sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Agora o meu Eu se revelou

Sabendo que agora não há mais motivos de me esconder atrás de um pseudônimo, revelo enfim quem sou eu. Tenho nome e sobrenome, Luciana Motta ou Lu Motta para os mais intimos.

Sou uma jornalista quase formada e pouco frustrada por não estar seguindo minha profissão. O blog fiz com este propósito, não perder o jeito e dar um estilo na minhas palavras escritas.

Tenho muito carinho com este blog, pois ele está do meu lado desde as coisas ficaram de cabeça para baixo. Aqui pude mascarar todo um processo muito difícil que passava, mas melhor deixar isso para lá.

Com a revelação, estou mais segura do que escrevo por aqui. Enfrentarei a vergonha de achar que o que eu escrevo não é tão bom, como eu gostaria. Agora não precisarei usar artifícios para não descobrirem quem eu sou.

O que for verdade, falarei, o que for fantasia deixarei claro. Não há mais o que esconder. Fico muito feliz com meus visitantes anônimos e espero que eles continuem por aqui. Dá uma força maior no meu ato de escrever.

Enquanto isso me recupero do tombo que levei em frente do Teatro Municipal. Devido estar maneta, por ter rachado meu cotovelo, passei meu carnaval em repouso. As vezes acho graça do escorregão mais hilário que tomei na minha vida.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Exercício de superar


Há um mês atrás me entreguei a uma paixão. De corpo e alma, que nem um piloto kamikaze em missão. Parece loucura (e é) mas não tive nenhum medo de investir na minha felicidade e no sentimento que estava sentindo. Embarquei em algo que anunciava que não ia muito longe, mas investi.

Meu coração andava tão embrutecido que nem lembrava mais a última vez que me senti assim. Como sabia que isso não me acontecia todo dia, dei uma chance ao meu coração. Afinal de contas, da vida a gente só leva a vida que leva.

Durou apenas um mês, e como foi lindo este mês. Colocou minha vida de pernas pro ar. Até mudar de casa eu vou. Simplesmente, tudo que estava com muita vontade de fazer, mas não tinha coragem e ânimo, eu realizei. A dieta que eu nunca começava, o marasmo no trabalho que eu não conseguia vencer, a casa onde eu morava que não me trazia boas lembranças. Me livrei de toda infelicidade existente.

Mas nada na vida vem só com bônus, tem ônus incluso. Hoje era o dia de colocar os pingos nos is. Saber se a relação é amor de verão ou se vai subir a serra. Até porque o carnaval tá aí e eu não ficar com apaixonite, sem curtir o carnaval no melhor estilo livre, leve e solta, porque o cara não se decide se dá ou não.

Sem passar do fim de semana, fui jogando pra saber qual era a dele. E te garanto a minha expectativa estava muito maior do que realmente era. Normal, não acertamos sempre. Fiquei arrasada. Não é todo dia que você tem o cara que te dá paixão, carinho e tesão no mesmo pacote. E eu vivi (como eu gosto) tudo com muita intensidade e entrega.

Mas a coragem que eu tive não foi compartilhada pelo meu parceiro. E o amor tão quente e intenso se desfez. Como já disse, fiquei muito triste. Mas agora, sei lá, estou pensando em todas as coisas boas que ganhei. Equilibrando as perdas e ganhos, ganhei mais que perdi.

É uma pena que não viverei esta loucura até onde ela pode dar. Nem sei quando eu vou sentir isso novamente (espero que breve, pois sem paixão não sou ninguém). Mas por hoje estou feliz por toda felicidade que vivi em apenas um mês.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A menina no ponto de ônibus


"Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação."
Mário Quintana

Tem acontecido tanta coisa que ando sem tempo para pensar em temas para colocar por aqui. Muitas responsabilidades assumidas no trabalho, muitas mudanças na minha vida amorosa e um grande desafio pela frente na parte educacional.

Mas por hoje reservo meu momento para falar de alguns tipos de olhar. Não é um olhar qualquer, comum, sem emoção. O olhar mais curioso é aquele que andando na rua você se depara e fica parado. O que tem atrás daquele olhar, daquela pessoa desconhecida. Não estou falando de paquera. A pessoa com o olhar pode nem perceber sua presença, pois o olhar dela é para dentro de si, mas você, sem querer, compartilha daquele momento de divagação. Eu sempre quis saber o que as pessoas estão pensando naquele momento.

Teve uma vez que vi uma mulher muito bonita e jovem no ponto de ônibus no qual eu estava. O olhar dela era perdido, mas muito bonito. Era à noite, mas podia ver as lágrimas que brotavam dos seus olhos sem que ela conseguisse segurar. Não sei se ela sequer notou minha presença, mas naquele momento pude compartilhar de sua dor.

