quinta-feira, 16 de abril de 2009

Ele Não Está Tão a Fim de Você

Apesar dos apelos dos meus amigos para evitar de ver comédia romântica neste período da minha vida, resolvi assistir Ele Não Está Tão a Fim de Você. E adorei e nem fiquei mal.

Antes que eu seja queimada em praça pública, o filme é bem clima de sessão da tarde, não vá com grandes expectativas.

O filme é lotado de clichês: a romântica incorrigível, a mulher que quer casar de qualquer maneira, a devoradora de homens e a casada que desconfia do marido. Os pares masculinos também se incluem em vários outros clichês.

O pitoresco do filme é exatamente a frase "Ele Simplesmente Não Está a Fim de Você". Eu e algumas amigas minhas temos a péssima mania de justificar as maiores barbaridades masculinas com muita compreensão.

Este excesso de compreensão decretam o sepultamento de um possível relacionamento, e eles não se interessam mesmo por você. Existe algo muito importante que é seu valor de mercado. Se está sempre disponível, engole qualquer historinha e corre atrás de um cara que é um babaca, você não está se valorizando como mulher.

Não há como justificar este comportamento com carência, pois nada pode ser mais importante do que você mesma. O que filme passa é exatamente isso, precisamos nos valorizar. Não podemos submeter, correr atrás por um cara que nem te merece.

O ponto baixo do filme, foi o the end da personagem da Jenifer Aniston. Não contarei o final do filme, mas fiquei frustrada, esperava mais de um filme que possuía vários conselhos de como lidar com os homens. Os conselhos são dados com muito humor, o que garante muitas risadas.

Se você não consegue entender porque eles simplesmente não ligam no dia seguinte, vá correndo assistir ao filme. Se você quer casar desesperadamente com seu namorado de anos que não se decide, vá ver este filme. Se você casou mas anda desconfiada do seu marido vá ver também. Agora se você conheceu um cara lindo, mas comprometido, então você não pode mesmo deixar de ver este filme.

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O filme foi baseado no livro "Ele Simplesmente Não Está a Fim de Você"

Descrição: Sabe por que ele não apareceu naquela noite tão especial? Por que disse que não teve tempo de comprar seu presente de aniversário? Por que não conseguiu um momento vago na agenda para telefonar? Por que inventou aquela desculpa tenebrosa? Por que repetiu tantas vezes que não quer manter um relacionamento sério? Ou que não consegue ser monógamo e por este motivo traiu você? E você, bem, você tem sempre uma desculpa, a pior de todas, na maioria das vezes, para justificar as atitudes dele e o que é mais grave, perdoá-lo.
Mesmo contra a sua vontade (no fundo sempre adiamos esse momento) chegou a hora de conhecer toda a verdade. E ela é curta e grossa. Ele simplesmente não está a fim de você.
Doeu? É para doer mesmo. Foi forte demais? A intenção era essa. O próximo passo é jogar fora todas as desculpas. Todas, bem entendido? Nada de frases melodramáticas, daquela tsunami de lágrimas, de possíveis encontros para (argh!!!) discutir a relação. Este livro é uma experiência que mudará sua vida.
Fica então decretado que para ter um exemplar na bolsa, outro na gaveta do escritório, e ainda mais um na mesinha-de-cabeceira, todos os sacrifícios são válidos. Ah, sem esquecer daqueles exemplares extras, que você distribuirá entre as amigas como doses extras de prozac.
Espertas, bonitas, bem resolvidas e sem tempo para perder com homens que não valem a pena, as mulheres agora têm um aliado importante. Os roteiristas de Sex And The City, Greg Behrendt & Liz Tuccillo escreveram Ele Simplesmente Não Está a Fim de Você, com todos os toques necessários para descolar alguém que saiba reconhecer o quanto você é incrível.

2 comentários:

Crystal disse...

Eu também gostei do filme!
Acho que conseguiu passar com bom humor tudo que a gente na verdade já sabe... mas precisamos ver pra crer!
Quanto ao final da Jennifer Aniston eu nao achei ruim nao... pois antes do desfecho teve uma reflexão e a partir dai uma decisao, escolha e surpresa...

