segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Exercício da virada


Os acontecimentos da minha vida são marcados pela intensidade. Vivi muitas coisas nos meus 28 anos e espero viver muito mais. Mas lendo uma reportagem da Isto é Gente, tive uma ideia de compartilhar aqui no blog e relembrar uma passagem da minha existência.

Eu tinha o sonho de morar sozinha aos 18 anos. Determinada, estudei para conseguir isso o mais rápido possível. Aos catorze anos, resolvi fazer escola técnica ao invés de me preparar para o vestibular. Vestibular me causaria alguns anos vivendo dependendo dos meus pais e isso me afastava do meu grande objetivo.

Nos idos de 1996, escolhi fazer o curso técnico de informática, pois era uma carreira que eu conseguia vislumbrar projeção financeira e me faria realizar o meu sonho. Eu detestava estudar informática, mas gostava do clima do colégio e dos meus amigos.

Aos 17, consegui estágio na prefeitura do Rio. E este estágio estava mais relacionado a sorte do que minha obstinação. Sorte, porque enquanto eu fazia estágio rolou um concurso público para a minha área. Fiz, passei e fui chamada. A sorte foi ter feito estágio lá, o resto foi conquista das minhas escolhas, do meu talento profissional e inteligência.

Com 18 anos era uma funcionária pública. Eu que procurava estabilidade financeira, consegui muito cedo. Adorava trabalhar lá, mas com passar do tempo, comecei ficar infeliz. Eu não conseguia entender o vazio que eu sentia. Na época eu só enxergava este vazio, mas não conseguia entender o porquê. O resultado foi o meu desestímulo. Não conseguia vislumbrar um futuro maior do que aquilo que eu vivia. Era para eu estar satisfeita, na minha mente limitada de 22 anos, mas eu não estava.

Então em 2004, apoiada por minha família, amigos e namorado, larguei o funcionalismo público após arrumar emprego numa grande empresa. Só que o destino prega peças muito interessantes e mal assumi o cargo, fui mandada embora por problemas internos da empresa.

Desempregada, não tive muito tempo de ficar deprimida pela minha péssima escolha. Fiquei mal, algo natural, mas precisava arrumar um outro emprego. Não foi fácil, fui trabalhar como recepcionista, pois precisava de dinheiro. Até nessa situação consegui ver coisas positivas. Era primeira vez que trabalhava como bilíngue, algo que eu queria fazer alguma vez na vida. E o meu salário era bom também.

Voltei para minha área de tecnologia de informação, fui crescendo na minha carreira e fiz faculdade de jornalismo. Algo que não tinha relação com minha experiência de trabalho, mas que me dava muito mais prazer do que cursar faculdade de análise de sistemas, algo que cheguei a fazer enquanto trabalhava na prefeitura.

E então fui estudando jornalismo e trabalhando com TI. Nisso consegui morar sozinha com 24 anos. Não foi no tempo que eu queria, mas não foi também tão distante do meu planejamento. E meu apê era tão fofo. Foi uma fase muito boa, viver em Copacabana. E eu que não pensava muito em como seria meu futuro, só persegui meus objetivos, fui além dos meus horizontes.

Recomendo este texto a todos que desejam dar uma guinada em 2010. Como dica, eu sempre observo o momento certo de dar uma virada. Geralmente começa com uma inquietação e um sentimento grande de vazio. Para sair de uma situação de estagnação e tomar uma atitude, é só ouvir o coração porque ele sempre diz quando está preparado.

Não é fácil largar algo que você está habituado, pode acontecer problemas, mas a frustração de não ter tentado ser feliz é muito maior. Espero que estas linhas encorajem os mais medrosos.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Rapidinhas

- O que seria da minha vida sem meus amigos?

- O dia que saí mais largada de casa foi o dia que eu fui mais paquerada.

- O dia que a gente menos espera é quando acontece as coisas mais legais.

- Tá, confesso, me vinguei.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Exercício do balanço



Sei que ainda tá meio cedo para o balanço do ano, mas em novembro já fiz uma parcial do meu ano de 2009. Novembro é o penúltimo mês do ano, então é uma parcial quase completa do ano. Não sei se quero que aconteça mais alguma coisa muito foda este ano ou espero ano que vem. Nem sei se tenho um coração que aguenta tantas emoções. Mas enfim, posso considerar que este ano foi um dos mais importantes da minha vida.

Escrevendo como jornalista que agora sou (em todos os sentidos), eu terminei a faculdade com o louvor de tirar 10 na monografia. Nunca achei que falar sobre o tema de violência doméstica contra mulher fosse tão díficil. Desde de 2008, buscava um orientador pra me auxiliar num tema sobre a questão do feminino e quando achei uma pessoa que realmente quisesse, foi uma vitória. Tudo bem que tive de adaptar para violência doméstica, algo que nunca pensei escrever. Mas a minha obstinação de não desistir do meu tema, garantiu a nota máxima.

O problema de ter escolhido este tema depois de se separar é que todo mundo acha que eu apanhava do meu ex-marido. Convencer as pessoas de que não apanhava de ninguém e que quis fazer o tema por outros diversos motivos foi bem curioso. Porém, abordar problemas no relacionamento na confecção do trabalho enquanto você está separada recentemente não foi nada fácil. Escrevi muitas linhas chorando. A solidão que eu sentia sentada olhando para a tela do editor de textos com o barulho das teclas nas madrugadas do meu fim de semana foram torturantes. Mas venci.

Fiz este tema por todas as mulheres que um dia eu conheci e por todas histórias que ouvi. A minha monografia foi melhor que terapia. Tanta coisa lida e refletida. E tudo começou quando li "O segundo sexo", de Simone de Beauvoir. E foram tantas coisas acontecendo, um curso que fiz sobre as mulheres através do século. O livro com a biografia da Leila Diniz que li bem na época da separação. E logo depois a vontade de não escrever nada e curtir a nova vida de solteira que começava.

Curti cada minuto da minha solteirice e cada dia descubro uma nova faceta em mim que eu desconhecia. A transformação foi muito grande. As vezes não me reconheço, mas o que mais gostei de ter conquistado, foi meu equilíbrio. A vitória de trabalhar como jornalista num momento que eu já tinha aberto mão da minha profissão e nem estava preocupada com minha vida profissional.

A minha outra conquista foi voltar a morar sozinha. Olhar minha casa, meu quintal, meu quarto de boneca, me dá um puto orgulho de mim mesma. Foi algo que sonhei desde criança, ser independente, ter uma casa só minha, só faltou o carro. Adoro isso tudo, porque é um sonho realizado. Mas não posso esconder que sinto falta de ter minha família. Queria estar com 28 anos planejando um bebê, mas descobri também este ano que nada acontece da forma que a gente planeja e no tempo que gostaríamos.

Portanto não faço nem ideia de quando eu vou formar familia e muito menos de quando terei filhos. Mas tento não me torturar por isso. Viver um dia de cada vez construindo bases para um futuro incerto. Porque não sei se vou arrumar um marido por toda nossa vida e se a gente vai ter filhos. É tanta coisa que não depende de mim, que cansei de ficar sofrendo por algo que não tenho nenhum controle.

Mas sonho, aliás o que mais faço é sonhar. Sonho com romance, sonho com filhos, sonho em trabalhar com Tv ou cinema. E depois de sonhar tanto em 2009, estou tentando colocar os pés no chão. Estou tanto tempo sonhando que estou deixando de enxergar a realidade da vida.

Quanto aos relacionamentos amorosos este ano, foi tudo uma grande piada. Parece que foi um pesadelo que ainda estou tentando acordar. Porém cresci muito, usando uma frase de um post antigo, cada porrada que levava me impulsionava pra frente. Agora estou numa fase quietinha, quase uma ostra e reavaliando cada ensinamento que tive neste sentido ao longo da vida.

O que mais gostei de ter descoberto este ano é que sou uma pessoa extremamente divertida e cercada de amigos. Como curti cada momento, cada noitada, quantas noites não dormidas. Assisti inúmeros "nascer do sol". Conversas intermináveis, muitas, muita mesmo, cervejas.

Em um post do começo deste ano escrevi o que queria de 2009, um interminável verão. Acredito que os deuses leram e disseram amém. Abraços. Boas festas e que venha 2010 com outras agradáveis surpresas e momentos felizes conforme passei, para todos.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

MULHERES LINDAS – COM UM SOL DE AMOR NO CORAÇÃO

(Dedicado as mulheres cheias de caráter e luz, lindas, sem as ilusões do mundo.)

Paz e Luz.

- Wagner Borges – Na Luz, como sempre...
São Paulo, 30 de novembro de 2009.