Eu tinha acabado de dar o primeiro beijo numa futura grande paixão, mas naquele dia nada sabia do que o futuro me reservava. Não sabia que aquele beijo seria importante. Porém nunca esqueci daquela menina no ponto de ônibus que chorava. Nunca sei como agir nestas situações, às vezes ofereço ajuda na cara de pau, podendo até receber uma resposta mau-humorada, às vezes só compartilho.

O problema de compartilhar a dor alheia é que acabo sentindo um pouco dela. Não fale de dor de cabeça ou dor de saudade, é inevitável, daqui há alguns minutos compartilho deste pesar. O fato da pessoa falar para mim, me deixa mais sensitiva e faz com que a dor alheia diminua.

Não posso continuar nas minhas divagações e esquecer do olhar, por isso que comecei este texto e com este assunto irei terminá-lo. No ponto de ônibus, comecei a chorar junto da menina, ela não percebeu, mas não consigo evitar de ver alguém sofrendo e não sofrer também. Ir num enterro é uma das experiências mais dolorosas para mim, mesmo sem conhecer o falecido. Eu entro justamente no astral de tristeza daquelas pessoas e assim coloco todas as minhas tristezas para fora numa grande catarse.

Não consegui evitar de chorar, mas não conseguia entender o porquê de estar chorando, pois tinha acabado de conhecer um cara que parecia especial. Fui embora, peguei meu ônibus e esqueci dessa menina e seu olhar por um bom tempo.

Neste mesmo ponto de ônibus, reencontrei a menina com o olhar perdido, só que neste reencontro, o destino pregou uma peça. O olhar dela estava feliz, ela sorria com os olhos, numa felicidade radiante. E eu, tinha acabado de ver o cara especial com outra que ele deveria considerar especial naquele momento. O meu olhar estava perdido, triste e somente desta vez não consegui capturar e compartilhar do olhar de alegria da menina no ponto de ônibus.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Vicky Cristina Barcelona

Finalmente fui ver este filme que todos comentavam. Algumas amigas falavam que eu precisava vê-lo, que como todas que viram, eu iria me identificar com algum personagem, que o Javier Barden está lindo e charmoso (eu não acho este ator bonito, talvez um pouco charmoso, mas a camisa vermelha de seda que ele aparece pela primeira vez no filme deixou ele com aquele aspecto de galã de novela mexicana) e etc etc etc....

Fui sozinha perto da minha casa, enfrentei uma pequena fila, no qual percebi que tinham poucas cadeiras disponíveis. Tinha um casal de gays na minha frente que também iria ver o mesmo filme, pensei na possibilidade de acabar o ingresso logo na minha vez. Eu odeio receber más notícias sem estar esperando por elas, então fiquei um pouco triste com a possibilidade de ficar sem ver. Isso estava de me deixando frustrada porque seria a terceira tentativa de ir ao cinema só neste fim de semana.

Contrariando todos meus pensamento negativos, tinha um lugar disponível e sentei numa ótima cadeira. Achei a tela um pouco pequena e pensei em que não conseguiria me concentrar em ver o filme numa tela tão pequena, mas me entreguei totalmente a história e as paisagens de Barcelona.

Uma amiga disse que depois do filme eu ia comprar uma passagem para Barcelona imediatamente. Sempre tive vontade de conhecer a Espanha, mas não tive este furor de comprar uma passagem. Outra disse que eu sairia de lá com muita vontade de transar, achei o filme interessante neste aspecto, mas não fiquei com nenhuma excitação aparente.

Um único amigo que não achou o filme tão sensacional como todos disseram, concluiu que as pessoas e as situações são clichês. Sinceramente discordo. Um artigo de uma revista, escrito por um homem, descreveu que o beijo entre a Penelope Cruz e a Scarlet Johasson foi forçado, sem tesão das personagens, discordo também, o beijo foi com muito tesão e com carinho, algo que fez diferença no filme.

A única opinião que realmente compartilhei com uma pessoa que viu o filme (e foi a primeira a recomendar o longa) foi que me identificaria com um personagem ou me identificaria com todas as personagens femininas. Ela tinha ficado impressionada como sou parecida com a Vicky e que se preocupava muito comigo. Realmente sou muito parecida com a Vicky, não sou de abrir mão coisas estáveis por outras instáveis. Racionalizo todos os meus relacionamentos.

Mas se tem personagem que sou muito parecida, é da Penelope Cruz, a Maria Elena. Maria Elena é um ode a todas loucuras que podemos cometer por amor e por paixão. Aquela emoção destrutiva. Eu fiquei imaginando para os homens com os quais eu me relacionei ao longo da minha vida, o quanto deve ter sido assustador conhecer este meu lado tão tempestuoso.

Um dia você conhece uma mulher completamente racional. Com o decorrer do tempo, eu me transformo exatamento no meu oposto. Uma mulher que pode tentar matar seu parceiro, num gesto de total paixão. Realmente é de fundir a cuca e afastar qualquer homem que tenha se interessado em mim.

Foi terapêutico me ver, de uma forma excessiva, na tela do cinema.