quinta-feira, 26 de março de 2009

Quando as pessoas resistem a mudar


Ano: 1998

Dois adolescentes de 16 anos conversam:

- Eu sou uma metamorfose ambulante, igual à música do Raul.
- A mudança demonstra falta de personalidade, pretendo nunca mudar - responde.
- Você está afirmando que você daqui a dez anos vai continuar com os mesmos pensamentos e gostos de agora?
- Sim

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Vou atribuir à frase de ser metamorfose ambulante para mim. E realmente continuo mudando, não perdi minha essência, mas meu olhar para o mundo e meus gostos definitivamente mudaram.

O que eu gostava, continuo gostando, mas acrescentei novos sabores, novos estilos de música, novos sentimentos, novas atitudes. E isso me deixa orgulhosa. Sinto orgulho de ser assim, uma transformação de mim mesma.

Meu amigo me assustou quando afirmou que não mudaria. Realmente tem certas coisas que não alteram com o tempo, os valores é um ótimo exemplo de algo imutável. Uma vez estabelecido, fica difícil de mudar, no máximo flexibilizar.

Não reproduzi todo o bate papo de 11 anos atrás, mas o que meu amigo defendeu é como as pessoas podem ser volúveis com o decorrer do tempo. O que ele defende é a não perda da identidade, da essência.

Mas, sinceramente, acho que devemos questionar sempre, até sua identidade. O que fui posso não ser mais, podemos descobrir novos seres habitando dentro de nós mesmos, só basta se conhecer e se descobrir.

O maior barato é a reinvenção, descartar opiniões ultrapassadas, preconceitos infundados e tentar ser feliz. Talvez ser feliz, foi o melhor e único conselho que meu pai me deu até agora. Siga em frente e seja feliz é o que desejo para todas as pessoas. TODAS MESMO.

Quanto ao meu amigo, ele continua com as mais velhas e ultrapassadas opiniões, gostos e certezas. Quanto a mim, nem me reconheço mais, depois destes 11 anos do papo.

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