Eu olhei os seus pés calçados com sandálias simples.
E eles estavam brilhando tanto, garota.
Depois eu olhei em seus olhos, e eles pareciam dois sóis.
Ah, pequena, você já chorou demais!
E, no entanto, o seu coração ainda está cheio de amor.
Você se iludiu: o que buscava fora, na verdade, estava com você mesma.
Sempre esteve dentro de você mesma, em forma de luz secreta.
E isso não se vê com os olhos da carne, e nem depende de aparências.
É ouro! É valor interno, que não se vende e nem se compra.
Então, enxugue suas lágrimas e preste atenção em sua luz.
O amor é o amor, não é uma pessoa. Mas poucos compreendem isso.
E quem não vê o brilho real, cai nas garras das luzes ilusórias do mundo.
Você pode até ter alguém ao seu lado, mas, talvez, o seu coração voe para longe...
Na direção de um Grande Amor, algures, no Coração da Vida Universal.
Ah, amor não machuca! E nem está submetido a mesquinharias e dramas.
Não tem idade e não se presta a manipulações; e não faz chantagens emocionais.
O que é real, transforma a consciência e faz rir e gostar de viver.
Há coisas que transcendem o tempo e o espaço. O amor é uma dessas coisas.
E, mesmo à distância, ele acontece, de coração a coração.
Eu só queria dizer isso, pequena: “VOCÊ ESTÁ CHEIA DE LUZ!”
E, onde quer que você esteja, receba um beijo, de alma para alma.
Que a Mãe Divina a inspire e ilumine mais ainda.

P.S.:
Escrevi essas linhas por influência espiritual de uma entidade espiritual.
Trata-se de uma consciência extrafísica muito querida do meu coração.
Ela trabalha nas vibrações sutis do amor da Mãe Divina.
E me disse: “Escreva algo para uma mulher cansada e resgate-a da dor.”
E eu questionei-a, sobre como escrever algo para alguém que sequer conheço?
E ela me sugeriu: “escute o seu coração e escreva o que ele lhe disser”.
Então, escrevi essas linhas. E sei que ela sabe por onde esses escritos viajarão...
E eu quero aproveitar e dizer que há mulheres lindas demais no mundo, e além...
E elas são lindas por sua luz e seu caráter, não por suas formas ou juventude.
Muitos homens não vêem isso; e, às vezes, muitas mulheres, também não.
E sem luz, as trevas chegam; e sem caráter, sobra o vazio existencial.
Que coisa mais linda é o olhar de uma mulher cheia de amor real!
E isso vem do coração dela, e ilumina o parceiro, os filhos e a própria vida.
E isso não tem preço. E nem se explica. Só se sente...
Não, não e plástica ou a roupa cara que faz uma mulher bonita; é ela mesma.
Com seu brilho e seu caráter; com seu amor e paciência; com algo que só ela tem.
E, aqui e agora, eu honro a todas elas com esses escritos, em espírito e verdade.
E agradeço a Mãe Divina, pela chance e pela honra de escrever essas linhas*.

(Dedicado as mulheres cheias de caráter e luz, lindas, sem as ilusões do mundo.)

domingo, 29 de novembro de 2009

Amigo é pra essas coisas


Amigo É Pra Essas Coisas
Composição: Aldir Blanc e Silva Junior

- Salve!
- Como é que vai?
- Amigo, há quanto tempo!
- Um ano ou mais...
- Posso sentar um pouco?
- Faça o favor
- A vida é um dilema
- Nem sempre vale a pena...
- Pô...
- O que é que há?
- Rosa acabou comigo
- Meu Deus, por quê?
- Nem Deus sabe o motivo
- Deus é bom
- Mas não foi bom pra mim
- Todo amor um dia chega ao fim
- Triste
- É sempre assim
- Eu desejava um trago
- Garçom, mais dois
- Não sei quando eu lhe pago
- Se vê depois
- Estou desempregado
- Você está mais velho
- É
- Vida ruim
- Você está bem disposto
- Também sofri
- Mas não se vê no rosto
- Pode ser...
- Você foi mais feliz
- Dei mais sorte com a Beatriz
- Pois é
- Vivo bem
- Pra frente é que se anda
- Você se lembra dela?
- Não
- Lhe apresentei
- Minha memória é fogo!
- E o l'argent?
- Defendo algum no jogo
- E amanhã?
- Que bom se eu morresse!
- Prá quê, rapaz?
- Talvez Rosa sofresse
- Vá atrás!
- Na morte a gente esquece
- Mas no amor a gente fica em paz
- Adeus
- Toma mais um
- Já amolei bastante
- De jeito algum!
- Muito obrigado, amigo
- Não tem de quê
- Por você ter me ouvido
- Amigo é prá essas coisas
- Tá...
- Tome um cabral
- Sua amizade basta
- Pode faltar
- O apreço não tem preço, eu vivo ao Deus dará

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Exercício de cafuné


Lembrando uma frase da Leila Diniz: "Eu dizia que cafuné eu topava até de macaco..."

domingo, 22 de novembro de 2009

Cansei

Da dor nas costas que está me matando;
Do seu silêncio;
Da hipocrisia;
Das mentiras;
De repetir os mesmos erros...

Só quero ficar quietinha, na paz, tentando encontrar meu equilíbrio...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Exercício de ser uma nova mulher

Eu não posso falar palavrão. Não posso dizer que gosto de sexo. Muito menos assumir as minhas preferências sexuais. O que penso não posso exprimir, minha espontaneidade afugenta meus pretendentes. Sexo no primeiro encontro acarreta falta de respeito. Quando era criança, não podia sentar de perna aberta, deitar ou sentar no colo das pessoas. Eu era treinada para ser uma grande mulher. Aprender a cozinhar e cuidar da casa era uma lição fundamental. Mesmo que eu trabalhasse fora e pudessse pagar uma empregada, porque quem não sabe fazer não sabe mandar. Esta mulher que eu devia me tornar, quero simplesmente esquecer que ela existe.

Sobre os homens, aprendi a gostar de vários, sofrer por nenhum. O sofrimento aceitável é só por mim mesma. Mentiras sinceras não me interessam. Admiro as pessoas verdadeiras, as mentirosas quero distância. Sobre a infidelidade, proponho direitos iguais. Para isso existe diálogo e relação aberta.

Por favor, quando se interessar por mim, me trate de forma especial. Quando estou com alguém me entrego inteiramente aquele momento, portanto faço a mesma proposta. Eu tô quietinha no meu canto, se me escolher, não me troque por outras mais fáceis.

Permita-me xingar meus palavrões, não sou desqualificada, somente preciso exorcizar tantas coisas reprimidas na minha vida. Não sou objeto, não beijo sem palavras, não me encontro com ninguém só as segundas depois das 22h. Eu bebo mais que você, mas não fique ameaçado. Aliás não sou uma ameaça. Só ganho meu dinheiro, tenho minha casinha e faço o que gosto, tanto profissionalmente quanto nas minhas horas de lazer. Sou inteligente, mas tenho minhas limitações, não sou confiante e sofro de terrível carência.

Quanto a me amar, estou aprendendo a cada dia. Tenho uma beleza comum. Não sou perfeita, mas mesmo assim sou bela. Às vezes mais charmosa e sensual do que bonita. Quando estou feliz, a beleza vem do brilho do meu olhar, da luz que emana do meu corpo. Nestes dias ninguém me segura tal o transbordamento e o significado do meu nome, transparece. Luz.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

de leila@ipanema para geisy@uniban

Joaquim Ferreira dos Santos

Leila Diniz dá uns toques na garota da minissaia


Geisy, você não me conhece, mas eu soube o que você andou passando. Dei um tempo no sol que eu estava pegando numa nuvem pra te escrever. Negó seguin. Eu acho que nem se fala mais assim por aí, mas me perdoa esses cacoetes. Peguei com o pessoal do "Pasquim", uns jornalistas tarados que bebiam todas nos bares de Ipanema e depois iam para redação explodir a imprensa tradicional. Eles eram duca. Diziam "Eu vou batepatu, patubatê patuapatota", e é isso que eu vou fazer aqui. Queria dizer que já passei drama parecido com o teu. Sou uma atriz dos anos 60, a década em que as mulheres começaram a usar minissaias como a que você vestiu na Uniban e os babaquaras não deixaram. Desculpe os palavrões, mas são as minhas vírgulas. Dei uma entrevista praqueles malucos do "Pasquim" e, no lugar de palavrões que eu falava, como "merda", "pentelho", "trepar", essas coisas que hoje passam na novela das seis, eles colocaram asteriscos do tipo (*). O palavrão virou verdade em mim, e quando as coisas são verdade todo mundo aceita. Mas foi uma desgraceira. Só a Dercy Gonçalves falava. Mulher de classe média não dizia palavrão, mulher decente de Ipanema não dizia que podia amar um homem e ir para a cama com outro - e eu disse isso tudo e muito mais no "Pasquim". Foi um escândalo. Era o início da ditadura dos militares. Os comunistas acharam que eu era uma alienada, os generais me perseguiram. Mifu de verde e amarelo. Fiquei sozinha, todo mundo atirando pedra e gritando "puta" como fizaram na Uniban. Da mesma maneira que você chegou a ser expulsa, tive que ir à delegacia assinar um documento jurando que não diria mais palavrão em público. Fiquei escondida em casa de amigos, perdi o emprego na novela da Globo. Foi (*) no (*) de Creuza. Precisei abrir uma butique de batas indianas em Ipanema para sobreviver.

