terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Exercício do balanço



Sei que ainda tá meio cedo para o balanço do ano, mas em novembro já fiz uma parcial do meu ano de 2009. Novembro é o penúltimo mês do ano, então é uma parcial quase completa do ano. Não sei se quero que aconteça mais alguma coisa muito foda este ano ou espero ano que vem. Nem sei se tenho um coração que aguenta tantas emoções. Mas enfim, posso considerar que este ano foi um dos mais importantes da minha vida.

Escrevendo como jornalista que agora sou (em todos os sentidos), eu terminei a faculdade com o louvor de tirar 10 na monografia. Nunca achei que falar sobre o tema de violência doméstica contra mulher fosse tão díficil. Desde de 2008, buscava um orientador pra me auxiliar num tema sobre a questão do feminino e quando achei uma pessoa que realmente quisesse, foi uma vitória. Tudo bem que tive de adaptar para violência doméstica, algo que nunca pensei escrever. Mas a minha obstinação de não desistir do meu tema, garantiu a nota máxima.

O problema de ter escolhido este tema depois de se separar é que todo mundo acha que eu apanhava do meu ex-marido. Convencer as pessoas de que não apanhava de ninguém e que quis fazer o tema por outros diversos motivos foi bem curioso. Porém, abordar problemas no relacionamento na confecção do trabalho enquanto você está separada recentemente não foi nada fácil. Escrevi muitas linhas chorando. A solidão que eu sentia sentada olhando para a tela do editor de textos com o barulho das teclas nas madrugadas do meu fim de semana foram torturantes. Mas venci.

Fiz este tema por todas as mulheres que um dia eu conheci e por todas histórias que ouvi. A minha monografia foi melhor que terapia. Tanta coisa lida e refletida. E tudo começou quando li "O segundo sexo", de Simone de Beauvoir. E foram tantas coisas acontecendo, um curso que fiz sobre as mulheres através do século. O livro com a biografia da Leila Diniz que li bem na época da separação. E logo depois a vontade de não escrever nada e curtir a nova vida de solteira que começava.

Curti cada minuto da minha solteirice e cada dia descubro uma nova faceta em mim que eu desconhecia. A transformação foi muito grande. As vezes não me reconheço, mas o que mais gostei de ter conquistado, foi meu equilíbrio. A vitória de trabalhar como jornalista num momento que eu já tinha aberto mão da minha profissão e nem estava preocupada com minha vida profissional.

A minha outra conquista foi voltar a morar sozinha. Olhar minha casa, meu quintal, meu quarto de boneca, me dá um puto orgulho de mim mesma. Foi algo que sonhei desde criança, ser independente, ter uma casa só minha, só faltou o carro. Adoro isso tudo, porque é um sonho realizado. Mas não posso esconder que sinto falta de ter minha família. Queria estar com 28 anos planejando um bebê, mas descobri também este ano que nada acontece da forma que a gente planeja e no tempo que gostaríamos.

Portanto não faço nem ideia de quando eu vou formar familia e muito menos de quando terei filhos. Mas tento não me torturar por isso. Viver um dia de cada vez construindo bases para um futuro incerto. Porque não sei se vou arrumar um marido por toda nossa vida e se a gente vai ter filhos. É tanta coisa que não depende de mim, que cansei de ficar sofrendo por algo que não tenho nenhum controle.

Mas sonho, aliás o que mais faço é sonhar. Sonho com romance, sonho com filhos, sonho em trabalhar com Tv ou cinema. E depois de sonhar tanto em 2009, estou tentando colocar os pés no chão. Estou tanto tempo sonhando que estou deixando de enxergar a realidade da vida.

Quanto aos relacionamentos amorosos este ano, foi tudo uma grande piada. Parece que foi um pesadelo que ainda estou tentando acordar. Porém cresci muito, usando uma frase de um post antigo, cada porrada que levava me impulsionava pra frente. Agora estou numa fase quietinha, quase uma ostra e reavaliando cada ensinamento que tive neste sentido ao longo da vida.

O que mais gostei de ter descoberto este ano é que sou uma pessoa extremamente divertida e cercada de amigos. Como curti cada momento, cada noitada, quantas noites não dormidas. Assisti inúmeros "nascer do sol". Conversas intermináveis, muitas, muita mesmo, cervejas.

Em um post do começo deste ano escrevi o que queria de 2009, um interminável verão. Acredito que os deuses leram e disseram amém. Abraços. Boas festas e que venha 2010 com outras agradáveis surpresas e momentos felizes conforme passei, para todos.

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