sexta-feira, 5 de março de 2010

Exercício de reviver o passado


Atualmente moro na rua que passei minha infância e parte da minha adolescência. Às vezes acho graça viver numa rua tão conhecida minha em épocas tão distintas da minha vida. Fora que moro numa casa sozinha, que confesso que para mim é um barato.

Quando me imaginei mais nova, morando sozinha, pensava que teria um apêzinho, nunca uma casa com quintal. Mas ADORO ter um quintal. Sei que está próximo de mudar casa e de bairro de novo. Moro longe a beça do meu trabalho. Só tenho certeza que guardarei para sempre na memória esta casa e todas lembranças da vida que vivi nela.

Após ter morado anos longe da minha família, hoje sou vizinha da minha avó e das minhas tias. E apesar de muitas pessoas reclamarem de morarem perto dos seus parentes, eu curto a beça esta convivência. Só quem mora longe de pessoas queridas e que esteve num apê frio consegue entender o que é morar ao lado das pessoas que você mais ama numa casa totalmente solar.

Eu também moro perto da minha mãe, não chegamos a ser vizinhas, porém vivemos bem próximas. E todos os dias, vamos para o trabalho juntas, além de tomarmos café uma na companhia da outra, antes de ir para o trabalho. Isso é enriquecedor para nossa relação, que já foi tão conturbada, de mãe e filha. Nunca conversamos, como conversamos agora.

Quando era mais nova, me incomodava o fato de meus pais não me conhecerem direito. Ninguém sabia o que realmente eu pensava. Atualmente o que mais faço é conversar com meus pais. Com a minha mãe é um contato diário o que proporciona mais conversas e consequentemente mais aprofundamento nesta tarefa de nos conhecermos. Com meu pai, devido a distância, estas conversas são mais raras, mas antigamente nem rolava diálogo. Ter um papo com o velho, mesmo que seja eventual, foi uma das melhores coisas que ocorreram na minha vida.

Hoje após meu café da manhã na companhia de mamãe, fiquei feliz de ter a oportunidade de fazer as pazes com as mágoas do passado. E tudo me ajuda nisso, até morar numa rua que já morei, ir trabalhar diariamente com minha mãe, curtir minha avó e tias.

Sei que um dia que esta etapa vai chegar ao fim, um dia terei de me mudar. A meta é 2011. Comentei com a minha avó os planos de mudança e ela já me disse que ficará muito triste quando este dia chegar. Mas sou uma cidadã do mundo, uma andarilha. Não me imagino quieta lá.

Um comentário:

Lu Motta disse...

A vida é tão curiosa. Eu só me mudei em 1º de outubro de 2011, voltando a morar com meus pais. Vai entender o futuro. rs