quinta-feira, 31 de julho de 2008

Na academia

*Não confundir tal conto, com fatos, eventos, lugares ou pessoas reais, cuja qualquer semelhança será mera coincidência.*

Estou na fase que tudo cai. A auto-estima, os seios e a bunda. Sou uma balzaquiana e depois de um tempo de casamento e um filho resolvi investir no meu corpo.


Já estou no terceiro mês de academia. Difícil foi encontrar a academia que caísse como uma luva nos meus anseios. Queria que fosse perto do trabalho e que não tivesse pessoas com corpos esculturais.


Eu ficaria muito mal de malhar do lado pessoas com corpos gregos e o meu tão imperfeito. Estou na fase "Mens sana" o corpore in sano ainda estou na busca.


Fora aquele climinha de azaração que só pessoas liberando muito endorfina e com aquele estereótipo de academia de nada na cabeça me deixariam entediada.


Consegui uma academia que o dono é gordinho, casado e super gente boa. Ele investiu toda a grana dele e da esposa neste empreendimento e oferece o melhor serviço possível.


O perfil de pessoas que malham na Runnin Gym são com mais de 40 anos e com o objetivo parecido com o meu, ser mais saudável. Corpos normais, pessoas normais. Excelente estímulo.


Tudo seria ótimo, se não tivesse um professor com um olhar de chacoalhar todos os meus músculos.


Já fiz de tudo para não fazer aula com ele. Até parei de ir uns dias. Mas o horário da aula dele se encaixa como uma luva no meu tempo disponível.


Meu marido dá aquele estímulo. Fica até incentivando eu malhar. E eu com estes dramas cristãos, traindo em pensamento. Se neste mundo moderno deve existir alguém que não traía em pensamento.


Eu não sei explicar, mas sinto que o olhar que ele me dá demonstra um certo interesse. Já pensei que era viagem da minha cabeça. Um homem com o tipo físico que me atrai olhando para mim que esta proporcionalmente para um corpo que não atrai ninguém.


Deve atrair homens que trabalham na obra. Eles devem ver a betoneira o dia inteiro e devem sentir atraídos por mulheres com esta semelhança.


Então voltando ao Guilherme, meu professor TDB, como diria minha sobrinha.


O conheci na aula de bike in door. Aquela sala escura, me provoca altas fantasias. Na primeira aula, foi super atencioso comigo, mas nada que não fizesse com outras alunas. Mas tem algo no olhar dele, que se entrega.


Já peguei várias vezes ele parado me olhando. E agora tem uma mania de falar comigo no escuro, alisando a minha mão.


- Você está aguentando a carga? - enquanto isso alisa a minha mão


- Peguei pesado hoje? - fala no meu ouvido sussurando


- Tá com calor? - assopra na minha nuca


Eu não sou de ferro, quem está casada com mais de 10 anos não sabe nem mais o que paquerar.


Eu não dou nenhuma indício que estou correspondendo. Talvez estou sendo passiva as tentativas dele. Estou vendo até onde o cara de pau vai comigo, uma mulher que não tira a aliança, nem pra malhar.


Como a tática dele não deixou brechas para uma abordagem mais direta, pois saía da aula dele correndo para uma chuveirada. A tática dele é colocar músicas românticas na sala de bike. Imagina que malhei ao som de Djavan. Na semana passada tocou:




Com Djavan, ele nem se insinuou como sempre faz. Deu uma valorizada no material tão desprezado por mim. Quando tocou:




Fora outras músicas tão reveladoras. Cheguei a perguntar a uma amiga, duas vezes, o setlist de uma aula que não fui. Nenhuma baladinha.


Então tomei uma decisão, vou trair meu marido. Não vou ficar em casa pensando se este homem é tudo que estou imaginando sexualmente falando.


Um homem moreno, forte e com aqueles olhos rasgados. Daqueles que você não pode acreditar que não faz gostoso. Impossível.


Vou pensar numa tática, que demosntre meu interesse sem que eu saia de uma forma totalmente Maria Madalena desta história.


#Continua#

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