quinta-feira, 28 de maio de 2009

Meu nome é MULHER!

Eu era a Eva
Criada para a felicidade de Adão
Mais tarde fui Maria
Dando à luz aquele
Que traria a salvação
Mas isso não bastaria
Para eu encontrar perdão.
Passei a ser Amélia
A mulher de verdade
Para a sociedade
Não tinha a menor vaidade
Mas sonhava com a igualdade.
Muito tempo depois decidi:
Não dá mais!
Quero minha dignidade
Tenho meus ideais!
Hoje não sou só esposa ou filha
Sou pai, mãe, arrimo de família
Sou caminhoneira, taxista,
Piloto de avião, policial feminina,
Operária em construção...
Ao mundo peço licença
Para atuar onde quiser
Meu sobrenome é COMPETÊNCIA
E meu nome é MULHER..!!!!

Autor desconhecido

terça-feira, 26 de maio de 2009

Ahhhhh, o silêncio! Parte II


Queridos leitores

Não escrevi uma linha da postagem anterior, mas poderia ter escrito cada palavra e pausa deste texto. Só quem vive o desespero deste silêncio pode entender o quanto ele pode ser destruidor de um relacionamento.

Recebi este texto de uma amiga querida, sinceramente não chequei a autoria que fora atribuída para a Marta Medeiros. Mas assim que li tive rompantes de enviar a quem de fato merecia ler.

Mas para quê? Enviar para quem nunca quis ouvir. Tem uma passagem neste texto que é ótima e que me identifiquei:

...Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar - "Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!" - É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro...

Pois é, eu era a louca histérica. (Viu Leo, como posso ser Maria Elena, de Vicky Cristina Barcelona?) A histeria de ver a construção de um sonho ir embora. Mas nada que é falado aos berros é ouvido, aprendi isso tarde. Mas no desespero, só uma coisa que eu queria, ser ouvida.

Monólogos intermináveis, desgaste emocional gigantesco e a triste constatação que o silêncio que recebia era a simples prova do que o amor tinha acabado. Não adiantava berrar, reconquistar, fazer promessa, nada. O que um dia foi, já não era mais.

O que me restou foi o silêncio compartilhado. Não existia mais nada a fazer do que visualizar o fim. E o fim chegou.

Ahhhhh, o silêncio!

A Voz Do Silêncio
Filme Cidade dos Sonhos e o Club Silêncio

Pior do que a voz que cala, é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!

Imediatamente me veio à cabeça situações em que o silêncio me disse verdades terríveis, pois você sabe, o silêncio não é dado a amenidades.

Um telefone mudo. Um e-mail que não chega.
Um encontro onde nenhum dos dois abre a boca.

Silêncios que falam sobre desinteresse, esquecimento, recusas.

Quantas coisas são ditas na quietude, depois de uma discussão.
O perdão não vem, nem um beijo, nem uma gargalhada para acabar com o clima de tensão.

Só ele permanece imutável, o silêncio, a ante-sala do fim.

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas que a gente não quer ouvir, pois ao menos as palavras que são ditas indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento articulam argumentos, expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.

Quantas vezes, numa discussão histérica, ouvimos um dos dois gritar:
"Diz alguma coisa, mas não fica aí parado me olhando!"

É o silêncio de um, mandando más notícias para o desespero do outro.

É claro que há muitas situações em que o silêncio é bem-vindo:
Para um cara que trabalha com uma britadeira na rua, o silêncio é um bálsamo.
Para a professora de uma creche, o silêncio é um presente.
Para os seguranças de um show de rock, o silêncio é um sonho.

Mesmo no amor, quando a relação é sólida e madura, o silêncio a dois não incomoda, pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba, é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta, não há emails na caixa de entrada, não há recados na secretária eletrônica e mesmo assim, você entende a mensagem.


Marta Medeiros

terça-feira, 19 de maio de 2009

A Lenda de Narciso


Narciso era um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua beleza num lago.

Era tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado.

No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.

Quando Narciso morreu, vieram as Oréades e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.

- Por que você chora? - perguntaram as Oréades.

- Choro por Narciso - respondeu o lago.

- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso - continuaram elas. Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.

- Mas Narciso era belo? perguntou o lago.

- Quem mais do que você poderia saber disso? - responderam surpresas as Oréades.

- Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo quieto e por fim disse:

- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. "Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas próprias margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos minha própria beleza refletida."

Cidade das formigas

Quando eu era criança tinha um estranho hábito de observar as formigas. Passava horas olhando elas entrando e saindo do formigueiro. Aquele tipo de vida me fascinava. Levando em consideração o tamanho de uma formiga, comparando ao universo, o tamanho da formiga é algo ínfimo.

Recebi um vídeo que tenta mostrar de como é um formigueiro por dentro, algo que quando eu era criança sempre quis saber. Segue o vídeo:


segunda-feira, 18 de maio de 2009

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pausa para respirar


Meus últimos dias foram uma grande sucessões de emoções: teve alegria, tristeza, raiva, decepção, satisfação e muito amor. Amor que veio de diversas formas e por várias pessoas diferentes.

Consegui comemorar meu aniversário, no último dia 3, com várias pessoas queridas e com vários eventos celebrando mais uma passagem de tempo da minha vida.

Se eu pudesse resumir minha última semana numa só palavra, escolheria intensidade. Tudo foi vivido e sentido desta forma.

Às vezes me assusto com a mudança que chegou na minha vida, como desconfiada que sou, fico observando pra ter certeza das minhas atitudes. Mas não consigo viver sem responder os estímulos, se me provocam respondo com provocação e assim sucessivamente.

Esta atitude de observar e depois partir para ação é muito paradoxal com a outra atitude de responder a estímulos. Tentando explicar, eu sigo o impulso, mas com uma vozinha interior me avisando que as coisas podem dar errado. Tento, mas sem o sucesso absoluto, a não usar somente emoção. A minha razão fica o tempo todo me cobrando uma escolha mais ponderada.

Para dar um bom exemplo, imagina que você visualiza o seu objeto de desejo dentro de um lago fundo e escuro. Você ficaria na margem para tentar ter uma visão melhor antes de entrar no lago ou vai entrando sem medir as consequências? A minha escolha é sempre a mescla das duas, não me jogo no lago atrás do meu objeto e também não fico muito na margem pra tentar conhecer o lago. Simplesmente vou nadando de encontro ao meu objeto, de uma forma que vejo cada metro do lago por vez.

Não consigo manter uma passividade e nem vou apenas pelo impulso. Alguns dirão que é a atitude mais correta. Mas sinceramente, tem vezes que é melhor ter uma atitude mais passiva. Vai que o objeto de desejo vem de encontro ao invés de você ir de encontro a ele.

Meu questionamento no momento é seguir o impulso ou se manter passivo e os ganhos disso tudo.

Só um lembrete do Quintana


'A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê, já passaram-se 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado.
Se me fosse dado, um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando, pelo caminho, a casca dourada e inútil das horas.

Mário Quintana

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sentir-se amado

O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

Martha Medeiros