu caráter.

Quando deixarmos soar a liberdade, quando a deixarmos soar em cada povoação e em cada lugarejo, em cada estado e em cada cidade, poderemos acelerar o advento daquele dia em que todos os filhos de Deus, homens negros e homens brancos, judeus e cristãos, protestantes e católicos, poderão dar-se as mãos e cantar com as palavras do antigo spiritual negro: " Livres, enfim. Livres, enfim. Agradecemos a Deus, todo poderoso, somos livres, enfim.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Escolhas a curto prazo e a longo prazo

A uma eternidade atrás eu ganhava um salário mínimo, e eu dava um valor muito grande ao meu pouco dinheirinho. Eu morava ainda com meus pais e não tinha muitas responsabilidades. Naquele momento, as minhas escolhas eram a longo prazo. Nenhuma compra que eu fazia era por impulso, por futilidade.

Eu sempre imaginava um futuro no qual eu ganhava mais e não precisava ter tantas limitações. Nem todos finais de semana eu podia sair e mesmo assim eu era feliz. Buscava programas baratos ou de graça. Praia era uma destas escolhas, passear no shopping era outra. Era uma vida limitada.

Mesmo assim, eu separava 50 reais do meu salário e aplicava na poupança. Eu não entendia nada de investimento e me asseguraram que poupança era seguro. Eu juntava este dinheiro sem nenhum próposito certo. Seria um dinheiro para emergências e se eu não precisasse, seria minha entrada na casa própria. Aquele dinheiro poderia ser usado também numa viagem ou na compra de um carro. Isso tudo a longo prazo.

Hoje a minha vida não é esta dureza toda. Além do meu salário maior, as minhas escolhas passaram a ser de curto prazo. Geralmente, as pessoas vão ficando mais velhas e mais cautelosas com o bolso. Comigo aconteceu o contrário. Vivo e gasto como se não houvesse amanhã. Não troco uma viagem, um show, um tratamento de beleza, por nada neste mundo.

Talvez minha escolha mudou, depois que uma arma foi apontada para minha cabeça. Eu tinha 20 anos. Naquele dia, não houve despedidas de pessoas queridas, não tive uma boa notícia, meu coração estava vazio, não tinha realizado nada ainda. Foi um dia bem rotineiro e pensei em morrer tendo certeza que a minha vida não tinha valido a pena.

Ter vivido alguns anos da dureza me deixaram com mais vontade de viver e aproveitar mais a vida. Tem dias que questiono isso tudo, as escolhas a curto prazo influenciam outros campos da minha vida. Como quase tudo que gosto e não me preocupo como deveria com meu peso. Se fosse uma escolha a longo prazo, aplicava uma alimentação mais saudável e beberia bem menos. A minha futura silhueta me agradeceria.

De qualquer forma, acredito que viver como se não houvesse amanhã não é uma boa escolha. Vai que eu morro com 92 anos. Tenho que me proporcionar qualidade de vida num possível futuro. Mesmo que ele possa não chegar. Parece clichê, mas o equilíbrio entre escolher a curto e longo prazo. Deixar uma reserva, mas não deixar de fazer coisas que tornem a vida menos dura.

E qual é a sua escolha?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

A exposição

Tive um a bela surpresa de ver meu texto linkado no blog Sessão das Oito. Fiquei super lisonjeada. Com um pouco de vergonha também. Nem sempre acho meus textos bons, então ser reconhecida de alguma forma é muito bom.

O blog possibilita fazer novos tipos de relações. Relações virtuais. Você vira um expectador da vida de uma pessoa que não conhece. Vira como um amigo mesmo. A torcida sempre é grande para este amigo virtual.

Quando eu não fui selecionada para o novo emprego, recebi carinhos. O carinho foi através de comentários, porém saber que desconhecidos podem te confortar, é muito bom. Dá esperança na humanidade. Descobrimos que o outro não é tão egoísta, apesar de nossa sociedade proporcionar isso.

Ser linkada em outro blog aumenta os visitantes. E aumenta também a insegurança. É como dar a sua cara a tapa. Ser criticada nos seus textos, nos seus defeitos, na suas fraquezas. E se alguém perceber o quanto sou repetitiva nas minhas frases. Eu escrevo repetitivamente, pois falo assim.

Um outro pensamento me ocorreu, o Leonardo (Sessão das oito) não sabe o meu nome. Normal, ninguém que lê aqui sabe. Então como posso participar da vida de outra pessoa, torcer por ela, ter uma relação virtual, se esta pessoa nem sabe o meu nome. Aqui eu não escrevo tudo. Aqui é uma pequena parcela da minha vida.

Ter uma identidade secreta, me protege das minhas inseguranças. Mas também me protege de fazer novos amigos. A minha dúvida é até quando vou me esconder por aqui. Até onde vai o meu anonimato.

Fico na dúvida se me revelo para meus leitores costumeiros e continuo anonimamente para os outros. Acho que para o Superman, era mais fácil ter uma identidade secreta.