
Os acontecimentos da minha vida são marcados pela intensidade. Vivi muitas coisas nos meus 28 anos e espero viver muito mais. Mas lendo uma reportagem da Isto é Gente, tive uma ideia de compartilhar aqui no blog e relembrar uma passagem da minha existência.
Eu tinha o sonho de morar sozinha aos 18 anos. Determinada, estudei para conseguir isso o mais rápido possível. Aos catorze anos, resolvi fazer escola técnica ao invés de me preparar para o vestibular. Vestibular me causaria alguns anos vivendo dependendo dos meus pais e isso me afastava do meu grande objetivo.
Nos idos de 1996, escolhi fazer o curso técnico de informática, pois era uma carreira que eu conseguia vislumbrar projeção financeira e me faria realizar o meu sonho. Eu detestava estudar informática, mas gostava do clima do colégio e dos meus amigos.
Aos 17, consegui estágio na prefeitura do Rio. E este estágio estava mais relacionado a sorte do que minha obstinação. Sorte, porque enquanto eu fazia estágio rolou um concurso público para a minha área. Fiz, passei e fui chamada. A sorte foi ter feito estágio lá, o resto foi conquista das minhas escolhas, do meu talento profissional e inteligência.
Com 18 anos era uma funcionária pública. Eu que procurava estabilidade financeira, consegui muito cedo. Adorava trabalhar lá, mas com passar do tempo, comecei ficar infeliz. Eu não conseguia entender o vazio que eu sentia. Na época eu só enxergava este vazio, mas não conseguia entender o porquê. O resultado foi o meu desestímulo. Não conseguia vislumbrar um futuro maior do que aquilo que eu vivia. Era para eu estar satisfeita, na minha mente limitada de 22 anos, mas eu não estava.
Então em 2004, apoiada por minha família, amigos e namorado, larguei o funcionalismo público após arrumar emprego numa grande empresa. Só que o destino prega peças muito interessantes e mal assumi o cargo, fui mandada embora por problemas internos da empresa.
Desempregada, não tive muito tempo de ficar deprimida pela minha péssima escolha. Fiquei mal, algo natural, mas precisava arrumar um outro emprego. Não foi fácil, fui trabalhar como recepcionista, pois precisava de dinheiro. Até nessa situação consegui ver coisas positivas. Era primeira vez que trabalhava como bilíngue, algo que eu queria fazer alguma vez na vida. E o meu salário era bom também.
Voltei para minha área de tecnologia de informação, fui crescendo na minha carreira e fiz faculdade de jornalismo. Algo que não tinha relação com minha experiência de trabalho, mas que me dava muito mais prazer do que cursar faculdade de análise de sistemas, algo que cheguei a fazer enquanto trabalhava na prefeitura.
E então fui estudando jornalismo e trabalhando com TI. Nisso consegui morar sozinha com 24 anos. Não foi no tempo que eu queria, mas não foi também tão distante do meu planejamento. E meu apê era tão fofo. Foi uma fase muito boa, viver em Copacabana. E eu que não pensava muito em como seria meu futuro, só persegui meus objetivos, fui além dos meus horizontes.
Recomendo este texto a todos que desejam dar uma guinada em 2010. Como dica, eu sempre observo o momento certo de dar uma virada. Geralmente começa com uma inquietação e um sentimento grande de vazio. Para sair de uma situação de estagnação e tomar uma atitude, é só ouvir o coração porque ele sempre diz quando está preparado.
Não é fácil largar algo que você está habituado, pode acontecer problemas, mas a frustração de não ter tentado ser feliz é muito maior. Espero que estas linhas encorajem os mais medrosos.