Sacumé, Geisy? O negócio é ser feliz. Se você gosta de ir de minissaia atochadinha pra Uniban, continua. Eu escolhia os meus trabalhos pela patota, não queria saber se era filme de arte ou o (*) a quatro. Queria me divertir. Mas vou batepatu. A liberdade da mulher vai ser sempre uma coisa difícil para os outros. Não foi a minissaia nas tuas pernas, foi a caretice de séculos na cabeça deles. Eu, se fosse você, (*) e andava pra isso. Mas segura o tranco. Isso ainda demora para acabar - e dói.

Eu estou te dizendo isso tudo porque li as notícias aqui em cima, no portal de São Pedro, e achei que contar meu caso te ajudaria a entender o drama. Eu acho discurso uma (*) e nunca foi o meu caso. Meu negócio era sair nadando do Posto Seis até o Leme em alto-mar. Mas sei, sofri na pele, que preconceito é pedra dura que nem a do Arpoador. Não morre de uma hora para a outra. Mais adiante vão apedrejar alguma mulher porque ela sentou de perna aberta. Neguinho é (*). Não sei se já te contaram, não ria, mas no meu tempo havia um código para a mulher se sentar como devia, toda bem fechadinha. Trancada. Casava-se virgem, acredita? Moça não dava. Não dizia palavrão. Não ia sozinha ao cinema. Teve um cantor da Jovem Guarda, o Bobby di Carlo, que fez sucesso com uma música chamada "Ela é uma boneca que diz não, não e não". Pode rir. As moças dos anos 60 eram como as moças de todos os tempos, e elas queriam o direito de poder dizer "sim, sim e sim" ao que merecesse. Queriam dar, mas estavam proibidas. O padre ameaçava excomungar, o pai dizia que botava para fora de casa, e a mãe era internada depois de passar a tarde inteira gritando "minha filha é uma perdida". Sofria-se. Eu estava lá. Um dia a alça do meu sutiã apareceu por baixo do vestido, e o meu pai, comunista do Partidão, deu a maior bronca. Disse que eu parecia uma qualquer.

Não era mole ser mulher nos anos 60, e, pelo que eu vi acontecer com você, continua não sendo. Eu dizia que cafuné eu topava até de macaco, porque o normal era a mulher apanhar muito. Quiuspa. Quimera. Era barra-pesada. Como eu não estava nem aí, os bocomocos de Ipanema, assim como os da Uniban, me chamavam de "puta". Não liguei. Por um lado, vivi a a minha vida e, até que o avião caísse na Índia, fui muito feliz. Se servi de exemplo para as outras mulheres, não me importa. A intenção era viver do jeito que eu queria, com os homens que eu escolhia e, cacilda!, não ligar para o que dissessem. Aqui Del Rey! Fiz o que me deu na telha. Um dia fui julgada num programa de televisão, e o sujeito disse que eu não tinha o direito de ser mãe, porque era uma prostituta. Chorei muito em rede nacional e, sempre que vejo uma mulher em situação parecida, vítima do eterno rancor de ela ser como quiser ser, eu me solidarizo.

Pois é isso, Geisy. Eu estava aqui na minha nuvem, pegando um bronze com o doce canalha do Anselmo Duarte, que acabou de chegar, mas achei que devia te mandar um alô. Ser mulher é (*) e assim vai continuar sendo por muito tempo. Vão encontrar sempre um jeito novo de manifestar o preconceito. Um dia, eu estava grávida, coloquei o biquíni e fui à praia. Foi um escândalo. Tudo porque eu não usei, como todas as grávidas, uma bata que vinha do sutiã e tapava barrigona. Barriga daquele jeito era sinal de que tinha havido sexo por ali, e sexo, qualquer de suas manifestações, devia ser escondido. Era pecado, coisa feia. Homens e mulheres, porque elas também jogam muito contra o patrimônio, me chamavam de "puta" em Ipanema. Me contaram que hoje as grávidas botam orgulhosas o barrigão pra fora, mas, naquele início dos anos 70, aquilo foi um pecado que eu, sem querer, eu só queria pegar sol e ser feliz, apaguei da lista de condenações para as mulheres. Agora vejo que continuam inventando novas condenações para a gente.

Eu não queria fazer revolução, queria dar gargalhada com a Aninha, com a Marieta, e namorar muito. Se o teu negócio é minissaia atochada, Geisy, vai nessa. O resto, (*). Beijos da Leila Diniz, e não se esquece de colocar no iPod a música do Jair Rodrigues, ô neguinho assanhado, aquela do "Deixa que digam, que pensem, que falem". Mete bronca e pega um sol nessas coxas que tu muito branquela. Solta a franga, e anota: ser feliz é duca.


Coluna publicada no Jornal O Globo - 16 de novembro de 2009

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Regra Três


Composição: Vinicius de Moraes / Toquinho

Tantas você fez que ela cansou
Porque você, rapaz
Abusou da regra três
Onde menos vale mais

Da primeira vez ela chorou
Mas resolveu ficar
É que os momentos felizes
Tinham deixado raízes no seu penar
Depois perdeu a esperança
Porque o perdão também cansa de perdoar

Tem sempre o dia em que a casa cai
Pois vai curtir seu deserto, vai.
Mas deixe a lâmpada acesa
Se algum dia a tristeza quiser entrar
E uma bebida por perto
Porque você pode estar certo que vai chorar

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Exercício de não tentar ser feliz o tempo todo

- O povo está tomando Rivotril como se fosse floral. As pessoas estão se anestesiando. Por favor, não se anestesiem antes de vir ao teatro. Ninguém mais quer chorar, se emocionar. Vivemos um momento estranho, com essa modalidade do "eu me anestesio no café da manhã para poder viver". O ópio do povo virou o Rivotril, os remédios de tarja preta - declara a atriz Cristiane Torloni em entrevista ao Jornal O Globo.



Tenho que concordar com esta constatação da atriz Cristiane Torloni. Ninguém mais quer sentir dor. Há uma obrigação implícita que temos de estar felizes na maioria do tempo. Não há espaço para sofrimento. O consumo de drogas lícitas e ilícitas aumentam e ninguém mais quer lidar com a vida real. Com momentos de tristeza e frustrações.

Observo um fato curioso entre os artistas e esta invasão de privacidade deles por todos os meios de comunicação. Você vê alguém sofrendo de amor em revista de fofoca? Se vê tristeza , é porque acabou de anunciar o fim do relacionamento. Dias depois eles já estão numa festa com um novo-grande-amor-por-toda-vida. Tudo é muito falso.

A Susana Vieira é um bom exemplo. Ela é uma atriz que sempre aparece feliz. Claro que ninguém é feliz o tempo todo e muito menos as pessoas tem que compartilhar seus momentos de tristeza com desconhecidos. Mas qualquer pessoa normal, teria ficado arrasada com aquela história do seu ex marido que a trocou por uma mulher mais jovem e que logo depois morreu de overdose.

A Susana não. Meses depois, ela estava namorando com um rapaz jovem e aparentemente estava feliz novamente. Não estou insinuando que a atriz toma ryvotril ou que ela não esteja realmente feliz no seu novo relacionamento. Cada um lida com sua dor de forma diferente. Pode ser que realmente ela tenha superado o fim do seu trágico casamento.

A minha crítica é de como as pessoas e isso inclui a mídia, a sociedade, eu e você, estamos nessa loucura de nos cobrar felicidade em todos os momentos. Ninguém é feliz o tempo todo, como dizia meu ex-marido.

