terça-feira, 9 de junho de 2009

Sobre separação (parte 2)


Tenho um colega de trabalho que se separou têm 3 anos e até hoje quando o vejo sinto que ele ainda não se recuperou totalmente com o fim da relação. Simplesmente existem pessoas que quando se separa quer transar com todas as mulheres pra compensar o tempo que ficou casado. Não estou julgando o comportamento de ninguém, pelo menos estou tentando não julgar. Só estou registrando uma espécie de atitude tomada após o fim de um relacionamento. Ele poderia ter tomado outras escolhas, pois há uma infinidade. Mas a escolhida foi recuperar o tempo perdido.

Não quero expor a intimidade de ninguém por aqui, mas depois de viver a separação na pele, entendo esta ânsia deste meu amigo. Isso não quer dizer que estou buscando todos homens do mundo, a minha escolha é diferente. O que temos em comum é que ele nem eu ainda não nos recuperamos do fim de um casamento. Olho pra ele e vejo que ele era mais feliz quando estava casado. A esposa dele era muito complicada, mas o fator família sustentava a relação dele. Até que as crises intensificaram e o fim foi inevitável. Para ele foi melhor abrir mão da "família" para sua saúde mental. O fim de uma relação tem um desgaste muito grande para o casal.

A felicidade, no caso do meu amigo, era por ter uma família, um lar e todo que a sociedade prega como uma das metas de vida. Mas ninguém é feliz vivendo num inferno de brigas dentro de casa. Quando comparo a felicidade dele, na verdade estou avaliando que a vida dele falta ainda um equilíbrio. Olho pra ele e sinto um olhar de pessoa sozinha, que tenta compensar de diversas formas.

Quanto a mim, não tenho nenhuma vontade de retomar o passado. Se chegou ao fim, foi porque não tinha mais jeito. Mas me sinto completamente perdida de mim mesma. Foi como eu não soubesse o que eu era antes de começar o relacionamento e também não tenho ideia do que eu queria ser agora. Eu perdi uma relação, uma casa, coisas que não se constroem do dia pra noite. Tenho várias dúvidas: E agora, o que quero de uma nova relação? Estou preparada para uma nova relação? Não tenho tristeza, isso é um sentimento normal numa separação?

A minha maior saudade é da minha casinha, do meu espaço. Voltar para casa dos pais é dureza. Tenho muitas preocupações e problemas na minha cabeça e nada tem a ver com minha separação. Se eu pudesse, dava um pause na minha vida, para me conhecer melhor e me entender. Tentaria resolver os problemas depois que este tsunami de nova vida passase. Porque pensar em monografia e tomar decisões não tem sido meu forte no momento.

Quando refiro a minha vida como tsunami, é porque as mudanças que ocorreram foram profundas. Seria como eu não mais soubesse o meu papel no mundo, não sei mais o quero, onde quero chegar. Até 1 anos atrás eu tinha uma meta e seguia firme com meu propósito, hoje questiono a minha meta. Fico triste de estar tão perdida. Fico atrapalhada com minhas escolhas e tenho me metido em vários problemas. Mas sinceramente, eu só queria equilíbrio e paz de espírito.

A minha separação é muito recente, tem apenas 4 meses. Se tive algo em comum com meu amigo citado foi a ânsia de recuperar o tempo perdido e assim descobri que tempo perdido não se resgata. O que pode viver são novas experiências.

O que posso desejar é não ficar perdida por 3 anos como meu amigo. Que meu colega atinja um equilíbrio na sua vida. E que meu ex me perdoe por expor nossa intimidade aqui e que ele não esteja passando por metade destes questionamentos.

Sobre separação (parte 1)


Tenho evitado escrever muitas coisas sobre mim aqui no blog. Na verdade sempre evitei, mas eu possuía o anonimato. Para preservar minha identidade, tentava despistar com informações falsas sobre mim, contei coisas que não aconteceram, aumentei algumas histórias e aproveitei contei minhas histórias também.

Só fiz isso por um único motivo não queria que meu ex, na época atual, marido soubesse que era eu que escrevia no blog. No dia que terminamos tudo, ele confessou que já me seguia no blog já por um tempo. Dali caiu a ficha, que não podia manter o anonimato. E assim, assumi o crédito como escritora do Exercício da Mente.

Agora prometendo falar somente a verdade, não mais que a verdade neste diário virtual, confesso que criei o blog como forma de desabafo do fim do meu casamento. Quando eu criei não imaginava que aconteceria o fim, mas o que eu escrevi até agora foram momentos de muita reflexão que me fizeram chegar onde estou hoje.

Não sei se todos que possuem blog, conseguem fazer dele uma espécie de terapia, porém o meu foi meu divã. Não precisava falar nada explicitamente. Só precisava escrever, colocar coisas sem nexo do meu subconsciente. Havia uma necessidade de me exprimir emocionalmente e aqui era o meu espaço. Aqui não me importava com julgamentos de pessoas que eu não conhecia.

Ainda tenho o desconforto de saber que meu ex pode passar por aqui e pode ler coisas que escrevi. E isso é realmente chato. Porque um término de um relacionamento para mim precisa ser vivido sem notícias do outro. Não preciso saber se ele tem uma nova namorada ou a viagem de férias que ele fez com amigos. Acabou o elo. A amizade pode surgir, mas com tempo, com o luto já concluído.

Para mim, o fim de um relacionamento, tem a fase do luto. É a morte da relação homem e mulher para um renascimento de uma outra que pode ser de amizade ou de meros conhecidos. Só o tempo dirá no que vai transformar. Quando o luto passa, há uma total recuperação com o fim da relação. Eu me separei em janeiro e até agora não sei que Luciana escreve aqui pra vocês. Há uma perda de identidade, de vida. Detalharei sobre este assunto na próxima postagem de separação.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Encerrando ciclos


Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...

Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.

Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.

Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?

Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....

Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.

Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.

O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.

As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora...

Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.

Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar.

Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.

Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos.

Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.

Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".

Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará!

Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.

Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.

Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.

Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és..

E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão

Autor desconhecido