quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Tatuagem (Chico Buarque - Ruy Guerra)

Quero ficar no teu corpo/ Feito tatuagem / Que é prá te dar coragem / Prá seguir viagem / Quando a noite vem...
E também prá me perpetuar / Em tua escrava / Que você pega, esfrega / Nega, mas não lava...
Quero brincar no teu corpo/ Feito bailarina/ Que logo se alucina/ Salta e te ilumina/ Quando a noite vem...
E nos músculos exaustos/ Do teu braço/ Repousar frouxa, murcha/ Farta, morta de cansaço...
Quero pesar feito cruz/ Nas tuas costas/ Que te retalha em postas/ Mas no fundo gostas/ Quando a noite vem...
Quero ser a cicatriz/ Risonha e corrosiva/ Marcada a frio/ Ferro e fogo/ Em carne viva... Corações de mãe, arpões/ Sereias e serpentes/ Que te rabiscam/ O corpo todo/ Mas não sentes...


Cena de xXx, com Vin Diesel

Não sei mais o que faço para aplacar a saudade de que sinto do teu corpo. Não consigo me concentrar nas tarefas diárias. Estamos separados há tanto tempo. Porque estava vontade persiste? Não quero fazer com que minhas palavras se percam. Nem sei, se depois de tudo que expus, você ainda me quer nos seus braços.

Não consigo entender a saudade que você não sente. Como esquecer a intensidade do nosso gozo. Porque para mim são sempre mais intensos do que para eles. Como explicar para meu dsejo que seu objeto está perdido por aí.

Porque sempre eu tenho que explicar ao meu desejo, quando um homem parte. Aceitar a despedida mas como explicar pra saudade. Saudade da sua língua, saudade das sua mãos, saudade do seu membro.

Como lidar com estes sentimentos. As vezes quero colocar tudo a perder, por causa de uma saudadezinha. Como frear a tigresa de dentro de mim. Uma tigresa enjaulada que a todo momento quer fugir.

Porque você não parace? Tira esta culpa de mim. Deixa eu colocar a culpa em você. Deixa eu ser sua vítima. A desculpa, não te resisto, NUNCA. Porque você está tão distante? Se você estivesse mais perto, seria muito mais fácil sucumbir sem culpa e sem arrependimentos.

Mas como te procurar, se assim assumirei os meus erros, as minhas falhas. Não posso colocar tudo a perder. Mas o que perderei? A dignidade fingida. A moral esquecida. Os valores inexistentes.

O desejo mais profundo é aplacar o desejo mais genuíno e intenso. Como fugir de mim mesma?

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