Acabou relacionamento, foi mandado embora, perdeu um ente querido, não importa... Cada um pode ter seu tempo de luto, de viver a tristeza, de se resguardar. Então seres humanos: Não cobrem uma recuperação automática e mágica dos problemas. A dor só vai passar quando realmente ocorrer a superação. E tente não ver a dor como algo negativo e sim um exercício para o amadurecimento.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Tente outra vez


Raul Seixas

Queira! (Queira!)
Basta ser sincero
E desejar profundo
Você será capaz
De sacudir o mundo
Vai!
Tente outra vez!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Montanha da Vida

Autor desconhecido

A vida de cada um de nós pode ser comparada à conquista de uma montanha. Assim como a vida, ela possui altos e baixos. Para ser conquistada, deve merecer detalhada observação, a fim de que a chegada ao topo se dê com sucesso.

Todo alpinista sabe que deve ter equipamento apropriado. Quanto mais alta a montanha, maiores os cuidados e mais detalhados os preparativos.

No momento da escalada, o início parece ser fácil. Quanto mais subimos, mais árduo vai se tornando o caminho.

Chegando a uma primeira etapa, necessitamos de toda a força para prosseguir. O importante é perseguir o ideal: chegar ao topo.

À medida que subimos, o panorama que se descortina é maravilhoso. As paisagens se desdobram à vista, mostrando-nos o verde intenso das árvores, as rochas pontiagudas desafiando o céu. Lá embaixo, as casas dos homens tão pequenas…

É dali, do alto, que percebemos que os nossos problemas, aqueles que já foram superados, são do tamanho daquelas casinhas.

Pode acontecer que um pequeno descuido nos faça perder o equilíbrio e rolamos montanha abaixo. Batemos com violência em algum arbusto e podemos ficar presos na frincha de uma pedra.

É aí que precisamos de um amigo para nos auxiliar. Podemos estar machucados, feridos ao ponto de não conseguir, por nós mesmos, sair do lugar. O amigo vem e nos cura os ferimentos.

Estende-nos as mãos, puxa-nos e nos auxilia a recomeçar a escalada. Os pés e as mãos vão se firmando, a corda nos prende ao amigo que nos puxa para a subida.

Na longa jornada, os espaços acima vão sendo conquistados dia a dia.

Por vezes, o ar parece tão rarefeito que sentimos dificuldade para respirar. O que nos salva é o equipamento certo para este momento.

Depois vêm as tempestades de neve, os ventos gélidos que são os problemas e as dificuldades que ainda não superamos.

Se escorregamos numa ladeira de incertezas, podemos usar as nossas habilidades para parar e voltar de novo. Se caímos num buraco de falsidade de alguém que estava coberto de neve, sabemos a técnica para nos levantar sem torcer o pé e sem machucar quem esteja por perto.

Para a escalada da montanha da vida, é preciso aprender a subir e descer, cair e levantar, mas voltar sempre com a mesma coragem.

Não desistir nunca de uma nova felicidade, uma nova caminhada, uma nova paisagem, até chegar ao topo da montanha.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

É possível construir um amor?

Por Sandra Maia*/Especial para BR Press


Ouvi essa frase num último capítulo de novela, e tenho que concordar com a autora: sim, é possível construir um amor. Nem sempre o amor deriva de uma grande paixão, um encontro inesperado, um amor à primeira vista.

Por vezes, ele vem de uma amizade, da convivência do que se constrói a dois no dia a dia. E, ainda que para muitos isso possa parecer estranho, sim, acontece! Então, todos aqueles que estão aí sentados, à espera de príncipes e princesas, talvez já tenham o amor da sua vida ao seu lado. E para reconhecê-lo basta abrir-se e abrir os olhos...

É incrível como essa situação é verdadeira. Quantos de nós já não se deparou com uma história parecida? Uma história de amor que começa, assim, de mansinho. Vai se instalando, chegando e, de repente estamos lá apaixonados e totalmente envolvidos com a situação.

Então, amor é isso! É querer estar com aquele alguém do seu lado. Abraçar por que faz bem. Estar por que se leva a sério. É querer construir um algo a mais, diferente, especial , único. Uma relação de amor com base na integridade, na lealdade, na intimidade.

Escolha
O mais difícil é perceber quando estamos entrando nessa relação - quando escolhemos estar em sintonia com o outro. Sim, amar é uma escolha. Uma escolha que fazemos todos os dias. E que deve mesmo ser renovada todo o tempo.

Sendo uma escolha nossa não deve ter qualquer cobrança, qualquer expectativa para que aconteça na mesma proporção dos dois lados. Afinal, conquistar um amor todos os dias é mesmo para poucos. É para aqueles que têm atitude e determinação. Para aqueles que ainda conseguem sonhar acordados...

Infelizmente, ou como diria um amigo, é também da vida que algumas relações morram ao longo do tempo. Às vezes, estamos tão ensimesmados, tão preocupados com nosso próprio umbigo que descuidamos do amor. Não regamos, não colocamos água, alimento, não olhamos, estamos muito ocupados com nossas questões. Então a relação acaba. E com ela a construção de qualquer possibilidade e relacionamento, de vínculo.

De novo: sim, amor se constrói todos os dias. Ele chega num sorriso, num abraço, num beijo demorado, num não sei o quê - que transforma tudo o que toca. Talvez por isso seja tão bom "fim de novela". Fica sempre a esperança de que amar vale a pena. De que viver é mesmo um milagre e de que a relação possa mesmo ser vista como um algo sagrado. Uma dádiva.

Saber-se nesse contexto só nos remete a uma possibilidade: agradecer, confiar e aceitar que o melhor é o que temos. O que estamos vivendo. A vida pode ser sempre melhor e será à medida que possamos compreender que o que conta é o momento o aqui e agora... O resto, bem, o resto é só movimento...

Fonte: Yahoo

domingo, 4 de outubro de 2009

How often do you find the right person?


Este fim de semana assisti Once (Apenas uma vez) por indicação de dois blogs queridos, este e este. *Não continue ler o texto se você não quer ler spoilers.*


No primeiro momento achei o filme com músicas demais e história de menos. Porém gostei bastante das músicas. Não prestei muita atenção nas letras e fiquei viajando na melodia enquanto elas tocavam. Pensando no filme e o que fiz para chegar até aqui.


Aí reli as postagens sobre e percebi que na verdade, não prestei atenção no filme. Como se eu não estivesse preparada para aquilo. Comparo esta situação é quando você pega um livro que várias pessoas te recomendaram e que não consegue sair do primeiro capítulo. Quando acontece isso, guardo e livro e espero vir o momento certo de lê-lo.


Porque acredito que as coisas tem um time, que no caso do livro, a hora certa de aprender a lição imbutida e que ainda não é o momento. E espero, quando chega o momento certo, eu vou reler o livro e a leitura vai fluir. Poderia citar várias situações que aconteceram isso, mas uma foi "Dom Casmurro". Certas coisas precisam de amadurecimento.


No caso de Once, não acho que o problema foi o time. Eu não entendi, porque eu não quis. Porque no filme retrata a minha busca de parcerias e estilo de vida. Respondendo a pergunta do título, eu encontrei poucas vezes a pessoa certa. E como na narrativa, aquele amor se foi, de diversas maneiras, como no filme, sem se realizar.


Não tinha como eu não gostar de um filme que contasse a minha vida. Eu sou O músico sem nome, que toca suas músicas na rua, esperando que alguém o ouça e dê seu real valor. Sou tão atrapalhada como ele na sua única tentativa direta de conquistar a "pessoa certa". Talvez eu também chamaria a pessoa certa pra dormir comigo, sem nenhum tato e tendo uma negativa como resposta.


Já entendi que tenho de ver novo e encarar a realidade. O filme é bom e vou ficar semana toda pensando nele. E lembrarei de um chá de panela que aconteceu ontem. E como nos filmes da minha vida, o que posso fazer é desejar toda felicidade do mundo e dar um piano de presente. E seguir adiante.


P.S.1: O filme ganhou Oscar melhor canção original, apesar de ser um filme de baixo orçamento e totalmente independente. Entre no site e escute as músicas. Vale a pena.

P.S.2:

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Exercício de conquista (para os homens)


Para me conquistar basta ter pegada, uma vida social intensa e uma dúzia de amigos.

O homem tem que saber os momentos de ser carinhoso e de ser cara de pau.

Segue um texto para servir de inspiração.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Lembrete

Em apenas 28 anos de vida, realizei todos os sonhos que um dia sonhei.

Mesmo o dia que eu fique mais triste, não posso esquecer de como sou sortuda com isso.

sábado, 19 de setembro de 2009

Exercício de valorização


Para muitos que lerão estas palavras, tudo vai parecer muito óbvio. Pessoas que se valorizam, não precisam ler nenhuma frase a seguir. Este texto são para as pessoas tais como eu não sabem o seu real valor.

A baixa-estima sempre foi presente na minha vida. E por conta disso, vários outros problemas vieram a seguir. Falta de confiança em si próprio, não ter noção do meu valor, insegurança, carência excessiva, distorção da minha imagem física e etc.

