quinta-feira, 8 de abril de 2010

Para meus amigos e familiares


Peço desculpas aos seguidores do blog, mas hoje escreverei diretamente para as pessoas que convivem comigo. Aquelas que conhecem os meus sonhos, as minhas manias, as minhas maluquices e que andam preocupados comigo.

Inspirada por um texto sobre as neuroses de saber quem somos, de uma amiga (futura) jornalista que escreverá sua monografia sobre as pulsões humanas, resolvi explicar para meus queridos que não enlouqueci.

A verdade é que eu mudei, se formos mais além, só coloquei para fora algo da minha identidade que foi perdida ao longo dos anos de minha existência. A minha vida foi muito real, com coisas duras que não pude ter contato com uma lado mais lúdico da minha existência. Tinha problemas que precisavam ser resolvidos.

Eu vou usar como exemplo o filme "O Labirinto do Fauno". O que é real ou que é imaginário no filme? Não posso dizer. Mas como era importante aqueles momentos em que a protagonista vivia no labirinto, diante da sua sofrida vida.

Eu não tive tanto sofrimento, mas tive que amadurecer rápido demais. Na minha adolecência não tive muito espaço para "pirar o cabeção". Eu tive uma rebeldia que era uma aqui outra acolá. Nada que desse muita pertubação para meus pais.

Já falei aqui em algum texto sobre como fui focada nos meus objetivos. Eu queria ter uma carreira, uma família, dinheiro e uma casa. Quando eu fui fazer o atual ensino médio, já sabia que a minha escolha era estudar numa escola técnica, para logo começar a trabalhar e morar sozinha. Essa minha escolha foi sem nenhuma interferência de um adulto.

Ao invés de ir a Disney nos meus 15 anos, uma viagem que ganharia de uns parentes mais abastados, preferi trocar por um computador que era caríssimo na época e ajudaria nos meus estudos.

Atualmente estou beirando os 29 anos (meu aniversário será dia 3 de maio) e tenho as coisas que almejei: minha independência, minha casa, minha carreira, meu ensino superior, já tentei ter uma família, mas enfim não deu certo. Tudo foi com muita luta, pois sou uma guerreira.

Então pude assumir a minha personalidade inconsequente. Hoje eu posso ser adolescente. Sou dona de mim. Hoje posso experimentar a vida e hoje é muito mais fácil, do que foi quando eu era adolescente. Em todos aspectos. Graças a Deus, não passo mais dificuldade financeira, criei meu irmão e saldei todas as minhas dívidas com minha consciência.

Tenho meus pais pertinhos de mim, me dando o suporte que preciso. Então, atualmente, faço tudo que não fiz. Curto a vida, como se hoje fosse o último dia da minha existência. Sei muito bem do que eu gosto e do que não gosto, mas resolvi assumir todas as preferências que tinha vergonha de declarar.

Como no texto da T. Escanho, eu tenho várias facetas de personalidade e resolvi colocá-las pra fora. A personalidade responsável e racional deu lugar a um lado que só pensa em se divertir e ser feliz.

Então, por favor meus amores, não se choquem se eu quiser colocar purpurinas, beber além da conta, virar várias noites de sono, dançar a noite toda, beijar muito. Isso está totalmente controlado pelo lado responsável. Não vou virar alcoolátra, não vou perder todas as noites de sono e não estou beijando tantas bocas assim.

E não achem estranho se me verem em lugares que eu não frequentava antes. Eu só estou dando a mim a oportunidade de conhecer mais pessoas e ambientes. Experimentado a vida, sem medo de ser rídicula.

É difícil explicar para quem nunca viveu isso, mas confesso que é extremamente libertador.

Amo vcs.

3 comentários:

Alicinha disse...

Te entendo e só te digo: Permita-se!!!

T. Escanho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
T. Escanho disse...

Ser louco é muito bom!
Os normais que se desdobrem para sobreviver em eterna monotonia!