Rafael disse...

Oi, td bem?

Gostaria de compartilhar esse texto com vc, é um pouco extenso, mas vale à pena ler.

Um Beijo

Afinidade

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
O mais independente.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos,
as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa, o afeto, no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida.

É uma vitória do adivinhado sobre o real.
Do subjetivo sobre o objetivo.
Do permanente sobre o passageiro.
Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro.

Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois
que as pessoas deixaram de estar juntas.
O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples
e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos
fatos que impressionam, comovem ou mobilizam.
É ficar conversando sem trocar palavra.
É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é sentir com.
Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo.
Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado.
Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.

Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber.
É mais calar do que falar.
Ou quando é falar, jamais explicar, apenas afirmar.

Afinidade é jamais sentir por.
Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo.
Mas quem sente com, avalia sem se contaminar.
Compreende sem ocupar o lugar do outro.
Aceita para poder questionar.
Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.

Só entra em relação rica e saudável com o outro,
quem aceita para poder questionar.
Não sei se sou claro: quem aceita para poder questionar,
não nega ao outro a possibilidade de ser o que é, como é, da maneira que é.
E, aceitando-o, aí sim, pode questionar, até duramente, se for o caso.
Isso é afinidade.
Mas o habitual é vermos alguém questionar porque não aceita
o outro como ele é. Por isso, aliás, questiona.
Questionamento de afins, eis a (in)fluência.
Questionamento de não afins, eis a guerra.

A afinidade não precisa do amor. Pode existir com ou sem ele.
Independente dele. A quilômetros de distância.
Na maneira de falar, de escrever, de andar, de respirar.
Há afinidade por pessoas a quem apenas vemos passar,
por vizinhos com quem nunca falamos e de quem nada sabemos.
Há afinidade com pessoas de outros continentes a quem nunca vemos,
veremos ou falaremos.

Quem pode afirmar que, durante o sono, fluidos nossos não saem
para buscar sintomas com pessoas distantes,
com amigos a quem não vemos, com amores latentes,
com irmãos do não vivido?

A afinidade é singular, discreta e independente,
porque não precisa do tempo para existir.
Vinte anos sem ver aquela pessoa com quem se estabeleceu
o vínculo da afinidade!
No dia em que a vir de novo, você vai prosseguir a relação
exatamente do ponto em que parou.
Afinidade é a adivinhação de essências não conhecidas
nem pelas pessoas que as tem.

Por prescindir do tempo e ser a ele superior,
a afinidade vence a morte, porque cada um de nós traz afinidades
ancestrais com a experiência da espécie no inconsciente.
Ela se prolonga nas células dos que nascem de nós,
para encontrar sintonias futuras nas quais estaremos presentes.
Sensível é a afinidade.
É exigente, apenas de que as pessoas evoluam parecido.
Que a erosão, amadurecimento ou aperfeiçoamento sejam do mesmo grau,
porque o que define a afinidade é a sua existência também depois.

Aquele ou aquela de quem você foi tão amigo ou amado, e anos depois
encontra com saudade ou alegria, mas percebe que não vai conseguir
restituir o clima afetivo de antes,
é alguém com quem a afinidade foi temporária.
E afinidade real não é temporária. É supratemporal.
Nada mais doloroso que contemplar afinidade morta,
ou a ilusão de que as vivências daquela época eram afinidade.
A pessoa mudou, transformou-se por outros meios.
A vida passou por ela e fez tempestades, chuvas,
plantios de resultado diverso.

Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças,
é conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas,
quantos das impossibilidades vividas.

Afinidade é retomar a relação do ponto em que parou,
sem lamentar o tempo da separação.
Porque tempo e separação nunca existiram.
Foram apenas a oportunidade dada (tirada) pela vida,
para que a maturação comum pudesse se dar.
E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais,
a expressão do outro sob a forma ampliada e
refletida do eu individual aprimorado.