Alguns psicólogos já me disseram que quando temos um padrão de pensamento ruim, temos tendência de corroborar estes pensamentos com atitudes que confirmem estas crenças que não são verdadeiras.

Por exemplo: Joãozinho uma vez tirou nota ruim em matemática, só foi uma vez. Como foi uma nota zero, todos lembravam apenas desta nota ignorando todas as outras notas boas que ele havia tido antes. Ele cresceu acreditando que era ruim em matemática, pois todas pessoas ao seu redor lembravam deste zero e achavam graça. Toda vez que Joãozinho tinha prova de matemática, ele já chegava derrotado, ELE SABIA que a nota seria baixa. Ele já fazia a prova sem prestar muita atenção, assim continuou sendo um aluno péssimo nesta matéria.

O Joãozinho tem uma crença que o impede de realmente ser razoável em matemática, porque ele acredita mesmo que ele é ruim e nada pode mudar isso. E toma atitudes que reforçam este pensamento.

Comigo o processo de não valorização é bem semelhante. Acabo tomando atitudes que reforçam que tenho pouco valor. Acabo valorizando pessoas mais do que a mim mesma. E assim eu acabo me enterrando na própria cova que eu cavei.

A vida está me dando a chande de enfrentar a minha desvalorização. Várias situações estão ocorrendo para que eu encontre o equilíbrio da entrega, da força e do meu valor. É o meu momento de dizer sim e o de dizer não com total segurança, para dar respostas imediatas e precisas ou outras que merecem alguma reflexão.

O post anterior me expôs muito e de uma maneira geral, tenho me exposto muito por aqui. A fase realmente é muito reflexiva e o blog me ajuda a organizar meu pensamentos. Escrever é algo que me deixa em paz.

Eu bati a porta do carro e ouvi meu silêncio berrando, enfrentei o urso, dei vários chega pra lá em homens comprometidos, assumi meu lado romântico, penso na minha felicidade, tento me comover com o outro e estou reconhecendo o mal que já fiz por aí. Porque é muito fácil ser a vítima, mas muito difícil reconhecer o seu lado algoz.

De acordo com as situações tenho tomado atitudes que melhoram meus padrões de comportamento. As vezes exagero nas reações como foi o caso do carro, em outras reconheço meus defeitos do passado. Percebo que dei muito valor as pessoas que não mereciam. Mais tudo para conseguir um equilíbrio e realmente conseguir me amar.

Bater a porta do carro, 2 vezes

Ontem quando eu saí do táxi, estava numa animada conversa com o taxista sobre pessoas de corações frágeis. Que tem pessoas que não aguentam o tranco da vida. Não esqueço a última frase que eu disse quando saí do táxi, “tem pessoas que não suportam, pois tem um coração frágil.” E horas mais tarde, embarcava em mais uma surpresa nada agradável.

Nem vale a pena reproduzir o que ouvi. O discurso é sempre o mesmo. As atitudes são iguais. E olha que as minhas grandes decepções amorosas começaram muito cedo. Desde do primeiro que argumentou que não queria ficar comigo porque eu era muito feia até o de ontem que defendeu a sua solteirice.

Parece que sempre chego atrasada. Sempre estão traumatizados, ou numa outra fase da vida ou simplesmente não me querem. Os meus ponteiros do amor nunca estão sincronizados com meu parceiro. E o meu coração? Continua batendo no peito. Definitivamente, não sou frágil. Algumas pessoas na minha situação já teriam desistido de encontrar um parceiro. Eu não. Cada porrada destas, me arrebenta, me coloca pra baixo, mas me impulsiona pra frente. Para a próxima etapa, porque o mundo não pára para curarmos as feridas.

Confio no meu futuro. Sei exatamente o que eu quero. Eu quero uma família com papai, mamãe e filhinho ou filhinha ou vários filhos e filhas. Pode até ter um cachorro. Não quero o comercial de margarina, quero uma família real. Com afeto e seus problemas de cotidiano.

Enquanto isso, eu estou em recuperação. Pensando como lidar bem e saí recuperada desta última história. Ontem passeei em dois carros. Um estava numa animada conversa sobre corações partidos e no outro estava num completo silêncio. Um silêncio constrangedor. O único som que ouvia vinha dentro do meu peito. Meu coração, mais uma vez partido, que gritava, urrava. Desde de ontem ele só reclama. Eu ouço “você sabia que era furada e insistiu. Tomou atitudes que não deveriam ser tomadas, foi impulsiva e não pensou em como ficaríamos depois disso tudo, simplesmente se jogou. Cada dia que passa, mais você se entrega para pessoas que não te merecem. Você já escutou duas vezes que você é especial, inteligente e bonita. Mas e daí?"

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Exercício de trair


Cada dia que passo mas acho raro as pessoas fiéis no relacionamento amoroso. Tem umas que não tem um pingo também de lealdade. Traem como se fosse algo intríseco do desejo humano. Como se não houvesse escolha.

Como sou curiosa (coisas da profissão) acabo perguntando aos conhecidos a motivação da traição. O que mais me choca é que todos estão muito bem nos seus relacionamentos. Na maioria da situações as pessoas tem meses de casados e acha tudo muito normal e natural.

Acho que sou parente da personagem Polyana, pois acredito num mundo que as pessoas não sente necessidade de trair quando as relações amorosas vão bem, obrigado. O desejo carnal pode até existir, porque somos bichos. Mas como também somos dotados de coisas além do instinto temos escolhas que não partem somente dos nossos impulsos sexuais. Temos a escolha de trair ou não, seguindo um desejo ou não, pesando as consequências desse ato.

Estar ao lado de alguém é pensar neste como outro como se ser fosse vc mesmo. Não fazer com o outro o que não gostaria que fizesse com você mesmo. Porque meus conhecidos, gostam de trair, mas ficam umas feras quando são traídos. Que pessoal mais egoísta.

Eu tive uma namorado que compulsivamente me traía. Óbvio que o namoro não durou muito tempo. Hoje sei que ele está muito feliz com sua esposa, num casamento de longa duração, com relacionamento aberto. Ele descobriu o caminho para ser mais verdadeiro nas relações. Espero que meus conhecidos também descubram que trair é: enganar, viver uma mentira. E espero que aprendam os benefícios de ter uma relação onde a lealdade, respeito, consideração e responsabilidade sejam os princípios básicos.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Rapidinha

O que vc faz com um cara quando ele não liga? E resolve mandar uma mensagem um tempão atrás como se nada tivesse acontecido?

(a) - Ignora a msg, afinal de contas vc já se vingou.

(b) - Responde como se nada tivesse acontecido (já fiz isso em outras situações e não acho a melhor solução)

Aceito sugestões de como agir....

Sentir-se amado


Marta Medeiros


O cara diz que te ama, então tá. Ele te ama.

Sua mulher diz que te ama, então assunto encerrado.

Você sabe que é amado porque lhe disseram isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se amado é outra, uma diferença de milhas, um espaço enorme para a angústia instalar-se.

A demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e verbalização, apesar de não sonharmos com outra coisa: se o cara beija, transa e diz que me ama, tenha a santa paciência, vou querer que ele faça pacto de sangue também?

Pactos. Acho que é isso. Não de sangue nem de nada que se possa ver e tocar. É um pacto silencioso que tem a força de manter as coisas enraizadas, um pacto de eternidade, mesmo que o destino um dia venha a dividir o caminho dos dois.

Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem interesse real na sua vida, que zela pela sua felicidade, que se preocupa quando as coisas não estão dando certo, que sugere caminhos para melhorar, que coloca-se a postos para ouvir suas dúvidas e que dá uma sacudida em você, caso você esteja delirando. "Não seja tão severa consigo mesma, relaxe um pouco. Vou te trazer um cálice de vinho".

Sentir-se amado é ver que ela lembra de coisas que você contou dois anos atrás, é vê-la tentar reconciliar você com seu pai, é ver como ela fica triste quando você está triste e como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade em copo d´água. "Lembra que quando eu passei por isso você disse que eu estava dramatizando? Então, chegou sua vez de simplificar as coisas. Vem aqui, tira este sapato."

Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente bem-vindo, que se sente inteiro. Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada, aquele que sabe que não existe assunto proibido, que tudo pode ser dito e compreendido. Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, sem inventar um personagem para a relação, pois personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se amado quem não ofega, mas suspira; quem não levanta a voz, mas fala; quem não concorda, mas escuta.

Agora sente-se e escute: eu te amo não diz tudo.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Eu tive um sonho... / A caçada


Havia pessoas reunidas numa floresta. Todas estavam sentadas nas pedras e um homem branco e alto passava as instruções só ele estava em pé...Não conhecia ninguém. Eu não escutava o que o homem que estava em pé falava.

Tinha uma gordinho ao meu lado que comia um chocolate milka. De repente o gordinho começa a narrar a experiência de comer carne crua e de como ele ficou com diarréia depois. Era sua primeira caça. A carne fresca com sangue não fez bem ao gordinho.

Fico com um nojo absurdo. Só de imaginar comer carne crua com o sangue escorrendo. Detalhe eu sou vegetariana.

Mas não sei o que motivou a sair para caçar com aqueles homens. Eu fui com eles, matamos o urso. Não lembro a cena de como capturamos o urso. Só sei que ele parecia aqueles ursos de filmes americanos. Não comi a carne do bicho e não vi ninguém comendo. Muito menos vi sangue só sei que capturamos o urso.

Acordei apavorada. Passando muito mal. E não conseguia entender porque tive um sono tão bizarro.

A caçada me lembra muito de um livro que li chamado "As brumas de Avalon". No livro tem um ritual de passagem do homem para a vida adulta que é a caçada a um cervo. Enquanto isso a mulher também está sendo preparada para receber o homem após a caçada. Para os que conhecem um pouco da cultura celta, é um ritual de Beltane.

O que não entendo pq saí para caçar junto com os homens... E não fiquei junto com as mulheres. Logo eu que odeio violência, incapaz de matar qualquer bicho. Com pouca força para abater um animal deste porte. Que odeia ver sangue e sofrimento.

Porque tive q passar por este ritual?

Foi quando tive um outro sonho que respondia estas perguntas. O urso simbolizava todo meu sofrimento.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Exercício de se entregar

Quando era adolescente, era extremamente romântica. Poderia dizer que a culpa são os contos de fada que nos são dados quando criança. Mas desconfio que é meu mesmo. Acredito na magia dos acontecimentos. Vejo o mundo de uma maneira que as mulheres são cortejadas. Gosto do clima de um café da manhã quando seu amado acorda, de um presente sem data especial, adoro presentear as pessoas queridas com cartões etc.

Mas este lado de acreditar no amor é massacrado de diversas formas. Parece que todo o tempo vemos o descompasso no amar. Como diria Drummond:

"João amava Teresa que amava Raimundo
que amava Maria que amava Joaquim
que amava Lili que não amava ninguém.
João foi para o Estados Unidos, Teresa para o convento,
Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,
Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes
que não tinha entrado na história."

O encontro de dois corações é bem difícil de acontecer. E quando este encontro acontece temos que celebrar e agradecer aos deuses por este momento único. Mas como é difícil a entrega. Depois de várias decepções amorosas o coração fica endurecido. Palavras naõ são suficientes. Acredito que uma vida no qual não amarmos e não sermos correspondidos é uma vida vazia, sem sentido. O amor é a razão do existir (definitavemente eu sou romântica) .

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Exercício de mudar continuando a mesma coisa


Este final de semana aconteceu um fato curioso. Encontrei um amigo que no passado foi muito apaixonado por mim. Mas na época eu era tão diferente dele, achava que não tínhamos nada em comum, só o fato de estudarmos juntos e fazermos os trabalhos juntos. A mãe dele fazia uma torcida pra ficarmos juntos, mas não tinha jeito. Eu via as diferenças tão grandes que não imaginava termos um relacionamento.

Eu era aquela garota estranha, de roupa preta, de cabelo muito vermelho, sempre com all star no pé. E ele era social, solar, meio playboy. Sei lá pq a gente ficou amigo, acho pq trabalhávamos no mesmo lugar, morávamos perto. Com a minha mudança de faculdade, emprego e casa, eu nunca mais encontrei com ele.

Até que o MSN provocou um encontro inesperado neste fim de semana. A primeira coisa que ele perguntou era se eu continuava com meus cabelos vermelhos. Eu ri muito, pq quando eu disse que estava loira, ele tomou um susto. Quando eu continuei falando das coisas que andava fazendo, ele perguntou se era eu mesma. Pior que é.

Eu nunca ri tanto. Nunca pensei que um dia eu iria mudar tanto meu visual e minha maneira de pensar. Mas continuo sendo a mesma coisa. Só que muito mais flexível, solar e colorida. E adorando samba. Tomara que meus ídolos do rock me perdoem. :-)

Janaína

Estou igual aquela música do Biquini Cavadão, Janaína. A letra se encaixa perfeitamente na minha vida:

Janaina acorda todo dia às quatro e meia
E já na hora de ir pra cama, Janaina pensa
Que o dia não passou
...
Mas ela diz
Que apesar de tudo ela tem sonhos
Ela diz
Que um dia a gente há de ser feliz
Se Deus quiser

Já não imagina
Quantos anos tem
Já na iminência
De outro aniversário
Janaina acorda todo dia às quatro e meia...

Meu relógio desperta todo dia quatro e meia e me peguei cantarolando a música quando me dei conta que minha vida depois de ter virado jornalista é a mesma correria. Por isso a escassez de postagens. Tempo anda muito curto e quando vejo o dia passou. Mas sinto uma saudade imensa de colocar as coisas aqui. Tenho visitado os meus blogs favoritos, mas nem dá muito tempo de comentar.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Música Vida

Pelas ruas da cidade pessoas andam num vai e vem
Não veêm o cair da tarde vão nos seus passos como reféns
De uma vida sem saída vida sem vida mal ou bem
Pelos bancos desses parques, ninguém se toca sem perceber
Que onde o sol se esconde, o horizonte tenta dizer
Que há sempre um novo dia, a cada dia em cada ser

Não é preciso uma verdade nova, uma aventura
Pra encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno
E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto
E descobrir feliz que o amor esconde outro universo
Pelos becos, pelos bares pelos lugares que ninguém vê
Há sempre alguém querendo uma esperança, sobreviver
Cada rosto é um espelho de um desejo de ser de ter

Não é preciso uma verdade nova, uma aventura
Pra encontrar nas luzes que se acendem um brilho eterno
E dar as mãos e dar de si além do próprio gesto
E descobrir feliz que o amor esconde outro universo

Cada rosto é um espelho de um desejo de ser de ter
Talvez, quem sabe, por essa cidade passe um anjo
E por encanto abra suas asas sobre os homens
E dê vontade de se dar aos outros sem medida
A qualidade de poder viver vida, vida
Vida, vida

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O anel



Em um pequeno vilarejo vivia um velho professor, que de tão sábio, era sempre consultado pelas pessoas da região.

Uma manhã, um rapaz que fora seu aluno, vai até a casa desse sábio homem para conversar, desabafar e aconselhar-se.

- Venho aqui, professor, porque sinto-me tão pouca coisa, que não tenho forças para fazer nada.
Dizem-me que não sirvo para nada, que não faço nada bem, que sou lerdo e muito idiota.
Como posso melhorar?
O que posso fazer para que me valorizem mais?
O professor sem olhá-lo, disse:
- Sinto muito meu jovem, mas não posso ajudar-te.
Devo primeiro resolver meu próprio problema. Talvez depois.

E fazendo uma pausa falou:
- Se você ajudasse-me, eu poderia resolver este problema com mais rapidez e depois, talvez, possa ajudar-te.
- C... Claro, professor, gaguejou o jovem, mas sentiu-se outra vez
desvalorizado e hesitou em ajudar seu antigo professor.
O professor tirou um anel que usava no dedo pequeno, deu ao rapaz, e disse:
- Monte no cavalo e vá até o mercado.
Devo vender esse anel porque tenho que pagar uma dívida.
É preciso que obtenhas pelo anel o máximo valor possível, mas não aceite
menos que uma moeda de ouro.
Vá e volte com a moeda o mais rápido possível.
O jovem pegou o anel e partiu.

Mal chegou ao mercado, começou a oferecer o anel aos mercadores.
Eles olhavam com algum interesse, até quando o jovem dizia o quanto
pretendia pelo anel.

Quando o jovem mencionava uma moeda de ouro, alguns riam, outros saiam sem ao menos olhar para ele, mas só um velhinho foi amável a ponto de explicar que uma moeda de ouro era muito valiosa para comprar um anel.
Tentando ajudar o jovem, chegaram a oferecer uma moeda de prata e uma xícara de cobre, mas o jovem seguia as instruções de não aceitar menos que uma moeda de ouro e recusava as ofertas.
Depois de oferecer a jóia a todos que passaram pelo mercado, abatido pelo fracasso, montou no cavalo e voltou.
O jovem desejou ter uma moeda de ouro para que ele mesmo pudesse comprar o anel, livrando assim seu professor das preocupações.
Dessa forma ele poderia receber a ajuda e conselhos que tanto precisava.

Entrou na casa e disse:
- Professor, sinto muito, mas é impossível conseguir o que me pediu.
Talvez pudesse conseguir 2 ou 3 moedas de prata, mas não acho que se possa enganar ninguém sobre o valor do anel.
- Importante o que disse, meu jovem... contestou sorridente.
Devemos saber primeiro o valor do anel.
Volte a montar no cavalo e vá até o joalheiro.
Quem melhor para saber o valor exato do anel?
Diga que quer vender o anel e pergunte quanto ele te dará por ele.
Mas não importa o quanto ele te ofereça, não o venda...
Volte aqui com meu anel.

O jovem foi até o joalheiro e deu-lhe o anel para examinar.
O joalheiro examinou o anel com uma lupa, pesou o mesmo, e disse:
- Diga ao seu professor, que se ele quiser vender agora, não posso dar mais que 58 moedas de ouro pelo anel.
- Sim, replicou o joalheiro.
Eu sei que com tempo eu poderia oferecer cerca de 70 moedas, mas se a venda é urgente...

O jovem correu emocionado à casa do professor para contar o que ocorreu.
- Sente-se - disse o professor.
Depois de ouvir tudo o que o jovem contou-lhe, falou:
- Você é como este anel, uma jóia valiosa e única, e que só pode ser
avaliada por um "expert".
Pensava que qualquer um podia descobrir o seu verdadeiro valor?
E, dizendo isto, voltou a colocar o anel no dedo.


- Todos somos como esta jóia: valiosos e únicos, e andamos por todos os mercados da vida pretendendo que pessoas inexperientes nos valorizem. Você deve acreditar em si mesmo. Sempre!

"Ninguém pode fazê-lo sentir-se inferior sem o seu consentimento."

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Eu sou uma babaca... :-)


Ouvindo esta música hoje me lembrei de uma situação e de como perdemos a chance de ficar calados.

O bom que não guardo nenhuma raiva de mim mesma, e até rio da situação. Se eu errei é porque estava aprendendo e tentando acertar. Eu só fui sincera demais e me dei mal.



Blá, Blá, Blá... Eu Te Amo (radio Blá)

Composição: Lobão/Arnaldo Brandão/Tavinho Paes

Ela adora me fazer
De otário

Para entre amigas
Ter o que falar
É a onda da paixão
Paranóica!
Praticando sexo
Como jogo de azar...

Uma noite ela me disse
"Quero Me Apaixonar"
Como quem pede desculpas

Prá si mesmo

A paixão não tem nada a ver

Com a vontade

Quando bate é o alarme

De um louco desejo...


Não dá para controlar
Não dá!
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá
Blá, blá, blá, blá
Eu te amo!
Não dá para controlar
Não dá!
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá... (Eu te amo)

Sua vida burguesa
É um romance
Um roteiro de intrigas
Prá Fellini filmar
Cercada de drogas
De amigos inúteis
Ninguém pensaria
Que ela quer namorar...

Reconheço que ela
Me deixa inseguro

Sou louco por ela

E não sei o que falar

O que eu quero é que
Ela quebre a minha rotina
Que fique comigo
E deseje me amar...


Não dá para controlar
Não dá!
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá
Blá, blá, blá, blá
Eu te amo!
Não dá para controlar
Não dá
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá, blá, blá
Blá, blá, blá, blá...(2x)
Não dá para controlar
Não dá!
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá
Blá, blá, blá, blá
Eu te amo!
Não dá para controlar
Não dá
Não dá prá planejar
Eu ligo o rádio
E blá, blá...

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Exercício de superação

Existem vários casos de crianças que começam muito cedo no show business, atigem grande fama e depois não consegue mais brilhar como outrora. Alguns conseguem prolongar sua carreira, como as atrizes Jodie Foster e Drew Barrimore. Manter o sucesso por muito anos é muito difícil, como no exemplo de Michael Jackson. A carreira artística tem que ser sempre renovada, poucos conseguem repetir o mesmo sucesso em cada novo projeto.

Fiquei impressionada com a notícia que li hoje no O Globo, sobre a atriz do filme Meu primeiro Amor, Anna Chlumsky. A garota atingiu uma grande projeção com o filme, teve decepções com a indústria cinematográfica e com sua mãe-empresária. Buscou uma nova vida, longe dos holofotes. Fez faculdade, teve um emprego comum, enfim amadureceu.

E um dia, encontra uma cantora que faz com ela tenha um clique de retomar sua carreira artística. Fiquei imaginando como deveria ser uma pessoa que já foi famosa conviver com o anonimato, numa vida comum. A entrevista mostrou a Anna como uma pessoa sensata e amadurecida. A volta as telas demontra todo amadurecimento adquirido com estas experiências. E esta volta tem um toque dramático de um filme hollywoodiano.

Anna Chlumsky, estrela de 'Meu primeiro amor' ao lado de Macaulay Culkin, volta a Hollywood

SÃO PAULO - Ela partiu muitos corações e ganhou críticas positivas ao estrelar, aos 11 anos, "Meu primeiro amor" ("My girl", 1991) ao lado de Macaulay Culkin. Mas poucos anos depois do sucesso, o coração de Anna Chlumsky foi partido por Hollywood.

- O show business realmente me torturou - disse a atriz, agora com 28 anos, à rede "CNN".

Crescer com uma mãe que era ao mesmo tempo sua empresária e preparadora em nada ajudou. E atingir a fama aos dez anos de idade foi um fardo e não uma dádiva.

- Crianças ingressam no show business porque são graciosas, transparentes e brilhantes - diz Anna. - Mas há sempre a sensação de se trabalhar para conquistar a aprovação dos adultos. Uma criança quer fazê-los felizes.

Hoje Chlumsky encontrou seu caminho de volta ao ofício que ama e é uma das protagonistas da comédia "In the loop" ( veja o trailer ).

Mas foi por pouco que sua volta não aconteceu. Depois de um período de dificuldades para conseguir papéis em sua adolescência, Chlumsky decidiu abandonar definitivamente Hollywood.

- Não queria destruir o que restava de minha auto-estima. Então, durante meu segundo ano na faculdade, larguei a carreira de atriz e quis descobrir o que é essa coisa chamada vida - conta a atriz.

Anna manteve seu foco nos estudos enquanto cursava a Universidade de Chicago, onde se formou em Relações Internacionais. Depois da faculdade, ela trabalhou por dois anos no mundo editorial de Nova York, incluindo em emprego sem glamour como revisora do guia de restaurantes Zagat.

- Trabalhava em um pequeno escritório sem janelas e fazia ligações para proprietários de restaurantes listados no guia, aplicando um questionário de 15 minutos. Ligava no resturante e dizia: 'Oi, aqui quem fala é Anna Chlumsky do Zagat e vocês estão no guia deste ano. Parabéns!'.

" É como voltar a respirar "
Tudo parecia bem, mas faltava algo. Foi quando Anna encontrou-se por acaso com a cantora Roberta Flack no salão de beleza. A manicure de Chlumsky decidiu que as duas mulheres deviam se encontrar.

- Fiquei tão envergonhada. Pensei: 'Meu Deus, é Roberta Flack, e seu pé está na bacia da pedicure. Para minha surpresa, ela me reconheceu e perguntou o que eu andava fazendo. Respondi: 'Abandonei o show business'. Ele me olhou como meu pai costuma fazer e disse: 'Você tem que continuar'.

Chlumsky foi estudar interpretação no Brooklyn, bairro no qual viveu nos últimos sete anos e logo encontrou trabalho no teatro. Filmou "In the loop" em Londres no ano passado e vai aparecer também na comédia romântica "The good guy", com Alexis Bledel.

- É como voltar a respirar. Mesmo nos piores dias sei que estou mais feliz do que jamais estaria fazendo qualquer outra coisa - conclui a atriz.


Fonte: Jornal O Globo - 31/07/2009

quinta-feira, 30 de julho de 2009

CONSOLO NA PRAIA


Carlos Drummond de Andrade

Vamos, não chores...
A infância está perdida.
A mocidade está perdida.
Mas a vida não se perdeu.
O primeiro amor passou.
O segundo amor passou.
O terceiro amor passou.
Mas o coração continua.
Perdeste o melhor amigo.
Não tentaste qualquer viagem.
Não possuis casa, navio, terra.
Mas tens um cão.
Algumas palavras duras,
em voz mansa, te golpearam.
Nunca, nunca cicatrizam.
Mas, e o humour?
A injustiça não se resolve.
À sombra do mundo errado
murmuraste um protesto tímido.
Mas virão outros.

Tudo somado, devias
precipitar-te, de vez, nas águas.
Estás nu na areia, no vento...
Dorme, meu filho.

terça-feira, 21 de julho de 2009

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Soltinhas


Visualmente eu sou mulher grande. Eu sou alta para os padrões brasileiros. Mas por dentro sou pequena.

Coisas bem pequenas me afetam. E meu egocentrismo se torna exacerbado. Merdas, merdas e merdas.

O que sobra é blá blá blá.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Precisa-se de um amigo confidente...


Precisa-se de um amigo confidente e tem de ser do sexo masculino (no momento estou cheia de amigas com este papel). Ele tem q ser sagaz, ter bom-humor, ser inteligente e uma grande habilidade de ouvir (porque quando mulher desata falar, não pára mais). Apesar que só ouvir e ser inteligente já é o suficiente para mim.

Problema de ser meu amigo confidente, eu me apaixono. Talvez se for gay, resolva este problema.

Atualmente sinto falta de uma conversa masculina, meu universo anda feminino demais. Preciso da praticidade e da objetividade masculina.

Caso queira se candidatar, aviso que não falo só de assuntos de mulherzinhas. Adoro aprender e conhecer mais o universo masculino, faz parte da minha curiosidade no outro. Posso falar de futebol, na verdade vou mais fazer perguntas do que falar. Se ele não gostar de futebol, porque apesar do meu texto clichê e cheio de rótulos, reconheço que os meninos não precisam gostar de azul e de carrinhos, muito menos de uma bola rolando num gramado.

Curto sentar num bar, falar sacanagens (isso é um pré-requisito, gostar de falar merdas), zoar com a cara de outros amigos e não ter falado de nenhum assunto importante para humanidade. Gosto quando homem não tem pudores na minha presença, por eu ser mulher, pode falar qualquer assunto comigo. Pode imaginar que sou aquela amiga feinha que você nunca vai querer dar um beijinho, mesmo nem num porre homérico, porque ela se tornou quase um "amigo".

Este amigo pode e deve ser sensível, mas uma sensibilidade que não lembre em nada a fragilidade feminina. Este meu amigo tem que ser forte, com fibra e corajoso (reconheço que mulheres possuem estas características também, isso independe de gênero).

Aguardo fichas. A vantagem de ter uma amiga como eu é que sou leal, verdadeira, dou vários toques e ainda apresento minhas amigas solteiras (se for gay apresento meus amigos gays)






P.s.: Este texto é uma brincadeira com a minha escassez de amigos do sexo masculino.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Eu voltei....

Porque estou numa conjunção astral que me permite voltar ao passado e tirar grandes aprendizados. O passado distante está presente na porta da minha casa e estou renovada depois da tempestade que passei.

Escolhi esta imagem porque me lembra muito um livro com frases de auto-ajuda e imagens de flores que minha mãe tinha quando eu era uma criança. Este livro foi percursor dos PPS com mensagens bonitinhas.

Esta foto que ilustra meu post era parecida com a capa do livrinho. Eu me lembro que viajava vendo aquelas paisagens com flores. Acho que por isso gosto tanto de margaridas.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre separação (parte 2)


Tenho um colega de trabalho que se separou têm 3 anos e até hoje quando o vejo sinto que ele ainda não se recuperou totalmente com o fim da relação. Simplesmente existem pessoas que quando se separa quer transar com todas as mulheres pra compensar o tempo que ficou casado. Não estou julgando o comportamento de ninguém, pelo menos estou tentando não julgar. Só estou registrando uma espécie de atitude tomada após o fim de um relacionamento. Ele poderia ter tomado outras escolhas, pois há uma infinidade. Mas a escolhida foi recuperar o tempo perdido.

Não quero expor a intimidade de ninguém por aqui, mas depois de viver a separação na pele, entendo esta ânsia deste meu amigo. Isso não quer dizer que estou buscando todos homens do mundo, a minha escolha é diferente. O que temos em comum é que ele nem eu ainda não nos recuperamos do fim de um casamento. Olho pra ele e vejo que ele era mais feliz quando estava casado. A esposa dele era muito complicada, mas o fator família sustentava a relação dele. Até que as crises intensificaram e o fim foi inevitável. Para ele foi melhor abrir mão da "família" para sua saúde mental. O fim de uma relação tem um desgaste muito grande para o casal.

A felicidade, no caso do meu amigo, era por ter uma família, um lar e todo que a sociedade prega como uma das metas de vida. Mas ninguém é feliz vivendo num inferno de brigas dentro de casa. Quando comparo a felicidade dele, na verdade estou avaliando que a vida dele falta ainda um equilíbrio. Olho pra ele e sinto um olhar de pessoa sozinha, que tenta compensar de diversas formas.

Quanto a mim, não tenho nenhuma vontade de retomar o passado. Se chegou ao fim, foi porque não tinha mais jeito. Mas me sinto completamente perdida de mim mesma. Foi como eu não soubesse o que eu era antes de começar o relacionamento e também não tenho ideia do que eu queria ser agora. Eu perdi uma relação, uma casa, coisas que não se constroem do dia pra noite. Tenho várias dúvidas: E agora, o que quero de uma nova relação? Estou preparada para uma nova relação? Não tenho tristeza, isso é um sentimento normal numa separação?

A minha maior saudade é da minha casinha, do meu espaço. Voltar para casa dos pais é dureza. Tenho muitas preocupações e problemas na minha cabeça e nada tem a ver com minha separação. Se eu pudesse, dava um pause na minha vida, para me conhecer melhor e me entender. Tentaria resolver os problemas depois que este tsunami de nova vida passase. Porque pensar em monografia e tomar decisões não tem sido meu forte no momento.

Quando refiro a minha vida como tsunami, é porque as mudanças que ocorreram foram profundas. Seria como eu não mais soubesse o meu papel no mundo, não sei mais o quero, onde quero chegar. Até 1 anos atrás eu tinha uma meta e seguia firme com meu propósito, hoje questiono a minha meta. Fico triste de estar tão perdida. Fico atrapalhada com minhas escolhas e tenho me metido em vários problemas. Mas sinceramente, eu só queria equilíbrio e paz de espírito.

A minha separação é muito recente, tem apenas 4 meses. Se tive algo em comum com meu amigo citado foi a ânsia de recuperar o tempo perdido e assim descobri que tempo perdido não se resgata. O que pode viver são novas experiências.

O que posso desejar é não ficar perdida por 3 anos como meu amigo. Que meu colega atinja um equilíbrio na sua vida. E que meu ex me perdoe por expor nossa intimidade aqui e que ele não esteja passando por metade destes questionamentos.

Sobre separação (parte 1)


Tenho evitado escrever muitas coisas sobre mim aqui no blog. Na verdade sempre evitei, mas eu possuía o anonimato. Para preservar minha identidade, tentava despistar com informações falsas sobre mim, contei coisas que não aconteceram, aumentei algumas histórias e aproveitei contei minhas histórias também.

Só fiz isso por um único motivo não queria que meu ex, na época atual, marido soubesse que era eu que escrevia no blog. No dia que terminamos tudo, ele confessou que já me seguia no blog já por um tempo. Dali caiu a ficha, que não podia manter o anonimato. E assim, assumi o crédito como escritora do Exercício da Mente.

Agora prometendo falar somente a verdade, não mais que a verdade neste diário virtual, confesso que criei o blog como forma de desabafo do fim do meu casamento. Quando eu criei não imaginava que aconteceria o fim, mas o que eu escrevi até agora foram momentos de muita reflexão que me fizeram chegar onde estou hoje.

Não sei se todos que possuem blog, conseguem fazer dele uma espécie de terapia, porém o meu foi meu divã. Não precisava falar nada explicitamente. Só precisava escrever, colocar coisas sem nexo do meu subconsciente. Havia uma necessidade de me exprimir emocionalmente e aqui era o meu espaço. Aqui não me importava com julgamentos de pessoas que eu não conhecia.

Ainda tenho o desconforto de saber que meu ex pode passar por aqui e pode ler coisas que escrevi. E isso é realmente chato. Porque um término de um relacionamento para mim precisa ser vivido sem notícias do outro. Não preciso saber se ele tem uma nova namorada ou a viagem de férias que ele fez com amigos. Acabou o elo. A amizade pode surgir, mas com tempo, com o luto já concluído.

Para mim, o fim de um relacionamento, tem a fase do luto. É a morte da relação homem e mulher para um renascimento de uma outra que pode ser de amizade ou de meros conhecidos. Só o tempo dirá no que vai transformar. Quando o luto passa, há uma total recuperação com o fim da relação. Eu me separei em janeiro e até agora não sei que Luciana escreve aqui pra vocês. Há uma perda de identidade, de vida. Detalharei sobre este assunto na próxima postagem de separação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Encerrando ciclos


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Autor desconhecido